A Face de Cristo no Santo Sudário de Turim

Sobre a Obra

A Face de Cristo no Santo Sudário de Turim

Desenho de rosto de pessoa visto de perto

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Assista os documentários adiante para conhecer os detalhes do Sudário de Turim;

A imagem da Sagrada Face de Nosso Senhor Jesus Cristo é tirada de uma peça de linho de 4m, que envolveu o corpo do Senhor quando ele foi sepultado. A peça se chama Santo Sudário e fica em Turim, Itália. 

Existem várias promessas de Jesus feitas às pessoas que pararem por alguns momentos e contemplarem sua Face em espírito de oração. 

A imagem só foi revelada com mais detalhes e precisão com o advento da fotografia, principalmente do negativo fotográfico. Isso aconteceu pela primeira vez em 1898, quando o fotógrafo Secondo Pia viu os detalhes impressionantes da Imagem através do primeiro negativo fotográfico feito da Face de Cristo. 

A partir daí, muitos estudos foram feitos e hoje é possível saber o que significam os sinais contidos na imagem. Por isso, vamos conhecê-los.

As manchas brancas na testa e na cabeça de Cristo

Sabe-se hoje que estas manchas vistas no negativo fotográfico da Face de Cristo, são manchas de sangue. Mais precisamente, sangue AB, um tipo de sangue comum entre os judeus e, especialmente, entre os judeus da região da Galileia.

Os ferimentos causados pela coroa de espinhos

As manchas de sangue sobre a cabeça e a testa da face de Cristo atestam os relatos evangélicos da coroação de espinhos, uma das torturas às quais Jesus foi submetido. Estudos mais aprofundados mostraram que a “coroa de espinhos” cobriu todo o couro cabeludo de Jesus e não apenas “em volta” da cabeça, como, muitas vezes, foi representado.

Os olhos de Cristo

Os olhos de Cristo apresentam formas diferentes na Imagem da Sagrada face. Acredita-se, com base nas informações da imagem, que um dos espinhos furou o olho direito de Jesus, que aparece “murcho” na imagem. Já o olho esquerdo aparece inchado, certamente por consequência de um soco ou pancada sobre ele.

O nariz de Jesus

Na Sagrada Face, o nariz de Jesus aparece como que partido ao meio. Trata-se de uma fratura da cartilagem, como consequência de um soco ou de uma paulada que Jesus recebeu na casa do Sumo Sacerdote Caifás, antes de ser levado ao governador romano na Judéia, Pilatos. (Mt 26, 67)

A barba de Cristo

A barba de Cristo aparece mais curta no seu lado direito. Neste fato se cumpre uma profecia de Isaias, escrita setecentos anos antes: “Apresentei as costas àqueles que me feriam e minha face àqueles que me arrancavam a barba; não desviei o rosto dos ultrajes e dos escarros”. (Is 50,6)

A serenidade de Cristo

É impressionante como, em meio a todo o sofrimento a que foi submetido, a Face de Cristo apresenta serenidade e paz. Seu semblante é tranquilo. Não se parece com o de um homem que acabou de passar por tantos e tão atrozes sofrimentos. Contemplação. Por tudo isso, a Face de Cristo é um objeto de oração, de contemplação e de gratidão. Ela “fala” a todos nós. Ela revela os sofrimentos de Cristo. Revela também seu amor infinito por todos nós.

Promessas

Veja as promessas que Jesus fez à Irmã M. Pierina, em 1945, em Milão, Itália: “Toda vez que alguém contemplar a Minha Face, derramarei o Meu amor nos corações. 

E por meio da Minha Face obter-se-á a salvação de muitas almas” 

“Eu garantirei aos devotos, contrição tão perfeita que seus pecados serão transformados diante de Mim em joias de precioso ouro”. 

“Nenhum deles será afastado de Mim”. 

“Na oferenda de Minha Face ao Pai, eles terão acalmado Sua cólera e eles vão adquirir como com moeda celestial, o perdão por seus pecados”. 

