
O Batismo de Jesus Cristo – Ícone Bizantino
Tropario Tom 1
Quando Vós, Senhor, fostes batizado no Jordão, manifestou-se o culto à Trindade, pois a voz do Pai deu testemunho de Vós, e chamou-Vos de Filho amado.
E o Espírito, em forma de pomba, confirmou a veracidade da Sua palavra.
Ó Cristo, nosso Deus, Vós vos revelastes, e iluminastes o mundo.
Glória a Vós!
Kontakion Tom 4
Hoje Tu te manifestaste ao mundo, ó Senhor, e a luz do Teu rosto foi marcada em nós.
Conhecendo-Te, cantamos Teus louvores.
Tu vieste e Te revelaste, ó Luz inacessível.
O batismo de Cristo:
Então veio Jesus da Galileia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele.
Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?
Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça.
Então ele o permitiu.
E, sendo Jesus batizado, subiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele.
E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mt 3, 13-17)
A Revelação da Trindade:
Segundo a teologia ortodoxa, este episódio não é apenas um sinal de aprovação divina, mas uma epifania da própria essência de Deus: O Pai é a Fonte de toda divindade, Aquele de quem o Filho é eternamente gerado e de quem o Espírito procede.
O Filho é o Verbo encarnado, que se humilha ao receber o batismo de arrependimento, embora seja Ele mesmo o sem pecado.
O Espírito Santo é Aquele que santifica e revela a presença divina no mundo, descendo sobre as águas e sobre o Cristo.
Assim, o batismo no Jordão revela a comunhão e a distinção entre as três Pessoas divinas — uma só natureza, mas três hipóstases eternas, inseparáveis e coeternas.
Para o fiel ortodoxo, contemplar o batismo do Senhor é contemplar o próprio chamado do ser humano: participar da vida trinitária.
Pelo batismo cristão, o homem é mergulhado “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, sendo unido à comunhão que se manifestou nas águas do Jordão.
Fonte: Texto produzido por Ian Nezen
O Ícone:
Ao longo de toda a narrativa da criação em Gênesis, vemos Deus criando e então dizendo que era “bom”.
O homem e a mulher foram criados juntos à imagem de Deus.
Ambos eram belos e, embora carecessem de vestimentas físicas, estavam vestidos com a glória da “imagem” e “semelhança” de Deus.
No entanto, quando caíram em pecado, esconderam-se em vergonha até que Deus lhes trouxesse vestes de pele para vestir (que simbolizam a tendência pecaminosa que agora obscurece nossa verdadeira natureza).
Sua beleza natural foi transformada em objeto de vergonha.
Adão e Eva caíram, e com eles caiu a criação.
Agora, entra Jesus Cristo: ele representa o segundo Adão (1 Cor 15).
Em vergonha e nudez, Adão se escondeu.
No entanto, Cristo vem em sua majestade, tanto como Deus quanto como homem, tanto em glória quanto em nudez, completamente desavergonhado, representando a beleza do ser humano imaculado, possibilitada por Ele (e nos séculos subsequentes, os cristãos eram frequentemente batizados sem qualquer roupa, despojando-se das vestes do “velho homem” para morrer em Cristo e ressuscitar n’Ele).
Embora Cristo tenha sido batizado no Rio Jordão, foi realmente o Jordão e toda a criação que foram batizados em Cristo.

Como afirma o Cântico Quatro das Completas da Teofania: ” Ao Teu aparecimento em corpo, a terra foi santificada, as águas abençoadas, o céu iluminado, e a humanidade foi libertada da amarga tirania do inimigo. “
Vemos o início de uma nova criação na Teofania.
As coisas estão sendo corrigidas.
Cristo veio não apenas para purificar e restaurar a humanidade, mas para nos adotar como herdeiros em seu Reino.
E quando recebemos Sua glória, não apenas somos redimidos, mas também atraímos toda a criação conosco para a restauração final.
É por isso que “a criação geme” em ansiosa expectativa, aguardando a glorificação dos filhos de Deus. (Rm 8)
No topo, o Espírito Santo está descendo sobre Jesus como uma pomba, o Espírito Santo é retratado em uma Mandorla.
“Desta maneira, O Pai, usando Seu próprio Espírito pré-eterno, consubstancial e subracelestial como Seu dedo, clamando e apontando do céu, declarou e proclamou abertamente a todos que aquele que estava sendo batizado por João no Jordão era Seu Filho amado, enquanto ao mesmo tempo manifestava Sua unidade com Ele.” (Gregório Palamas, Homilia 60, 15).
João Crisóstomo também enfatiza que os Evangelhos afirmam que os Céus foram abertos, o Espírito desce sobre nós para que possamos ascender com Cristo e o Espírito ao Pai no Céu.
Pela primeira vez desde a queda da humanidade, os Céus foram abertos para nós.
