O Nascimento de Jesus

Sobre a Obra

Assista os documentários sobre o nascimento de Jesus Cristo / Watch the documentars about the the nativity of Jesus Christ:

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Ícone do Nascimento do menino Jesus

Toda vez que vemos ícone do nascimento devemos refletir sobre como devemos orar e devemos ter Panagia (a Virgem Maria) em nossas orações, devemos tentar orar como Ela orava, de forma pura e consistente.

Devemos buscar ter Panagia como intercessora de nossos pedidos a Deus, e para isto devemos orar com o fundo do coração para que a mãe de Deus nos salve e nos proteja.

A Virgem Maria nos apresenta o caminho da Salvação, Ela que é maior que os arcanjos, querubins e serubins e todo este poder foi conquistado por sua extrema humildade e obediência a Deus.

Vivendo o Natal

Este trecho do artigo foca na apresentação dos papéis de Maria (Panagia), São José e do menino Jesus.

E também discorrerá como se pode viver a Natividade de uma forma a agradar a Deus, apresentando os personagens do Natal.

Panagia – A Virgem Maria ou Theotokos  – a mãe de Deus!

A jornada de Panagia na natividade começou em sua infância, na apresentação no templo, apesar dos eventos de sua infância não parecerem ter relevância, eles foram primordiais na formação da mulher santa que esta se tornaria.

Uma pessoa valiosa para conter aquele que é o Deus que não se contém.

Na idade de 3 anos, Panagia foi dedicada ao templo de Jerusalém, aonde ela orou incessantemente e foi guiada e alimentada pelos anjos.

É claro que desde o começo de sua vida, Panagia louvava a Deus.

Ela era uma oferenda santa para Ele e na festa da Entrada de Panagia no Templo, em 21 de novembro, bem próximo do Natal, nos lembra que Maria foi uma revelação espiritual no templo, que fortificou seu caráter para prepará-la para exercer sua função de receptora do futuro Deus.

Desde a sua vida no templo, Panagia imitou a vida dos anjos, obtendo todas as virtudes.

São Nicodemos, o Hagiorita, destaca que:

“Panagia nunca pecou, nunca mesmo sequer um pensamento mau. Em vez disto, ela era plena e reverente em tudo.

Falou poucas palavras mas foi rápida para obedecer com gentileza e respeito a todos.

Quando Panagia estava para sair do templo, ela ficou noiva do justo José. E a Anunciação do Senhor ocorreu 4 meses após, quando o Arcanjo Gabriel apareceu e fez a bendita anunciação.

São João de Chrisostomo, citado no documentário Nativity of Christ, declara que:

“Panagia foi favorecida por Deus por sua humildade e atraiu a graça divina”. E na resposta desta, vemos como esta foi extremamente modesta e obediente.”

Na verdade, Panagia sempre demonstrou especial obediência a Deus, levando em consideração que ela seria perseguida e apedrejada se a vida dela como mãe sem pai fosse descoberta.

Panagia sem hesitar obedece e se submete com prazer a vontade de Deus.

Panagia foi a mulher mais abençoada que já viveu, por conta de sua  completa vontade de receber a graça de Deus, e de ouvir a palavra de Deus e a guardar.

Por estas razões, Ela foi considerada digna de ser a mãe de Nosso Senhor.

Em nenhum momento em sua viagem para Belém, Panagia reclamou.

Ela aceitou a vontade de Deus em total humildade e esta humildade não terminou no nascimento.

Panagia sabia de todas as profecias sobre seu Filho.

Ela sabia que era o fogo que não se apagava, que ela era os ramos da árvore de Jessé.

Por meio delas, vimos as rotas da verdade.

A despeito da radiante glória de Theotokos, vamos destacar agora a presença de outra figura gloriosa na história do Nascimento.

São José, o pai de Jesus

São José foi um dos únicos que sabia que Panagia concebeu a Cristo de forma virginal por conta do Espírito Santo.

José tomou conta dela e de acordo com São Teófilo, o Estranho:

Foi por esta razão que Deus permitiu que a Virgem casasse com São José, e assim este poderia ser o guardião dela.

Mas o papel de José na natividade é mais do que ativamente evitar as tentações ao lado dele que o chamavam para ver a gravidez da Virgem Maria como algo além de divino.