“Eu abrirei Minha boca para pedir ao Pai para garantir todas as preces que eles Me apresentarem”. 

“Vou iluminá-los com Minha luz, e vou consumi-los com Meu amor”. 

Eu lhes darei frutos de boas obras. 

“Eles vão, como a piedosa Verônica, enxugar a Minha adorável Face ultrajada pelo pecado, e Eu vou imprimir Minha Divina Fisionomia em suas almas”. 

“Em suas mortes, vou renovar neles a imagem de Deus, apagada pelo pecado”. 

“Semelhante à Minha Face, eles brilharão mais do que muitos outros na vida eterna e o brilho da Minha Face vai enchê-los de prazer”

Oração à Sagrada Face (composta por Santa Terezinha do Menino Jesus)

“Oh, Jesus, que na Vossa crudelíssima Paixão Vos tornastes “o opróbrio dos homens e o homem das dores”, eu adoro a Vossa Divina Face sobre a qual resplandecem a beleza e ternura da Divindade e que agora se tornou para mim como a face de um “leproso” (Is. 53,4). 

Mas sob estes traços desfigurados reconheço o Vosso infinito amor e ardentemente desejo amar-Vos e fazer-Vos amar por todos os homens. 

As lágrimas que com tanta abundância correram dos Vossos olhos, se me afiguram quais pérolas preciosas, que eu quisera recolher para, com seu valor infinito, resgatar as almas dos pobres pecadores. 

Ó Jesus, Vossa Face é a única beleza que encanta o meu coração, de boa mente quero renunciar na terra à doçura do Vosso olhar e ao inefável ósculo de Vossa boca divina, mas suplico-Vos, imprimi em meu coração Vossa Divina Imagem, e inflamai-me com Vosso amor, a fim de que possa um dia contemplar a Vossa Face gloriosa no Céu. Amém.”

O SUDÁRIO DE TURIM: A ciência finalmente alcança a fé

Escrito por G. Maresca

Eis uma relíquia muito intrigante e única de seu tipo e a ironia de longa data é que existem legiões de cristãos professos que não têm ideia de como ela é, ou mesmo se existe.

O Sudário de Turim é reverenciado como a mortalha sagrada de Jesus Cristo e é sem dúvida a mais importante relíquia cristã.

A imagem no pano é como um negativo fotográfico exposto à luz que é um retrato detalhado de um homem crucificado. As especificidades históricas incluem a multidão de cortes da flagelação, o fluxo de sangue, a presença de moedas de Pôncio Pilatos nos olhos, as feridas nos pulsos e não nas mãos, a presença de um rabo de cavalo escorrendo pelas costas do homem, fragmentos de pólen exclusivos da região ao redor de Jerusalém são notavelmente precisos.

Alguns acreditam que o sudário é obra de um talentoso falsificador medieval, mas como o mais inteligente dos falsificadores medievais conseguiu acertar tantos detalhes e produzir, nada menos em negativo fotográfico, uma imagem que nenhum artista da época conseguiu? Mesmo vagamente capaz de criar?

Por quase um milênio, incontáveis ​​cristãos veneraram o Sudário como a autêntica veste funerária de Jesus. A Igreja Católica nunca declarou oficialmente que é o verdadeiro sudário de Cristo, embora afirme que este ícone inexplicável é digno de devoção cristã.

Durante séculos, o sudário foi guardado na Catedral de São João Batista em Turim, Itália. Ao longo dos anos, após milhares de horas de análise científica, o testemunho silencioso do sudário dos sofrimentos de nosso Senhor na cruz está finalmente sendo desvendado pela comunidade científica.

Em 1988, a Igreja deu aos cientistas permissão para testar um pedaço do sudário usando datação por radiocarbono. Os resultados mostraram datas variando de 1260 a 1390 DC.

No entanto, outros especialistas acreditam que essas descobertas foram distorcidas porque apenas um canto do sudário foi testado e tal amostra poderia ter feito parte de um reparo medieval ou ter sido contaminada ao longo do tempo pelo manuseio humano, bactérias ou monóxido de carbono.

