
Panagia Hodegetria – Panagia Brefokratousa – Fotis Kondilo – Monastério Gregoriou – Arcebispo de Cassandria – 1778
Em todas as épocas, o espírito iconoclasta do mundo tenta destruir a imagem de Deus no homem e distorcer a “imagem” que nosso Criador onisciente colocou em nossa natureza humana.
Em nossa época, em que a pessoa humana é insultada de muitas maneiras e diversas distorções da imagem de Deus são projetadas, nossa Igreja, por meio dos ícones sagrados, nos lembra que o homem santificado se torna uma verdadeira imagem da Imagem de Deus Pai, isto é, de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Cristo é a imagem imutável do Pai por natureza, enquanto todo cristão batizado é chamado, por sua luta, a representar Cristo pela graça.
A Virgem Maria e os Santos representam verdadeiramente Cristo.
É por isso que retratamos em ícones sagrados tanto o Senhor Cristo quanto Sua Santíssima Mãe e Seus fiéis e santos servos e amigos.
Assim, por meio da arte, o grande mistério da Fé é proclamado e revelado: a Encarnação de Deus e a teose do homem.
Se o Verbo de Deus não tivesse se tornado verdadeiramente humano, não seríamos capazes de representar Sua Pessoa teomaníaca.
E se a Theotokos e os Santos não tivessem sido deificados, não os representaríamos.
Os ícones revelam “o mistério da piedade” (1 Tm 3,16).
Por meio dos ícones sagrados, a Igreja de Deus é irrigada, iluminada, santificada e confortada desde a época das catacumbas até os dias atuais. Estes são o seu mundo, o seu adorno e a sua glória.
Cada ícone é para nós um precioso tesouro espiritual e artístico, uma janela para o Céu, uma comunhão com as pessoas que representa, uma partilha da vida eterna.
Abençoamos os santos Confessores, que sofreram perseguição, exílio, tortura e mortes horríveis por causa dos ícones sagrados.
Juntamente com a Igreja, exclamamos: “Aqueles que confessam a presença encarnada de Deus, o Verbo, pela palavra, pela boca, pelo coração e pela mente, que a sua memória seja eterna” (Sinodicon da Ortodoxia).
Abençoamos também os pintores ortodoxos de todos os séculos, que nos transmitiram, com sua elevada arte ancestral, os tesouros dos sagrados ícones bizantinos.
Somos também gratos aos piedosos pintores dos ícones da iconóstase do Catholicon do nosso Santo Mosteiro, pois nos legaram sua preciosa obra artística.
Diante desses ícones, multidões de monges devotos e peregrinos rezaram, modestos levitas realizaram os ritos sagrados, lágrimas foram derramadas, gritos de súplica foram elevados àquele que “pode salvar da morte” (cf. Hb 5:7), esperanças foram depositadas e “joelhos débeis” foram amparados (Is 3:3), e promessas monásticas foram feitas.
Diante desses ícones, hinos sagrados foram cantados e corações piedosos se abriram; diante deles, muitos monges receberam seu último beijo e sua última jornada terrena.
Imprimimos e publicamos estes ícones sagrados para que sua riqueza espiritual e artística não permaneça oculta, para que os cristãos piedosos sejam fortalecidos em sua luta, para que sejam consolados em suas dores, para que sejam movidos a glorificar o santo Nome de Deus, para que estes ícones se tornem mais uma ocasião para nossos irmãos caminharem em direção ao verdadeiro objetivo de nossas vidas: o teísmo.
OS ÍCONES DESPÓTICOS DO TEMPLO DA CATÓLICA DO SANTO MOSTEIRO DE SÃO GREGÓRIO de Monte Athos
A rica decoração iconográfica da catedral do Santo. O Mosteiro de São Gregório em “Athos”, obra do hieromonge Gabriel e Gregório de Castória, “no ano de 1779, 16 de outubro”, é complementado pelos 6 ícones despóticos da iconóstase registrados no mesmo período, como demonstram as inscrições dedicatórias que sobrevivem em dois deles e mencionam o ano de 1778.
Theotokos Segurando o Menino “Mãe de Deus” (105×81 cm) Oração do Servo de Deus Gregório, Arcebispo de Cassandria, 1778.
A Theotokos é representada de frente até a cintura, segurando Cristo com a mão esquerda, enquanto leva a mão direita ao peito em pose de súplica ao Filho e Deus, para quem se volta, inclinando ligeiramente a cabeça.
Ela usa um maphorion roxo-escuro com muitas borlas e luzes douradas.