E mesmo antes de perceber que a concepção se dava por conta do Espírito Santo, São José foi bom e misericordioso.

São João Chrisóstomo ressalta que:

“Vejo um homem sob autocontrole e livre da mais tirânica das paixões. Pois você sabe quão grande é o ciúme…

São José se comporta agora de acordo com uma regra superior à lei…

Ele não acusou nem repreendeu, mas apenas pensou em abandoná-la.”

“Não só São José não deixou Maria em desgraça alegada de adultério, mas a salvou da pena de morte”.

E a função de São José não terminou no nascimento.

São João Chrisóstomo novamente destaca:

“José, ao ouvir essas coisas, não se ofendeu, nem disse: “Isto é difícil de entender: você não disse há pouco que Ele deveria salvar o seu povo?” e agora Ele não salva nem a si mesmo: mas devemos fugir, e ir para longe de casa, e ficar muito tempo longe…

Não, nenhuma dessas coisas ele diz (pois o homem foi fiel): nem ele está curioso sobre a hora de seu retorno…

Ele simplesmente se submete e obedece, passando por todas as provações com alegria.”

O Menino Jesus

“Na verdade, a criança suporta sua mãe e protege seu pai, assim como suporta a todos nós e aqueles que são obedientes a sua vontade.

O menino Jesus foi obediente para aceitar a vontade dos seus pais com alegria.

A jornada de Cristo na Natividade começa com a queda de Adão e Eva e a expulsão destes do paraíso.

Foi a entrada do pecado no mundo que levou a criança pré-eterna, a Luz verdadeira da luz verdadeira, o Deus verdadeiro do Deus verdadeiro, a se encarnar e virar humano.

É por meio do estranho milagre da Natividade que nossa igreja pergunta:

Como aquele que não pode ser medido, está contido no ventre de Maria?

E assim Deus se fez homem para que o homem se faça Deus por meio da graça, diria Santo Atanásio.”

O menino Jesus nasceu de seu amor e nós devemos amá-lo e ao resto da humanidade, que foi feita em sua imagem.

São Villaret de Mascou disse que:

“Ele nasceu na Terra não para viver, pois não era para a vida que Seu nascimento terreno era necessário.

Não, Ele veio para morrer, para mergulhar o nascimento celestial no próprio Inferno, para dar à luz a vida da morte, para liberar os filhos do Céu no Inferno, para nos salvar da perdição”

E isto pode nos ser visto pela roupa embalsamada que cobre o menino Jesus, que os padres comparam com a túnica após a crucificação.

Ele nasceu cercado por animais, normalmente um burro e uma vaca, animais que eram representações dos pagãos, na cidade de Belém, tornando realidade todas as profecias do Antigo Testamento.

O jeito que Cristo veio nos mostra que Ele foi realmente Deus, como Isaías profetizou, Ele nasceu de uma Virgem.

Ele nasceu entre dois animais em Belém, cidade de David, cumprindo as profecias do Antigo Testamento.

Seu nascimento é caracterizado por diversos outros símbolos que o previram.

O fogo que queimava mas não era consumido.

A figura de Melquisedeque.

 O Nascimento de Cristo não enfatiza sua divindade. E sim a sua simplicidade.

E como Ele poderia ter sua humanidade sem ter se tornado como nós em todos os sentidos. Por isso, ele passou pela infância e quis nascer numa caverna.

Para mencionar São Paulo na Epístola aos Fenícios:

“Ele se fez sem reputação, na forma de um servente e foi feito como o homem.”

Por isso, mencionando São Villaret de Moscou:

“A tua Belém pessoal está selada na Sua humildade. O sinal interior do nosso despertar para a salvação manifesta-se no sinal exterior do Salvador recém-nascido”.

Seguindo o exemplo de Cristo, nós também devemos adotar sua simplicidade e humildade.

Como isto pode ser atingido?

São Gregório, o Teólogo, pode nos explicar de forma poética, o amor a Cristo, e como pedir glórias a Ele, e amor pelo resto da humidade:

“Este é o nosso presente Festival: É isto que estamos celebrando hoje, a Vinda de Deus ao Homem, para que possamos sair, ou melhor (pois esta é a expressão mais apropriada) para que possamos voltar para Deus. 