Mais recentemente, outra equipe de pesquisadores em medição mecânica e térmica na Universidade de Pádua, na Itália, conduziu três testes na mesma amostra de 1988 usando luz infravermelha e espectroscopia Raman relacionada à voltagem. Os resultados datam o sudário entre 300 aC e 400 dC, que é certamente durante o tempo de Jesus.

Além disso, a Agência Italiana para Novas Tecnologias, Energia e Desenvolvimento Econômico Sustentável realizou experimentos nos últimos cinco anos e relatou que a potência total das radiações VUV necessárias para colorir instantaneamente a superfície do linho que corresponde a um ser humano de estatura e corpo médios é igual a 34 bilhões de watts. Além disso, a imagem contém propriedades tridimensionais nas intensidades variáveis ​​de seu sombreamento.

Mesmo com as maravilhas de toda a nossa tecnologia do século 21, a imagem no tecido não pode ser replicada. Por que algo com 2.000 anos de idade é tão irreprodutível?

Apesar do que céticos e críticos insistem, sua autenticidade permanece cientificamente plausível.

Como acontece com qualquer artefato religioso milagroso, o sudário certamente está sujeito a muitas dúvidas. A imagem parece retratar claramente Jesus envolto em linho depois de ser açoitado, crucificado, esfaqueado no lado e obrigado a usar uma coroa de espinhos.

Vivemos em um mundo saturado de mídia, onde nos comunicamos mais com imagens do que com palavras. Então, por que Deus não preservou a mortalha de Seu filho para o nosso tempo?

Existe um aplicativo Shroud 2.0 que é gratuito para usuários de iPad e iPhone e fornece uma visão aproximada do sudário que permite às pessoas ampliar várias seções do sudário que de outra forma não seriam possíveis e ler as passagens do Evangelho relacionadas a ele.

A imagem é a prova física do que aconteceu durante a crucificação e ressurreição. É para a humanidade apreciar, reconhecer e adorar.

HISTÓRIA: OS PRIMEIROS SÉCULOS 

Antes de 1353 não existem fontes históricas que se refiram diretamente ao Sudário, embora não faltem testemunhos importantes que permitiram reconstruir a história nos séculos que se seguiram à morte de Cristo. 

Os Evangelhos narram que após a morte de Jesus o túmulo foi encontrado vazio e silenciam sobre o destino de tão importante relíquia: pode-se levantar a hipótese de que o Sudário foi levado e guardado pelos Apóstolos, inicialmente em segredo, pois os tecidos que envolviam um cadáver (pelos hebreus era considerado impuro). 

Mais tarde, provavelmente após a destruição de Jerusalém em 131 d.C., a comunidade cristã proprietária do Sudário mudou-se para Edessa, a atual Urfa na Turquia, onde o Sudário se tornou objeto de culto e ficou conhecido como o manto de Jesus, Acheiropoietos” (não feitos por mãos humanas). 

Em 212, o imperador romano Caracalla invadiu a cidade e a comunidade cristã, devido à perseguição, foi obrigada a passar à clandestinidade, levando consigo o tecido do qual não havia mais testemunhos há séculos.

A HISTÓRIA: DE EDESSA A CONSTANTINOPLA 

A tradição diz que o pano “Acheiropoietos” foi encontrado em 544 numa cavidade nas ruínas das muralhas de Edessa durante o cerco dos Persas. Sua descoberta, um acontecimento extraordinário, que inspirou toda a iconografia posterior do rosto de Cristo, que a partir de então foi representado por barba, bigode e cabelos compridos. 

Um exemplo é o Cristo Pantocrator do Sinai, que remonta ao século IV. (Figura 1). Em 638 a cidade foi invadida pelos árabes e o famoso Sudário ficou conhecido pelo nome árabe de mandylion (lenço), já que naquele período era dobrado e fechado em um relicário onde só se via o rosto. 