O pequeno Cristo ora com a mão direita, enquanto com a esquerda segura um pergaminho enrolado.
Ela veste uma túnica verde-claro e um manto vermelho com borlas e luzes douradas. O campo também é intensamente azul.
É característico que a Virgem Maria seja a primeira pessoa a ser pintada no mesmo estilo em que Cristo é retratado.
Assim, não se trata de um simples “retrato”, mas da imagem da mãe deificada do Filho de Deus.
Talvez também valha a pena notar que a Virgem Maria é quase sempre retratada em referência a Cristo, que aqui o abraça com carinho, mas também com infinito respeito.
A Virgem Maria tem uma auréola, enquanto o pequeno Cristo tem uma auréola em forma de cruz com a inscrição “O ÚNICO”.
Fonte: Verso do Ícone
Virgem Hodegetria
A mão direita da Virgem em atitude de oração.
Parte do nome “Hodegetria” (Aquela que mostra o caminho) denotando o papel da Virgem como guia dos fiéis.
Um traço característico deste tipo iconográfico é a monumentalidade das figuras, a atitude hierática formal da Virgem harmonizando-se com a serenidade calma da sua expressão.
Panagia Hodegetria do Xenofontos
Panagia Hodegetria foi o primeiro ícone da igreja, tendo sido pintado pelo próprio apóstolo Lucas em Jerusalém que presenteou a Virgem Maria com a pintura.
A Virgem Maria recebeu o ícone com grande alegria e o abençoou dizendo:
“Que as graças de meu Filho estejam neste ícone”!
Do Megalynarion da Paraklesis da mãe de Deus, temos o seguinte hino:
“Mudos fiquem os lábios dos homens ímpios que se recusem a venerar este augusto ícone, que é chamado de Theotokos Hodegetria (Mãe de Deus, a Diretora) que foi pintado pelo apóstolo Lucas, o Evangelista”!
Panagia Hodegetria defendeu Constantinopla de diversas invasões árabes e persas nos séculos VII a XI.
Panagia Hodegetria esta representada no ícone de comemoração do fim do período iconoclasta com a Exaltação dos Ícones Sagrados (ou o Triunfo da Ortodoxia), com o ícone em procissão entre as Santas Theodora e São Metodius, como patriarcas do ícone, na igreja de Blachernae.
Para São João Damasceno:
“Toda a criação te glorifica, Ó Toda cheia de Graça”!
Panagia Hodegetria, a Guia, ou a Diretora do Monastério de Xenofontos
São Xenofontos construiu o monastério.
São Jorge, o vitorioso é o ícone mais famoso do monastério.
No tempo da iconoclastia, no sec. VIII, quando queimavam ícones, este ícone estava em Constantinopla e eles tentaram queimá-lo, mas não conseguiam, pois o santo não permitiu.
Eles então feriram o ícone com uma espada e este sangrou.
O sangue pode ser visto no pescoço do ícone até hoje.
Depois jogaram o ícone de São Jorge no mar e falaram para ele se salvar e este acabou chegando milagrosamente ao mosteiro de Xenofontos no Monte Athos.
No local aonde o ícone foi encontrado, nasceu uma fonte de água que curou muitas pessoas com as mais diversas doenças, conforme comprovam os documentos do monastério.
O ícone do século XVIII de Panagia sofreu um ataque por parte de turcos que atiraram nele, mas os tiros voltaram nos turcos e estes fugiram dizendo que o ícone era realmente milagroso. As marcas das balas existem até hoje no ícone.
O monastério possui como relíquia o braço direito do grande santo e mártir São Jorge que é responsável por diversos milagres de devotos que recorrem a ele com fé.
No dia 23/4/1989, um milagre aconteceu.
Neste dia de festa, um cheiro de mirra emergeu do ícone e performou muitos milagres, sendo a presença do santo sentida vivamente no monastério.
O monastério de Xenofontos também abriga o ícone da Panagia Hodegetria, a Guia, que do século XIV até 1730, que era do Monastério Vatopedi, mas desapareceu de lá e reapareceu em Xenofontos milagrosamente.
Foi recuperado pelos monges do Vatopedi, mas reapareceu novamente em Xenofontos. Este ícone performou muitos milagres.
Todo dia 2 de outubro há uma procissão com o ícone entre os monastérios para celebrar este milagre.
Hodegetria, A Guia – A que mostra o caminho da Divindade do Filho Deus.
Hodegetria, A Diretora – Eis a diretora dos monastérios.
Theotokos apresenta uma majestade severa, solene e seu Filho divino segura o livro da vida na mão.