Assim, saindo do velho homem, podemos revestir-nos do Novo; e para que, assim como morremos em Adão, possamos viver em Cristo, nascendo com Cristo e crucificados com Ele, e sepultados com Ele e ressuscitando com Ele.”

São Gregório, o Teólogo, em sua oração da Natividade fez a seguinte exaltação:

“Cristo nasceu, glorifica-O. Cristo do céu, sai ao seu encontro. Cristo na terra; sede exaltado.

Cantai ao Senhor de toda a terra; e para que eu possa unir ambos em uma palavra:

Alegrem-se os céus, e alegre-se a terra, por Aquele que é do céu e depois da Terra”.

Viver a Natividade significa se jubilar com isto.

São Teófalo, o recluso concordou que o Natal deveria ser um dia de júbilo para aqueles que entram em comunhão como Senhor recebendo liberdade, cura e paz.

Entretanto, este não é o caso daqueles que vivem no mundo do pecado.

Ele enfatiza que aqueles que querem ser pegos em êxtase divino, que são propiciados nas festas litúrgicas, acabam por nos afastar de Deus.

Então, devemos viver o Nascimento priorizando Deus.

Aqueles que admiram o ícone devem se preparar devidamente, priorizando jejuns, leitura da bíblia e dos livros dos santos e hinos, participar na santa missa, confessar e orar com frequência, e sem distrações, mesmo no tempo pós Natal..

Deus deu seu último e melhor presente para a humanidade e em seu amor por nós, nos proveu com seu Filho gerado e não criado, a quem devemos amar junto com a humanidade, a qual feita com a sua imagem, assim não pereceremos.

Devemos levar nossas vidas em conjunção com os valores do Natal todo o ano e levar para os outros com amizade e perdão.

Todos nós recebemos presentes e dons de Deus.

Os talentos que nascemos com e os quais cultivamos e que devemos os passar adiante.

Podemos fazer o mesmo com os dons que nos foram dados. Como podemos dividi-los? Como podemos dar nosso tempo?

Estes dons nos ajudam a viver pelo Espírito do Nascimento de Jesus, que é o amor de Cristo, que pode continuar conosco por todo o ano.

É apenas por meio da humildade que nós podemos viver no objetivo da festa que é renovada na perfeição de Cristo.

Para atingir isto, podemos nos confessar de todo o coração, os nossos pecados, com intenção real de se amendar, significando que nos corrigimos de nosso passado pecaminoso.

Após a queda de Adão e Eva, Cristo veio a Terra, foi crucificado e ressuscitou para assegurar um novo começo para a humanidade.

São Ambrósio de Milão disse que:

“Ele foi uma criança e um bebê para mostrar que você pode ser um ser humano perfeito”, por meio do arrependimento e nos ajudar a viver a Natividade e mesmo após esta data se aperfeiçoar em Cristo.”

O nascimento de Jesus é marcado por diversos outros símbolos que prefiguram até mesmo a sua crucificação e ressureição, como por exemplo o fato de que o menino recém nascido aparece como que embalsamado.

Em alguns ícones é comum o fogo que não se apaga “burning bush” configurar indicando o nascimento do verbo divino.

A manjedoura do menino Deus está cercada por animais, normalmente um burro e uma vaca, animais que eram representações dos pagãos.

Fonte: Texto aprimorado do Filme:

Living the Nativity (youtube.com), Greek Orthodox Christian Society of Sidney.

Testemunhas do Natal

Irmãos,

Contemplamos agora um grande e maravilhoso mistério.

Pastores com gritos de alegria vieram como mensageiros para os filhos da humanidade.

Não como pastores com seus rebanhos conversando e não no campo de suas ovelhas brincando.

Mas, na cidade de Davi, Belém, e entoam canções espirituais e hinos angélicos, exclamando a glória de Deus!

Os querubins e serafins do céu cantaram louvores para a Glória de Deus:

Santo, Santo, Santo!

Juntos, todos vamos celebrar com alegria esta festa de Natal!

Contemplando a Deus sobre Terra e a humanidade na Terra entre os céus!

São Gregório, o Poeta das Maravilhas, Citado no Filme: Witnessing the Nativity (youtube.com) – Greek Orthodox Christian Society of Sidney.

