Martírio de São Bartolomeu – 1735 – GB Pittoni – Basílica del Santo – Museu Antoniano – Pádua

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Martírio de São Bartolomeu (1735) – GB Pittoni – Basílica del Santo – Museu Antoniano – Pádua

Trabalhos apostólicos de S. Bartolomeu na Ásia e especialmente na Abissínia, (África) 

O Santo Apóstolo Bartolomeu pregou primeiro na longínqua Índia, onde deixou muitos discípulos e convertidos. Dali partiu para o Japão e voltando, seguiu através da Arábia e do Mar Vermelho, para a Abissínia. 

Ali converteu o rei Polímio e ressuscitou um morto. 

Na capital desse país muitos enfermos tinham sido curados por um ídolo; mas desde que Bartolomeu chegara, emudecera o ídolo. 

Havia na mesma cidade uma casa, em que habitavam muitas mulheres possessas do demônio. Bartolomeu curou-as todas, ensinou e batizou-as, depois de terem publicamente renunciado a idolatria. 

“O Apóstolo conversava muitas vezes com o rei Polímio, que lhe fazia perguntas muito profundas e o deixava frequentemente, para consultar grandes rolos escritos. 

O Apóstolo tinha consigo um rolo escrito, o Evangelho de São Mateus e dele lia as respostas. 

Disse-lhe também que o ídolo fazia os homens adoecerem e depois os curava, para os confirmar na idolatria. 

Mas agora o demônio fora amarrado pelo nome de Jesus e não podia mais agir por meio do ídolo. Prová-lo-ia, se o rei deixasse consagrar o templo ao verdadeiro Deus e recebesse o batismo, com todo o povo. 

O rei convocou todo o povo ao templo e quando os sacerdotes pagãos quiseram sacrificar, gritou-Ihes o demônio do ídolo que não o fizessem, porque estava amarrado pelo Filho de Deus. 

Bartolomeu ordenou-lhe que manifestasse todas as falsas curas que fizera e o demônio confessou tudo pelo ídolo. 

Depois pregou Bartolomeu diante do templo e mandou a Satanás que se mostrasse na sua verdadeira forma, para que o povo visse qual Deus tinha adorado. 

Então este apareceu como horrendo monstro preto, desaparecendo diante deles na terra. 

O rei mandou destruir todos os ídolos. 

Bartolomeu, porém, consagrou o templo para servir de Igreja e batizou o rei e a família e pouco a pouco todo o exército. 

Ensinava, curava os enfermos e era benquisto por todo o povo. 

Depois recebeu Bartolomeu do céu a ordem de ir visitar a SS. Virgem. 

No entanto dirigiram-se os sacerdotes idólatras a Astíages, irmão de Polímio, acusando Bartolomeu de feiticeiro. 

Quando este, pois, voltou da reunião dos Apóstolos àquela terra, não chegou até lá, mas foi preso por emissários de Astíages e levado à presença deste, que lhe disse:  

“Seduziste meu irmão a adorar o teu Deus; eu te ensinarei agora a sacrificar ao meu.” 

Bartolomeu replicou: 

“Deus, que me deu o poder de mostrar a teu irmão, Satanás e expulsá-Io diante dele para o Inferno, há de dar-me também a força de esmagar os teus ídolos e de forçar-te a aceitar a fé.” 

Logo depois veio um mensageiro, anunciando que o ídolo do rei caíra despedaçado. 

Então rasgou o rei a roupa com raiva e mandou açoitar Bartolomeu, que foi amarrado a uma árvore e esfolado vivo, mas neste martírio não deixou de pregar em alta voz, até que lhe atravessaram o pescoço com uma espada. 

Esfolaram-no, começando pelos pés e entregaram-lhe a pele nas mãos. 

Depois da morte lançaram o santo Corpo às feras, mas alguns convertidos pobres tiraram-no de noite. 

Vi que Polímio o buscou, com muito povo e sepultou. 

Construíram-lhe uma capela sobre o sepulcro. 

O rei pagão, porém, e os sacerdotes idólatras que tinham acusado Bartolomeu, endoideceram, após treze dias e fugiram para o sepulcro do Apóstolo, pedindo socorro em alta voz; o rei converteu-se; os sacerdotes, porém, morreram de uma morte horrível.”