Theotokos tem o Salvador nos Braços e ela nos guia até seu Santo Filho e enfatiza a divindade deste!
Vladimir Lovsky, teólogo ortodoxo, mencionado no filme Panagia Portaitissa, disse:
“Os protótipos sírios da Hodegetria foram numerosos no século Vl, mostram-nos a Mãe de Deus de pé, segurando o Menino em panos, meio deitado sobre o braço esquerdo.
O Menino Jesus sempre aparece sentado, ereto, como Cristo menino sempre aparece sentado ereto no braço esquerdo de sua mãe.
O Menino já não está mais mamando: é o tipo do Cristo-Emanuel, o Menino “Deus pré-eterno”, cheio de sabedoria apesar da sua tenra idade.
Vestido com um manto glorioso, tecido de ouro, o Cristo-Emanuel tem na mão esquerda um pergaminho.
O Cristo Emanuel tem na mão esquerda o pergaminho da vida enquanto com a mão direita ele abençoa.
A Mãe de Deus, ereta, reta e majestosa, não tem expressão de intimidade para com seu Filho.
Ela olha para o espectador. ou melhor, seu olhar está direcionado para o lado, acima da cabeça do Emmanuel.
A mão direita da Hodegetria indica a direção do peito e poderia ser uma indicação de oração, mas mais do que isto é a apresentação do Filho de Deus, quem, por ela, veio ao mundo.
Theotokos é a atitude da Soberana que apresenta ao Seu Filho o povo fiel, ao qual o Cristo-Emanuel responde com uma ampla e majestosa bendição”!
O monge George Velarovsky disse o seguinte no Filme Panagia Pantassa:
“A incorporação em Cristo, que é a essência da Igreja e de toda a existência cristã, é antes de tudo uma incorporação no seu amor sacrificial pela humanidade.
E aqui há um lugar especial para aquela que está unida ao Redentor na intimidade única do carinho e da devoção materna.
A Mãe de Deus é verdadeiramente a mãe comum de todos os viventes, de toda a raça cristã, nascida ou renascida no Espírito e na verdade.
A Igreja convida os fiéis e ajuda-os a crescer espiritualmente nestes mistérios da fé, que são também os mistérios da sua própria existência e do seu destino espiritual.
Na Igreja aprendem a contemplar e adorar juntos o Cristo vivo com toda a assembleia e Igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus.”
E nesta gloriosa assembleia discernem a pessoa eminente da Virgem Mãe do Senhor e Redentor, cheia de graça e de amor, de caridade e de compaixão.
São João de Damasco disse que todo ícone demonstra algo escondido.

São João de Damasco – Meteora
E é por meio dos ícones que podemos amar mais os representados e nos enchermos do desejo por tudo o que é bom”.
Virgin Hodegetria
The right hand of the Virgin in an attitude of prayer. Part of the name “Hodegetria” (She Who Shows the Way) is denoting the role of the Virgin as guide of the faithful.
A characteristic feature of this iconographic type is the monumentality of the figures, the formal hieratic attitude of the Virgin harmonising with the calm serenity of her expression.
Panagia Hodegetria – Syrian Prototypes
“The Syrian prototypes of the Hodegetria, already numerous in the Vlth century, show us the Mother of God upright, holding the Infant in swaddling clothes half lying on Her left arm. These images were to be transformed by the Byzantine conception.
The icons of the Hodegetria created at Byzantium, the Christ-Child alwaus appears seated, erect, on the christ child always appears seated erect on his mother’s left eft arm.
The Infant is no longer a suckling: He is the type of the Christ-Emmanuel, the Infant “pre-eternal God”, full of wisdom despite His tender years.
Clothed in a glorious robe. woven of gold, the Christ-Emmanuel has in His left hand a scroll, whilst with His right hand He blesses, turning full face and looking the christ emmanuel has in his left hand to scroll.
The Mother of God, upright, straight and majestic, has no expression of intimacy towards Her Son: She looks at the spectator. or rather Her look is directed to the side, above the head of the Emmanuel.
The right hand of the Hodegetria, raised towards the chest, could be expressing a gesture of prayer; chest could be expressing a gesture ote of presentation: prayer but rather it is a gesture the Theotokos shows to men the Son of God Who, by Her, has come into the world.
Or again-it is the attitude of the Sovereign Who presents to Her Son the people of the faithful. to which the Christ-Emmanuel responds with a broad majestic Christ Emmanuel responds with a broad majestic blessing.
Divulgado por