Com esta poesia de São Gregório, somos convidados a meditar sobre as pessoas que estiveram presentes e seus papéis na natividade, as verdadeiras testemunhas do Natal.

Em especial, os anjos e os pastores.

Os Anjos

Um anjo proclamou a boa nova e os demais glorificavam ao Senhor!

E todos jubilaram nos céus e os anjos jubilaram por conta da Salvação.

Se os anjos ficam felizes com a salvação de um homem, quanto mais ficarão felizes com o nascimento de Cristo, que veio para redimir toda a Humanidade.

Este júbilo parece que se perdeu para nós. Nos acostumamos com o Natal como um feriado.

Em vez disto, vamos nos inspirar no modo angélico de pensar.

Vamos glorificar a Deus e jubilar por tudo que nos foi dado, por meio do nascimento de seu filho e nosso Deus.

As palavras que foram escolhidas pelos anjos:

“Glória a Deus nas alturas” e “Paz na Terra para todos os homens”, nos fala para glorificar a Deus primeiro, e também para nos mostrar o que virá com o nascimento de Cristo, em especial:

“Paz na Terra e Bençãos para Todos os Homens.”

E é esta Paz que faltou no mundo caído do pecado original.

São Cyril de Alexandria comentou que

“Nós, seres miseráveis, por termos estabelecido nossas próprias concupiscências em oposição à vontade de nosso Senhor, nos colocamos na posição de seus inimigos.

Cristo aboliu isso.

“Pois ele é a nossa paz” e nos uniu por si mesmo para Deus Pai.

Ele tirou do meio a causa da inimizade e assim nos justifica pela fé, nos torna santos e irrepreensíveis, e chama para perto dele aqueles que estavam longe.”

São Gregory de Palamas disse que:

“Deus está bravo com os seres humanos e nos sujeitou a terríveis maldições, veio em carne, concedendo-lhe a paz e reconciliando-o com o Pai celestial”.

Cabe agora a nós manter esta paz em nossas próprias vidas.

Os Pastores

Todo este cenário magnífico de Natal foi testemunhado pelos Pastores que viram tudo com seus olhos terrenos.

São Ambrósio de Milão nos conta que:

“Não deixe que isso lhe pareça um leve exemplo de fé, por causa do caráter humilde dos pastores. Pois se busca a simplicidade, não o orgulho”.

Os pastores não se consideram dignos de presenciar este milagre, e é especialmente por isso que estes foram dignos.

E isto nos guia quando recebemos bençãos de Deus. Não devemos nos considerar dignos.

Porque os pastores foram os primeiros a presenciar o milagre do natal?

Porque não os reis? Os sacerdotes? Os escribas?

São João Chrisóstomos comenta que:

“O Anjo não foi a Jerusalém, não procurou escribas e fariseus, [pois eles eram corruptos e atormentados pela inveja.] Mas estes [os pastores] eram homens simples que viviam nas antigas práticas de Moisés e dos Patriarcas.

Há um certo caminho que conduz pela inocência ao amor da Sabedoria” [referindo-se a Cristo].”

E os escribas e fariseus não puderam ver a glória de Deus, pois estavam com os olhos fechados.

Os Três Reis Magos

Os três reis magos também estavam com os olhos abertos para ver o Advento.

Eles eram da Pérsia e eram sacerdotes de Zoroastro.

Eles não conheciam as profecias do Antigo Testamento, em especial as de Isaías e as de Daniel, eles reconheceram Cristo pela estrela que mostrou que toda a criação estava presente na natividade.

São Gregório de Palamas proclamou:

“Porque eles presumiam que aprenderiam com os judeus onde Cristo nasceria de acordo com as profecias sagradas, a estrela divina os deixou, ensinando-nos que não deveríamos mais procurar saber sobre a lei e os profetas através dos judeus, mas antes, buscar o ensinamento que vem do céu, para que não sejamos privados da graça e do derramamento de luz do alto”.

São Teófilo, o Estranho, mostra os detalhes de como os magos viram a criança e a louvaram como Deus:

Os Magos também vieram para que a glória de Cristo brilhasse ainda mais através do testemunho dos Magos que antes estavam sujeitos aos demônios e eram inimigos de Deus…

Os Magos vieram de uma distância tão grande para adorar Ele, enquanto os judeus, que tinham Cristo lá no meio deles, O perseguiam”.