Os anjos do lado direito estão esperando para atendê-lo e vesti-lo depois que o batismo terminar.
João Batista, ao batizar Jesus, geralmente se volta para o outro lado ou olha para o Espírito descendo sobre Cristo.
Isso significa que a Teofania se refere à exaltação de Jesus Cristo.
Se esta fosse uma corrida olímpica, seria como se o Antigo Testamento (João Batista e todos os que o antecederam) estivesse passando o bastão para o Novo Testamento (Jesus Cristo e todos os santos).
Há um machado perto de João Batista, o que reflete seu aviso de que nossas vidas devem produzir o fruto do Espírito, caso contrário seremos removidos.
Jesus não foi submerso na água, pois a criação foi batizada Nele, e não o contrário.
Por fim, as pequenas criaturas estranhas montadas em peixes no fundo representam o Rio Jordão e o Mar, ambos fugindo ao ver algo muito maior e mais grandioso do que eles entrando na água.
Como dizem os Salmos:
Salmo 73, 14 – Tu firmaste o mar com o Teu poder, quebraste as cabeças dos dragões nas águas.
Salmo 76, 15 – As águas te viram, ó Deus, as águas te viram e se amedrontaram; os abismos se agitaram.
Salmo 113, 3 – O mar viu e fugiu, o Jordão voltou atrás.
Fonte 1: Texto traduzido de “Explicação do Ícone da Teofania”
All throughout the creation narrative in Genesis we see God creating and then saying it is “good.”
Man and woman were created together in God’s image. They were both beautiful, and while they lacked physical garments, they were clothed in the glory of the “image” and “likeness” of God.
However, when they fell into sin, they hid in shame until God brought them garments of skin to wear (which symbolizes the sinful tendency that now obscures our true nature).
Their natural beauty was transformed into an object of shame. Adam and Eve fell, and with them fell creation.
Now, enter Jesus Christ: he represents the second Adam (1 Cor 15).
In shame and nakedness, Adam hid. Yet Christ comes in his majesty, both as God and man, both in glory and nakedness completely unashamed, representing the beauty of the undefiled human made possible through Him (and in the subsequent centuries, Christians were often baptized without any clothing, shedding the garments of the “old man” to die in Christ and be resurrected in Him).
While Christ was baptized in the Jordan River, it was really the Jordan and all of creation that was baptized in Christ.
As Canticle Four of Compline of Theophany states, At Thine appearing in the body, the earth was sanctified, the waters blessed, the heaven enlightened, and mankind was set loose from the bitter tyranny of the enemy.
We see the beginning of a new creation in Theophany.
Things are being set right.
Christ has come not only to cleanse and restore mankind, but to adopt us as heirs into his Kingdom.
And when we receive His glory, not only are we redeemed, but we draw all of creation with us into the final restoration.
That is why “creation groans” in eager expectation, awaiting the glorification of the children of God. (Rom. 8)
At the top the Holy Spirit is descending upon Jesus as a dove, the Holy Spirit is depicted in a Mandorla.
“In this manner, The Father, using His own pre-eternal and consubstantial and subracelestial Spirit as His finger, crying out and point from heaven, openly declared and proclaimed to all that the one then being baptized by John in the Jordan was His beloved Son, while at the same time manifesting His unity with Him.” (St. Gregory Palamas, Homily 60.15).
St. John Chrysostom also emphasizes that the Gospels state the Heavens were opened, the Spirit descends upon us so that we can ascend with Christ and the Spirit to the Father in Heaven.
For the first time since the fall of mankind, the Heavens were opened to us.
The angels on the right side are waiting to attend and dress him after the baptism is over.
St. John the Baptist, while baptizing Jesus is usually turned away or looking at the Spirit descending upon Christ.
This signifies that Theophany is about elevating Jesus Christ.
If this were an Olympic race, it would be as if the Old Testament (John the Baptist and all before him) were passing the baton to the New Testament (Jesus Christ and all of the saints).
There is an axe near John the Baptist, which reflects his warning that our lives must bear the fruit of the Spirit or else we will be removed. We cannot get comfortable or spiritually lazy.
Jesus is not submerged in the water, for creation was baptized in Him, not vice versa.
Lastly, the strange little creatures riding fish at the bottom represent the Jordan River and the Sea, both fleeing at the sight of something much bigger and greater than themselves entering the water.
As the Psalms say:
Psalm 73:14 –Thou did establish the sea by Thy might, Thou did break the heads of the dragons in the water.
Psalm 76:15 – The waters saw Thee, O God, the waters saw Thee and were afraid; the abysses were troubled.
Psalm 113:3 – The sea beheld and fled, [the River] Jordan turned back.
Link dos artigos:
Link da fonte 1: https://www.orthodoxroad.com/theophany-icon-explained/
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