Em 942, o povo bizantino reconquistou Edessa pagando um preço altíssimo para recuperar o lençol que, transferido dois anos depois para a capital de Constantinopla, foi venerado e exibido às delegações estrangeiras que visitaram a cidade: entre estas últimas, estava o húngaro que em 1150 o representou no Código de Oração  hoje guardado em Budapeste. 

Em 1204, os cruzados devastaram Constantinopla saqueando relíquias e tesouros (causando a excomunhão do Papa), mas todos os vestígios do Sudário foram perdidos. 

Em confirmação disto está o testemunho direto de um cruzado cujo nome foi Robert de Clary que, em sua história, nos conta que o tecido havia desaparecido.

A HISTÓRIA: O APARECIMENTO NA EUROPA 

O tecido reaparece em 1353 durante uma exposição pública em circunstâncias pouco claras, em Lirey, França, 190 km a sudeste de Paris. A partir deste momento começa a história segura e documentada do Sindone. 

Seu proprietário era Geoffroy de Charny, parente de um cavaleiro Templário de mesmo nome queimado na fogueira 40 anos antes e talvez descendente do cruzado Robert de Clary (o Clary). 

A semelhança é evidente: pode-se levantar a hipótese de que se trata do mesmo sobrenome modificado por um erro de transcrição. 

Tudo isto sustenta a tese de que no século e meio em que desapareceu, o sudário era guardada pela Ordem dos Templários por quem era venerada secretamente (se a tivessem revelado teriam sido excomungados pelo Papa), até a sua dissolução em 1314. 

Em 1453, os membros da família de Charny venderam o Sindone aos Sabovas que o colocaram na Sainte-Chapelle di Chambéry. 

Aqui em 1532, devido a um terrível incêndio, a mortalha correu o risco de ser destruída: devido à altíssima temperatura, de fato, a prata da vitrine derreteu e algumas gotas danificaram o Sindone (que não pegou fogo devido a falta de oxigênio dentro da própria vitrine). O tecido depois foi reparado em 1534 pelas freiras Clarissas com pedaços triangulares de linho costurados.

A PRIMEIRA FOTOGRAFIA 

Até o final do século XIX, poucos conheciam o Sudário e sua imagem nunca havia sido reproduzida ou filmada com meios científicos. Durante a exposição de 1898, o advogado Secondo Pia foi contratado pela primeira vez para fotografar o tecido com uma máquina fotográfica. 

Assim, ao revelar a chapa fez uma descoberta extraordinária: a imagem do Sindone era em si um “negativo natural” enquanto o negativo fotográfico mostrava na verdade a imagem em positivo. Muitos não acreditaram, mas em 1931 Giuseppe Enrie tirou outras fotos com o mesmo resultado, confirmando a descoberta de Pia.

MOEDAS E PÓLENES 

Desde a primeira foto de Secondo Pia, com o passar dos anos, o Sindone torna-se cada vez mais objeto de atenção por parte de investigadores e cientistas. 

Uma descoberta importante está relacionada com a marca de duas moedas que foram colocadas nas pálpebras do cadáver: o dilepton lituus e o lepton simpulum, que datam da época do imperador Tibério, cunhado por Pôncio Pilatos entre 24 e 30 DC.

Além disso, foi encontrada no tecido a presença de alguns pólens de várias plantas típicas da Palestina e da Ásia Menor. Tudo isto é compatível com a origem do Médio Oriente e com o percurso do Sindone antes da sua chegada à Europa.

TEORIAS SOBRE FORMAÇÃO DE IMAGEM

Até o momento, ainda não existe uma explicação exaustiva que esclareça a forma como se formou a figura do Sindone, uma vez que nenhum experimento deu o resultado que nela pode ser observado.

As principais teorias são substancialmente duas: o “gráfico de vapor” e o “radiante”.

A primeira afirma que a imagem teria sido formada por uma série de reações químicas entre as emissões do cadáver do corpo e o tecido impregnado de aromas diversos, incluindo babosa e mirra; a segunda afirma, porém, que a imagem é resultado de um raio instantâneo ocorrido no momento da ressurreição como consequência que não pode ser reproduzida por meios científicos. 