Foi apenas quando os magos pegaram a estrada para sair de Jerusalém, e com isto abandonaram as formas terrenas de se pensar, que eles virão a estrela novamente  e esta os guiava em direção ao menino Jesus.

Ao chegarem em cima da gruta, eles apresentaram os presentes de ouro, incenso e mirra. Cada um é único e explicado pelos hinos das vésperas da festa de Natal.

Gregorio de Palamas relata que:

“Quando o Senhor Jesus nasceu em Belém da Judéia, magos vieram do Oriente e adoraram a Deus feito homem. Eles prontamente abriram seus tesouros e ofereceram-Lhe um presente precioso…”

São João Chrisostomos disse que:

“Parecia que agora eles procuravam um Rei celestial; de modo que, embora não vissem nada de estado real, o testemunho daquela estrela lhes bastou, e seus olhos se regozijaram ao ver um Menino desprezado, o Espírito mostrando-O aos seus corações em todas as Suas maravilhosas poder, prostraram-se e adoraram, vendo o homem, reconheceram o Deus”.

“O céu chamou os Magos por uma estrela, e assim trouxe as primícias dos gentios para Ti, a criança deitada na manjedoura.

E eles ficaram maravilhados, não com cetros e tronos, mas com a pobreza absoluta.”

Pois o que é mais pobre que uma gruta?

E o que é mais humilde do que panos?

Mas foi através deles que brilharam as riquezas da tua divindade. Senhor, glória a Ti!

Ouro puro para o Rei dos tempos

Incenso para o Deus de Todos

E mirra para o imortal.

O que morrerá para três dias e ressuscitará.

Venham, todas as nações!

Vamos venerar quem nasceu para salvar nossas almas.

Os magos veneraram Jesus Cristo, e São João Chrisóstomos explicou:

“Que parecia que todos esperavam por um rei terreno. Eles estariam ainda mais confusos do que em júbilo.”

Mas agora, São Gregório, o Poeta das Maravilhas, disse que:

“Na Judéia uma Virgem deu à luz, mas todas as terras do mundo aceitaram Seu Filho.

Ali estava a raiz da videira, aqui a videira da verdade.

São Gregório, o Poeta das Maravilhas:

Os judeus apertaram o lagar e os gentios provaram o sangue sacramental; aqueles outros plantaram o grão de trigo (Kernel) e prosperaram pela colheita de grãos da fé.

Os judeus foram picados até a morte pelos espinhos, os gentios foram saciados pela colheita; aqueles outros sentaram-se debaixo da árvore da desolação, e estes debaixo da árvore da vida; aqueles expuseram os preceitos da Lei, mas os gentios colhem os frutos espirituais.”

Hinário das Vésperas de Natal

“O que te ofereceremos, ó Cristo, porque apareceste na terra como homem por nossa causa?

Pois cada uma das criaturas feitas por ti, te oferece o seu agradecimento:

os Anjos, o seu hino;

os céus, a Estrela;

os Pastores, sua maravilha;

os Magos, seus presentes;

a terra, a Caverna;

o deserto, a Manjedoura;

e nós, uma Virgem Mãe.”

Eis algo para se refletir: Ao seguir o caminho dos reis magos, e unindo nossas vidas com a do Cristo, nós somos reais testemunhas D´Ele e deixamos outros ver Cristo em nós.

Nos hinos matinais de Natal, lê-se:

Percebe-se claramente que os reis magos foram muito inspirados que foram capazes de reconhecer o Senhor e Deus, mesmo ele sendo um recém-nascido.

Isto mostra que a humildade que eles tiveram os permitiu a não ver uma pequena criança e se considerarem superiores. Mas eles viram Deus e o veneraram.

As profundidades do amor espiritual nos tornam capazes de perceber a Divindade onde ela não é evidente.

Outras Testemunhas do Natal

E o que discorrer sobre aqueles que viram mas não se impactaram e não mudaram?

Alguns membros do período natalino também não reagiram da maneira apropriada.

Herodes, o povo de Jerusalém, os rabinos e os escribas.

Os padres anciões enfatizam que Herodes, o rei da Judéia, não era exatamente um judeu. Ele era um edomita das tribos próximos da Arábia.

