Asas de anjos – Carolina Duca Spachi – 2021
Os anjos têm asas? Relato de teorias teológicas em vídeos e textos.
Introdução
A concepção de anjos como seres espirituais é central em diversas tradições religiosas, especialmente nas religiões abraâmicas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
Uma das características mais frequentemente associadas a eles é a presença de asas. No entanto, essa visão está longe de ser consensual.
A seguir, exploraremos as teorias teológicas que defendem e refutam a ideia de que os anjos têm asas, citando fontes religiosas e interpretativas.
Teorias que afirmam que os anjos têm asas com base bíblica e judaico-cristã
A origem da imagem dos anjos com asas encontra-se principalmente na Bíblia Hebraica e na Bíblia Cristã.
Passagens como Isaías 6:2 descrevem criaturas celestiais conhecidas como serafins: “Serafins estavam acima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam.”
Essa descrição afirma explicitamente que certos tipos de seres angelicais possuem asas.
Outro exemplo ocorre em Ezequiel 1:6, onde os querubins são descritos como tendo quatro asas.
Esses relatos reforçam a ideia de que os anjos, ao menos em algumas manifestações ou tipos, são retratados com asas como símbolo de sua capacidade de se mover entre o reino celestial e o terrenal.
Iconografia cristã e arte sacra
Ao longo dos séculos, a arte cristã consolidou a imagem de anjos com asas. Pinturas renascentistas, esculturas barrocas e ilustrações modernas frequentemente apresentam anjos com asas brancas imponentes.
Essas representações visuais foram inspiradas por textos bíblicos e pela necessidade de criar uma conexão simbólica entre os anjos e os pássaros, que também são vistos como livres para se moverem pelo céu.
Teologia islâmica
No Islamismo, os anjos também são descritos como tendo asas.
O Alcorão menciona, no versículo 35:1: “Louvado seja Deus, criador dos céus e da terra, que fez os anjos mensageiros, com duas asas, três ou quatro.”
Essa referência é uma das mais explícitas nas escrituras religiosas, indicando que os anjos possuem asas em diferentes configurações.
Teorias que refutam a ideia de asas nos anjos – Natureza espiritual dos anjos
Muitos teólogos argumentam que os anjos são seres puramente espirituais e não possuem corpos físicos, incluindo asas.
Santo Agostinho, uma figura central na teologia cristã, sugeriu que os anjos não têm forma física e que as descrições bíblicas de asas devem ser interpretadas simbolicamente, como um sinal de sua rapidez ou capacidade de transcender dimensões.
Interpretação simbólica
A teoria simbólica é amplamente aceita entre estudiosos.
Segundo essa visão, as asas são uma metáfora para a mobilidade, liberdade e proximidade dos anjos com o divino.
Assim como as asas permitem que as aves voem, os anjos “voam” entre os mundos celestial e terrenal, mas não necessariamente em um sentido literal.
Essa interpretação busca conciliar os relatos bíblicos com a ideia de que os anjos são seres espirituais, não corpóreos.
Concepções no Judaísmo
No Judaísmo, embora existam descrições de seres celestiais com asas, como os querubins que adornavam a arca da aliança (Êxodo 25:20), muitos rabinos e estudiosos sugerem que esses elementos são alegóricos.
A Cabala, escola de misticismo judaico, frequentemente interpreta referências a asas como representações de energia divina ou atributos espirituais, em vez de características físicas.
Conclusão
A questão de os anjos terem asas permanece um tópico fascinante e debatido.
Enquanto fontes bíblicas e islâmicas fornecem descrições claras de asas, teólogos e estudiosos em diversas tradições religiosas frequentemente defendem uma interpretação simbólica.
Essas divergências refletem a riqueza e complexidade das tradições espirituais e teológicas, permitindo que cada indivíduo encontre significado nas imagens dos anjos, com ou sem asas.
Fonte: CoPilot
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