O processo de formação da imagem ainda está envolto em mistério.

Seráfia (Verônica) e o sudário 

Seráfia era prima de João Batista; pois o pai era filho do irmão do pai de Zacarias. Era natural de Jerusalém. 

Quando Maria foi levada à comunidade das virgens do Templo, ainda menina de 4 anos apenas, vi Joaquim e Ana entrarem na casa paterna de Zacarias, não longe do mercado de peixe. 

Morava ali um velho parente de Zacarias; talvez fosse o tio do mesmo e avô de Seráfia, a qual vi nesse tempo já muito mais velha do que Maria; podia ter cinco anos mais. Também na festa dos esponsais de Maria e José, a vi mais velha do que a SS. Virgem. 

Era também parente do velho Simeão, que profetizou no Templo, por ocasião da Apresentação de Jesus e desde a infância era amigo dos filhos do venerando ancião, os quais tinham, já há muito tempo, como o pai, ardente desejo da vinda do Messias, como também Seráfia. 

Esta esperança de salvação conservava-se entre muitos homens bons daquele tempo, como um secreto amor; os contemporâneos não o pressentiam absolutamente. 

Quando Jesus, então menino de doze anos, ficou em Jerusalém, para ensinar no Templo, vi Seráfia mais velha do que a Mãe de Jesus e ainda solteira. Mandava comida para Jesus, a um albergue fora de Jerusalém, onde Ele se hospedava, nas horas em que não estava no Templo. 

Essa hospedaria, situada a quinze minutos de caminho na direção de Belém, era a mesma em que Maria e José ficaram um dia e duas noites, com um casal de velhos, quando, depois do nascimento de Jesus, foram de Belém ao Templo, para apresentar o Menino Jesus. 

Aquele casal de velhos eram Essênios, a mulher era parente de Joana Cuza. Conheciam a Sagrada Família e Jesus. Essa albergaria era um estabelecimento destinado aos pobres; Jesus e os discípulos alojavam-se muitas vezes ali e vi que nos últimos tempos da vida terrena do Salvador, quando estava ensinando no Templo, Seráfia mandava várias vezes comida para lá. Mas naquele tempo eram outros os proprietários do albergue. 

Seráfia casou-se tarde; o marido, Sirach, descendente da casta Suzana, era membro do Conselho do Templo. Como, a princípio, tinha prevenção contra Jesus, Seráfia tinha muito que sofrer por causa das íntimas relações que mantinha com Jesus e as santas mulheres. Até foi várias vezes presa pelo marido num subterrâneo, durante bastante tempo. 

Convertido por Nicodemos e José de Arimatéia, diminuiu essa aversão e permitiu à mulher que seguisse a doutrina de Jesus. Diante do tribunal de Caifás, deu com Nicodemos, José de Arimatéia e outros bem intencionados, o voto a favor de Nosso Senhor e abandonou com eles o Sinédrio. 

Seráfia era ainda uma bela e forte mulher, mas já devia ter mais de 50 anos. 

Na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, que celebramos no Domingo de Ramos, eu a vi com uma criança ao colo, entre outras mulheres, tirando o véu da cabeça e estendendo-o com respeito e alegria no caminho. 

Era o mesmo pano que apresentou ao Senhor, num outro cortejo mais triste, mas também mais vitorioso, para lhe aliviar os padecimentos; o mesmo véu que deu à compassiva dona o nome novo e triunfal de Verônica e que é agora objeto de veneração pública na Igreja. 

No terceiro ano depois da ascensão de Jesus, mandou o imperador romano um dos seus homens a Jerusalém, para juntar todos os testemunhos e boatos sobre a morte e a ressurreição de Jesus. 