Porém, isto não desculpa sua ignorância da mensagem de Deus dos reis magos.

Ele adotou a religião judaica, de acordo com o historiador Josefo, mas o homem esperto não era sequer judeu.

Como era um estrangeiro, ele se beneficiou para ter escribas e rabinos para o informar, e ele assim o fez fielmente.

Porém, ele era corrupto e só pensava em como manter o seu poder.

Ele matou muito de suas crianças, inclusivo um filho próprio durante a matança dos inocentes.

Isto levou o imperador romano Augusto a dizer:

“É melhor que você seja um porco de Herodes do que seu filho”.  

A cidade de Jerusalém esteve em pânico com a notícia de nascimento do Messias.

Pois no curso normal da história, ter dois reis na mesma terra significa entrar em guerra, o que resulta em fome e em morte.

Ninguém em Jerusalém descrito por São Matheus como problemático viu o nascimento de Jesus Cristo de forma espiritual.

As profundidades nas quais as pessoas de Jerusalém se tombaram nas questões terrenas, mais do que nas questões celestes que contribuíram para o nascimento de Cristo.

Os escribas e sacerdotes que conheciam as profecias sobre o nascimento de Cristo, eles sabiam que seria em Belém mas nada fizeram.

São João Chrisóstomos disse que:

“Se os sábios, que vieram da Pérsia, não ignorassem o lugar, muito mais poderiam eles (os escribas e sacerdotes), cuja morada era, familiarizar-se com essas coisas.”

Ao informar Herodes que os reis magos sabiam desta verdade, eles mesmo se condenaram por não ter feito nada no Ministério Terreno de Cristo.

São Gregório, o Poeta das Maravilhas, nos conta como os gentios se beneficiaram dos judeus não terem reconhecido Cristo:

Na Judeia, uma virgem deu a luz. O menino Logos nasceu.

Como nós também podemos ter a Natividade em nossas vidas?

Primeiro, é necessário que priorizemos Cristo em nossas vidas.

E as coisas dos céus, acima de tudo.

É isto o que os anjos fazem constantemente.

O que os pastores fizeram ao abandonar o rebanho no meio de noite e correrem para a  manjedoura.

O que os reis magos fizeram ao abandonarem seus países para procurar Cristo.

Ao contrário de Herodes e de seu povo de Jerusalém, nós devemos abandonar a confiança em nosso caminho de vida, nossa posição na sociedade, nossas posses e nossas percepções de quem somos, e seguir Cristo como ele mandou os discípulos.

Um fato interessante sobre o Natal é que não deveríamos incomodar o povo de Jerusalém e liberar Herodes para cometer o massacre.

Então, não devemos problematizar com a presença de Cristo em nossas vidas e nos sentirmos desconfortáveis com o que teremos que suportar.

Mas, nos jubilar como os anjos e pastores.

Finalmente, devemos nos preparar para ser testemunhas do Nascimento por meio de nossos exemplos.

Mais do que a jornada dos reis magos, nossas ações, pensamentos e sentimentos nos direcionam para Cristo.

A primeira coisa que devemos fazer é procurar a Cristo como os reis magos fizeram.

Eles abandonaram o leste, o lado da idolatria e exílio, e viajaram para Jerusalém, a cidade de Deus.

Do mesmo modo devemos abandonar nossas idolatrias e venerar a Deus.

Capítulo 6 –

Visões da beata Anne Catherine Emmerich do Nascimento de Jesus Cristo:

Maria Santíssima passou o dia seguinte, o sábado, na gruta, rezando e meditando com grande devoção.

De tarde José a levou, através do vale, à gruta que servira de sepulcro a Marabá, ama de Abraão.

Depois, terminado o sábado, veio reconduzi-la à primeira gruta.

Maria disse a S. José que à meia-noite desse dia chegaria a hora do nascimento de seu Filho, pois teriam passado nove meses desde a anunciação pelo anjo. José ofereceu-se para chamar algumas mulheres piedosas de Belém para ajudá-la, mas Maria recusou.

Desse modo chegaram os santos pais de Jesus, guiados pela Divina Providência, ao lugar determinado pelo Padre Eterno, em união com o Filho Unigênito e o Espírito Santo, para o nascimento daquele Divino Menino, cheio de graça, que havia de tirar da terra a maldição, abrir o céu e criar um novo Eden de Deus cá na terra.

