A fuga da família sagrada para o Egito – ícone maravilhoso com Jesus com cabelos resplandecentes

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A fuga da família sagrada para o Egito – ícone maravilhoso com Jesus com cabelos resplandecentes
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Capítulo 2. Da família altamente privilegiada de Nosso Senhor

Fonte: VIDA, PAIXÃO E GLORIFICAÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS”: As meditações de Anna Catharina Emmerich (1820-1823)

O evangelista S. Mateus começa a genealogia do Divino Salvador, segundo a sua humanidade, com as seguintes palavras “Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.”

Reduz assim a linhagem do Salvador a Abraão, o pai do povo de Israel. Jesus descendeu dele por Judá e Davi; era, portanto, da tribo de Judá e da família real de Davi.

Catharina Emmerich narra a seguinte visão:

“Vi a linhagem do messias dividir-se em Davi em dois ramos. A direita passou a linha através de Salomão, acabando em Jacó, pai de José, esposo de Maria.

Essa linha corria em direção mais alta; partia em geral da boca e era inteiramente branca, sem cores. As pessoas ao lado da linha eram todas mais altas do que as da linha oposta. Todas seguravam na mão uma haste de flor, do tamanho de um braço, com folhas semelhantes às da palmeira, que se dependuravam em volta do ramo. Na ponta da haste havia uma flor campanada, branca, com 5 estames amarelos, que espalhavam um pó fino.

Três membros desta linha, antes do meio, contados de cima, estavam eliminados, enegrecidos e ressequidos. As flores variavam em tamanho, beleza e vigor; a de José era de grande pureza, com as pétalas frescas e brancas, era a mais bela. Vi esta linha unir-se pelo fim com a linha oposta, por um raio luzido; a significação sobrenatural e misteriosa desse raio me foi revelada: referia-se mais à alma e menos à carne; tinha algo da significação de Salomão; não sei explicá-lo bem.

A linha da esquerda passou de Davi por Natan até Helí, que é o verdadeiro nome de Joaquim, pois recebeu este nome só mais tarde, como Abrão o de Abraão.

Eu sabia o motivo desta troca e sabê-lo-ei talvez de novo. José foi chamado muitas vezes nas minhas visões “filho de HeIí”.

Toda essa linha vi passar mais baixo; tinha diversas cores e manchas cá e lá, mas saia depois mais clara.

Era vermelha, amarela e branca; não havia azul. As pessoas ao lado eram menos altas do que as do lado oposto; tinham ramos mais curtos, pendentes para o lado, com folhas verde-amarelas e dentadas, os quais rematavam em um botão avermelhado, da cor da rosa silvestre; em parte estavam vigorosos: em outra parte murchos; o botão não era tanto um botão de flor, mas um ovário e sempre fechado.

Sant’Ana descendeu, pelo pai, da tribo de Leví, pela mãe, da de Benjamin. Vi alguns de seus avós carregarem a Arca da Aliança, mui piedosos e devotos e notei que receberam nessa ocasião raios do mistério, os quais se lhe referiam à descendência: Ana e Maria.
Vi sempre muitos sacerdotes freqüentarem a casa paterna de Ana, como também a de Joaquim; dai o parentesco com Isabel e Zacarias.

No ramo de Salomão havia diversas lacunas; os frutos, estavam mais separados, mas as figuras eram maiores e mais espirituais. As duas linhas tocaram-se várias vezes; três ou quatro membros, talvez, antes de Helí, se cruzaram, acabando afinal em cima, com a SS. Virgem Maria. Creio que nesses cruzamentos já vi principiar o sangue da SS. Virgem.”

Os membros eliminados significam provavelmente ascendentes pecaminosos do Salvador. Se bem que Ele mesmo seja o “Santo dos Santos” e também tenha por Mãe uma Virgem Imaculada e por pai nutrício S. José, houve, todavia, pecadores e pecadoras entre os seus antepassados, por exemplo, o rei

Salomão, Asa, Joram, Achaz, Manasses, Tamar e Betsabé; até duas pagãs: Racháb e Rut. Com certeza Jesus assim o permitiu, para manifestar a sua misericórdia e o seu amor para com os pecadores e também a intenção que tinha, de fazer participar da Redenção os gentios e conduzí-Ios à eterna bem-aventurança.