Esse homem trouxe consigo a Roma Nicodemos, Seráfia e um parente do Joana Cuza, o discípulo Epafras. Este último era um criado muito singelo dos discípulos, que antes tinha sido empregado e moço de recados dos sacerdotes no Templo. Vira Jesus, logo depois da ressurreição, junto com os Apóstolos, no Cenáculo, nos primeiros dias e também muitas vezes, em outras ocasiões. 

Vi Verônica no palácio do imperador, que estava doente. O leito imperial era elevado alguns degraus acima do assoalho, tinha uma grande cortina. O quarto era quadrangular, mas não muito espaçoso; não vi janelas, mas a luz entrava no quarto pelo teto, do qual pendiam cordões, pelos quais se podiam abrir e fechar válvulas e ventiladores. 

O imperador estava só; os criados estavam na antecâmara. Vi que Verônica tinha consigo, além do sudário, ainda uma mortalha de Jesus e que estendeu o sudário diante do imperador. 

Era uma faixa longa e estreita, que antigamente usava como mantilha na cabeça e no pescoço. O retrato do rosto de Jesus achava-se na extremidade do véu. 

Quando o apresentou ao imperador, segurou com a mão a parte mais longa, que pendia para baixo. 

O rosto de Jesus não era como uma simples pintura, mas impresso no pano com sangue; também era mais largo que num retrato comum, porque o pano cobria todo o rosto. 

Na mortalha que Verônica trouxera consigo, vi a impressão do corpo flagelado de Jesus; creio que era um dos panos sobre os quais fora colocado, antes de 

ser sepultado. 

Não vi que o imperador tocasse ou fosse tocado com esses panos. Mas recebeu 

a saúde só de os ver. 

Queria que Verônica ficasse em Roma; queria dar-lhe como recompensa uma casa, campos e bons empregados; mas a piedosa cristã só desejava voltar para Jerusalém e morrer onde Jesus morrera. 

Vi também que voltou, com os companheiros, para Jerusalém e que na perseguição dos cristãos, quando Lázaro e as irmãs foram expulsos para o exílio, fugiu com algumas outras mulheres, mas foi presa e lançada num cárcere. 

Aí morreu de fome, como mártir da verdade, por Jesus Cristo, a quem tantas vezes alimentara com pão terrestre e que a alimentara com sua Carne e seu Sangue para a vida eterna. 

Lembro-me mais em geral de ter visto uma vez, já há algum tempo, que o sudário de Verônica ficou com as santas mulheres, após a morte dela e que o discípulo Tadeu o levou consigo para Edessa e lá, como também em outros lugares, fazia milagres por meio dele, que também veio para Constantinopla e depois, por intermédio dos Apóstolos, se tornou propriedade da Igreja. 

Creio ter visto uma vez que está em Turim, onde também está a mortalha de Jesus; mas naquele tempo vi a história de todos os panos santos, que se me confundiu na memória. 

Também hoje vi ainda muita coisa de Verônica ou Seráfia, o que, porém, não conto, porque não tenho uma recordação clara.” 

Outra vez narra Catharina Emmerich: “A respeito do sudário, vi que era um pano como naquele tempo costumavam usar no pescoço e às vezes um segundo sobre os ombros. Verônica tinha um igual sobre os ombros, no caminho da cruz. Oferecer um tal pano, era sinal de compaixão e de tomar parte na tristeza ou no luto. Verônica, vendo o Senhor tão machucado e sangrento, correu para lhe enxugar o rosto, que se lhe imprimiu num lado do pano, com o sangue das feridas da testa e de todo o rosto. Verônica nunca esteve pessoalmente em Roma. 

O sudário ficou com as santas mulheres; quando Marta e Madalena foram exiladas para Massília, recebeu-o a Mãe de Deus, da qual veio, por meio dos Apóstolos, para Roma. 

Nessa perseguição de Lázaro e das irmãs, também Verônica, que era uma bela e esbelta mulher, junto com outras mulheres, foi muito perseguida. Fugiram, mas foram alcançadas e presas e Verônica morreu de fome no cárcere.

Fonte: Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus – Anne Catherine Emmerich

LA HISTORIA: LOS PRIMEROS SIGLOS

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