Lúcifer e os seus comparsas perderam o reino do Céu pelo orgulho, querendo ser iguais a Deus, e assim perderam os primeiros homens também o paraíso, porque o mesmo sedutor os enganou com vãos desejos de serem iguais a Deus. Por isso, a santa humildade havia de abrir de novo o caminho do Céu.

O Filho de Deus veio a este mundo ensinar, pelo exemplo, essa e todas as outras virtudes. Eis por que ele, o Rei da eternidade, quis nascer homem em um lugar onde os animais se abrigavam.

Para primeiro berço escoIheu uma miserável manjedoura, na qual o gado costumava comer. Assim não lhe faltou nada da pobreza humana, mas uniu-se a Ele o esplendor da majestade divina.

A piedosa vidente continua: Quando Maria disse ao esposo que o tempo estava próximo e que a deixasse e fosse orar, José saiu, recolhendo-se ao leito, para rezar. Ao sair, voltou-se mais uma vez, para olhar a Santíssima Virgem e viu-a como que rodeada de chamas; toda a gruta estava iluminada por uma espécie de luz sobrenatural.

Então entrou com santo respeito na sua cela e prostrou-se por terra, para orar.

Vi o esplendor em volta da Santíssima Virgem crescer mais e mais.

Ela estava de joelhos, coberta de um vestido largo, estendido em redor, sem cinto.

A meia-noite ficou extasiada e levantada acima do solo: tinha os braços cruzados sobre o peito.

Não vi mais o teto da gruta; uma estrada de luz abria-se por cima dela, até o mais alto Céu, com crescente esplendor.

Maria, porém, levantada da terra em êxtase, olhava para baixo, adorando o seu Deus, cuja Mãe se tornara e que jazia deitado por terra, diante dela, qual criancinha nova e desamparada.

Vi o nosso Salvador qual criancinha pequenina, resplandecente, cujo brilho excedia a toda a luz na gruta, deitado no tapete, diante dos joelhos de Maria.

Parecia-me que era muito pequeno e crescia cada vez mais, diante dos meus olhos. Depois de algum tempo vi o Menino Jesus mover-se e ouvi-o chorar.

Foi então que Maria voltou a si. Tomou a criancinha e, cobrindo-a com um pano, apertou-a ao peito. Assim se sentou, envolvendo-se, com o Filhinho, no véu.

Então vi em redor anjos em forma humana, prostrados em adoração diante do Menino. Cerca de uma hora após o nascimento, Maria chamou S. José, que ainda estava rezando.

Chegando perto, prostrou-se o esposo em frente dela, em adoração, cheio de humildade e alegria. Só de- pois que Maria lhe pediu que apertasse de encontro ao coração o santo dom de Deus, foi que se levantou, recebendo o Menino Jesus nos braços e louvando a Deus, com lágrimas de alegria.  A Santíssima Virgem envolveu então o Menino em panos e deitou-o na manjedoura, cheia de junco e ervas finas e coberta com uma manta.

A manjedoura estava ao lado direito, na entrada da gruta. Os santos Pais tendo deitado o menino no presépio, ficaram-lhe ao lado, cantando salmos.

O tempo chegara à consumação: O Verbo fizera-se carne, – o Verbo Eterno e Divino do Pai Celestial Todo-Poderoso. A profecia de Isaías cumprira-se: A Virgem concebera e dera à luz um filho, cujo nome é Emanuel, “Deus Conosco”. (Is. 7, 14).

Apareceu entre nós o Messias, prometido já no paraíso e por todos os povos tão ardentemente anelado. Está deitado numa manjedoura, qual criança pobre e desamparada. Será reconhecido em tão humildes condições?

A quem se revelará pri meiro o Rei da glória? Não aos grandes e soberbos da terra! Pastores, pobres e simples, são os primeiros convidados por mensageiros celestiais à manjedoura, para adorar o Menino divino. Conta Catharina Emmerich:

“Vi três pastores, que estavam juntos, diante do rancho, admirando a maravilhosa noite; no céu vi uma nuvem luminosa, descendo para eles. Ouvi um doce canto.