Segundo as narrações de Anna Catharina Emmerich, eram os avós de Maria Santíssima piedosos Israelitas, que estavam em íntimas relações com os essenos, os quais formavam uma espécie de ordem religiosa.

“Vi os avós da SS.Virgem, conta Anna Catharina, gente extraordinariamente piedosa e simples, que alimentava secretamente o vivo desejo da vinda do Messias prometido. Vi-os levar uma vida mortificada; os casados muitas vezes fizeram a promessa de mútua continência durante certo tempo.

Eram tão piedosos, tão cheios de amor a Deus, que os vi freqüentemente sozinhos no campo deserto, de dia e também de noite, clamando por Deus com um desejo tão veemente, que arrancavam as vestes do peito, como para deixar que Deus entrasse pelos raios do sol, ou como para saciar com o brilho da lua e das estrelas a sede que os devorava, do cumprimento da promissão.”

Segundo Anna Catharina, chamava-se Emorun a avó de Sant’Ana e teve do matrimônio com Stolanus três filhas, uma das quais Isméria, foi mais tarde a mãe de Sant’Ana. Ana tinha uma irmã mais velha, chamada Sobe e uma mais moça, com o nome de Maharha e uma terceira, que era casada com um pastor.

O pai de Ana, de nome Eliud, era da tribo de Leví, ao passo que a mãe pertencia à tribo de Benjamin. Ana nasceu em Belém, mas os pais foram depois viver em Seforis, perto de Nazaré.

Após a morte de Isméria, Eliud morava no vale de Zabulon. Ali se encontraram Ana e Joaquim e travaram conhecimento. O pai de Joaquim, Matthat, era o segundo irmão de Jacó, pai de S. José. Joaquim, cujo nome legitimo era Helí, e José eram descendentes, pelo lado paterno, da estirpe real de Davi.

Joaquim e Ana, depois de casados, levaram uma vida piedosa e benfazeja, primeiro em casa do pai, Eliud, depois em Nazaré.

A filha mais velha recebeu o nome de Maria Helí; conheceram, porém, que esta não era a filha da promissão.

Ana e Joaquim rezavam muitas vezes com grande devoção e davam muitas esmolas. Assim viveram 19 anos depois do nascimento da primeira filha, em contínuo desejo da filha prometida e em crescente tristeza. Além disso ainda eram insultados pelo povo.

Quando um dia Joaquim quis oferecer um sacrifício no Templo, recusou-o o sacerdote, repreendendo-o por sua esterilidade.

Joaquim, muito abatido, não voltou a Nazaré, mas viveu cinco semanas escondido, com os rebanhos, ao pé do monte Hermon.

Com isso aumentou ainda a tristeza de Ana, que chorou e rezou muito. Um dia, quando rezava com grande aflição, eis que lhe apareceu um Anjo, anunciando-lhe que Deus lhe ouvira a oração. Mandou-a ir a Jerusalém, onde se encontraria com Joaquim na Porta Áurea.

Na noite seguinte lhe apareceu de novo um Anjo, dizendo que conceberia uma filha santa; e escreveu o nome de Maria na parede.
José e Joaquim tinham a mesma avó. Depois da morte do primeiro marido. Matan, pai de Jacó, ela se casou com Leví.

Dessa união nasceu Matthat, pai de Joaquim.

Joaquim teve também a aparição de um Anjo; foi por isso ao Templo, ofereceu um sacrifício e recebeu nessa ocasião a bênção da promissão ou o santo da Arca da Aliança.

Ana e Joaquim encontraram-se na Porta Áurea, transbordando de alegria e felicidade. Ali, diz Catharina Emmerich, lhes veio aquela abundância da divina graça, pela qual Maria recebeu a existência, somente pela santa obediência e pelo puro amor de Deus, sem qualquer impureza dos pais.” Desse modo, após muitos anos de oração fervorosa, alcançou esse santo casal, Joaquim e Ana, aquela pureza e santidade, que os tomou aptos para receberem, sem o fomento da concupiscência, a santa filha, que foi escolhida por Deus para ser a Mãe do Redentor.
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