A princípio se assustaram os pastores, mas de repente Ihes surgiu um Anjo, dizendo: “Não temais, anuncio-vos uma grande alegria, que é dada a todo o povo, pois nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, nosso Senhor…

Eis o sinal para conhecê-Io: achareis uma criança envolta em panos e deitada num pre sépio.” Enquanto o Anjo assim falava, aumentava o esplendor em redor e vi então cinco ou sete Anjos, grandes, luminosos e graciosos, diante dos pastores; seguravam nas mãos uma fita, como de papel, na qual estava escrita uma coisa, em letras do tamanho de um palmo: ouvi-os louvar a Deus e cantar: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.

Os pastores na torre de vigia tiveram a mesma aparição, apenas um pouco depois. Do mesmo modo apareceram os Anjos a um terceiro grupo de pastores, perto de uma fonte, a três léguas de Belém, a leste da torre dos pastores.

Vi que os pastores não foram imediatamente à gruta; para lá chegar os três pastores tinham um caminho de uma hora e meia e os da torre o dobro. Vi também que deliberaram sobre o que deviam levar, como presente, ao Messias recém-nascido; depois buscaram as dádivas o mais depressa possível.

Ao crepúsculo da manhã chegaram os pastores, com os presentes, à gruta. Contaram a S. José o que Ihes anunciara o Anjo e que vinham para adorar o Messias. José aceitou os presentes, com humildes agradecimentos e conduziu os pastores à SS. Virgem, que estava sentada ao pédo presépio, com o Filho ao colo.

Os recém-chegados prostraram-se de joelhos diante de Jesus, segurando os cajados nos braços; choraram de alegria e permaneceram assim muito tempo, sentindo grande felicidade e doçura. Quando se despediram, deu-Ihes a SS. Virgem o Menino a abraçar. De tarde vieram outros pastores, com mulheres e crianças, trazido presentes.

Alguns dias depois do nascimento de Jesus, estando José e Maria ao lado do presépio e olhando com grande e íntima felicidade para o divino Menino, aproximou-se de súbito o jumento, e, caindo de joelhos, baixou a cabeça até o chão.

Maria e José derramaram lágrimas à vista disso.

Depois do Sábado, José chamou três sacerdotes de Belém, para a circuncisão do Menino. Estes trouxeram a cadeira da circuncisão e uma laje de pedra octogonal, na qual se encontravam os instrumentos necessários.

Ao nascer do dia teve lugar a circuncisão. Oito dias depois do nascimento do Senhor, vi que um anjo apareceu ao sacerdote, apresentando-lhe o nome de Jesus, escrito numa lousa.

O Menino Jesus chorou alto, depois da santa cerimônia. José recebeu-o do sacerdote e depositou-o nos braços da SS. Virgem.

Na tarde do dia seguinte, chegou Isabel, com um velho criado, à gruta. Houve grande regozijo. Isabel apertou o Menino ao coração. Veio também Ana, com o segundo marido e Maria Helí. Maria pôs o Menino nos braços da velha mãe, que estava muito comovida.

Maria contou-lhe também, cheia de íntima felicidade, todas as circunstâncias do nascimento. Ana chorou com Maria, acariciando durante todo o tempo o Menino Jesus.”

Fonte: Vida e Obra do Cordeiro de Deus – visões da Beata Anne Catherine Emmerich

Vida e Obra do Cordeiro de Deus – visões da Beata Anne Catherine Emmerich

Saint John of Villaret:

“He was born on Earth not to live, for it was not for life that His earthly birth was necessary.

No, He came to die, to plunge heavenly birth into Hell itself, to give birth to life from death, to lead the sons of Heaven from Hell, to save the saved from perdition”

Saint Gregory the Theologian:

Saint Gregory poetically expressed his love for Christ, asking Him for glory and love for the rest of humanity:

“This is our present Festival: This is what we are celebrating today, the Coming of God to Man, that we may leave, or rather (for this is the more appropriate expression) that we may return to God.

Thus, leaving the old man, we can put on the New; and that, as we died in Adam, we may live in Christ, being born with Christ, and crucified with Him, and buried with Him, and rising with Him.

Christ was born, glorify Him. Christ from heaven, comes out to meet you. Christ on earth; be exalted.

Sing to the Lord of all the earth; and that I may unite them both in one word: Let the heavens be glad, and the earth be glad, through Him who is from heaven and after the earth.”

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