Santa Catarina Majestosa – Monastério Santa Catarina no Sinai – Egito

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Santa Catarina Majestosa – Monastério Santa Catarina no Sinai – Egito

Santa Catarina Majestosa – Monastério Santa Catarina no Sinai – Egito

(Hino)

“Louvemos a louvada noiva de Cristo, a piedosa Catarina, guardiã do Sinai, e a nossa ajuda e apoio: pois ela silenciou brilhantemente os inteligentes entre os ímpios pelo poder do Espírito; e coroada como Mártir do Senhor, ela pede grande misericórdia para todos.”

Assista o documentário sobre Santa Catarina / Watch the documentar about Saint Catherine:

Moisés no Sinai, o Santo arbusto e Santa Catarina  

Santa Catarina foi martirizada pela sua fé em Cristo no início do século IV, em Alexandria, e foi indelevelmente associada ao Monte Sinai após a descoberta milagrosa do seu corpo sagrado no cume da península do Sinai e a sua subsequente transferência para o Mosteiro do Sinai.

Relatos de martírios, elogios, hagiografias, cânticos e poemas que narram a vida e o martírio de Santa Catarina foram reportados por estudiosos desde o século XVIII até hoje. Supomos que há uma menção na obra História Eclesiástica (século IV) de Eusébio de Cesaréia, embora não nomeie explicitamente a Santa, deve na verdade referir-se a a Santa Catarina, tornando-se assim a referência mais antiga sobrevivente. 

A referência explícita mais antiga a ela parece ser o relato detalhado dos acontecimentos dramáticos da sua vida, tal como são dados na narração do seu martírio, obra de um autor desconhecido do final do século VI ou início do VII (segundo Viteau, 1897), época em que São João do Sinai, autor da Escada da Divina Ascensão e abade do mosteiro do Sinai também ganhou notoriedade. 

Nos relatos tradicionais, Cristo apareceu-lhe em sonho, dando-lhe um anel e pedindo-lhe que lhe fosse fiel.

Durante as severas perseguições em que Maximino II, César e depois Augusto do Oriente, se envolveram, durante as quais todos os súditos romanos foram obrigados a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos para demonstrar a sua adesão à antiga religião e a sua subjugação ao Estado romano, Catarina não poderia suportar a perda de tantas almas para a idolatria e a renúncia dos cristãos à sua fé devido ao medo. 

Abandonando sua linhagem, educação e riqueza, ela apareceu diante de Maximino para desafiar sua imposição de idolatria. Ela admitiu que era cristã e que estava prometida a Cristo. 

O governante, não conseguindo convencê-la a oferecer sacrifícios aos deuses pagãos, ordenou que cinquenta oradores eminentes travassem um debate dialético com ela. 

Catarina, com a ajuda da sabedoria divina, baseou-se em argumentos da antiga filosofia grega e conseguiu converter os oradores à fé de Cristo; Maximino ficou tão furioso que ordenou a  morte deles na fogueira.

Destino semelhante acabou por aguardar a esposa de Maximino, que visitou secretamente a Santa na sua cela de prisão, bem como outros funcionários, que seguindo os seus ensinamentos, se converteram à fé cristã. 

O governante ficou novamente tão enfurecido com esses incidentes imprevistos que ordenou que a Santa fosse submetido a várias torturas, inclusive sendo quebrada em uma roda, mas a Santa, encorajada pelo poder de Cristo, sobreviveu ilesa a toda essa tortura. 

Como os acontecimentos lhe tinham tomado um rumo particularmente desfavorável, Maximino ordenou finalmente que ela fosse decapitada, no dia 25 de Novembro, data em que a Igreja venera a sua memória.

O relato do martírio afirma, no final, que o corpo invencível da Santa mártir foi milagrosamente transladado para o Sinai, embora até o momento em que este artigo foi escrito, não tivesse sido localizado e permanecesse invisível, tal como Catarina havia solicitado antes de seu martírio.  

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Os anjos levando o corpo de Santa Catarina para o Sinai

É, portanto, provável que por volta do final do século VI, quando o recém-criado Mosteiro cenobético da Santíssima Theotokos no Vale do Mato estava em ascensão espiritual, a translação do Corpo da Santa do Sinai já era conhecida, embora não sua localização exata não era conhecida.

Por volta do final do século XVIII, o renomado pedreiro Procópios de Cesaréia moldou uma nova e elaborada caixa dupla de mármore com um cibório, gastando “nove anos de trabalho habilidoso” em sua construção; as relíquias sagradas foram colocadas nele e são mantidas lá até hoje.

O autor do Martírio, um estudioso conhecedor de textos gregos antigos, deve ter registrado a tradição oral de sua época, possivelmente recorrendo também a fontes escritas mais antigas. 

O Patriarca de Jerusalém Nectários de Creta, no seu Epítome da História Sagrada do Mundo (1670), bem como outros escritores anônimos de guias de peregrinos em tempos pós-bizantinos, registaram uma tradição oral semelhante do mosteiro vários séculos mais tarde. 

Eles relataram que o corpo da Santa foi guardado por quase trezentos anos por ascetas no topo de uma montanha próxima, no sul do Sinai, que mais tarde recebeu seu nome.

Santa Catarina era um tema popular na arte eclesiástica e era retratada em ícones [Sala 2, 7.5], bordados de ouro [Sala 3, 10.9, Sala 4, 14.5] e trabalhos em miniatura. 

A representação mais antiga conhecida da Santa é um ícone portátil guardado no Mosteiro do Sinai que data do século XI [Sala 4, 14.11. A maioria das miniaturas sobreviventes da Santa datam do século XIV [Sala 4, 11.2], enquanto um grande número de ícones portáteis da Santa da tradição de pintura religiosa pós-bizantina de Creta sobrevive no Sinai e em outros lugares.

Parece que as relíquias sagradas foram transladadas para o Katholikon do Mosteiro muito depois da época da construção do edifício Justiniano, muito provavelmente em algum momento entre o início do século VII e o século IX.

MMK

Fonte: The Monastery of Mount Sinai and its Sacristy – 2020, pg 37

Santa Catarina de Alexandria (25 de Novembro) 

“O pai de Santa Catarina chamava-se Costa. Era descendente de estirpe real; pois um dos seus antepassados era Hazael, que fora ungido rei da Síria por Elias, por ordem de Deus. Do lado materno descendia Catarina da família de Mercúria, sacerdotisa pagã, convertida por Jesus na ilha de Salamina. 

Catarina era filha única de Costa. Tinha, como a mãe, cabelo loiroclaro, era muito viva e corajosa, tendo sempre alguma coisa que sofrer ou disputar. Tinha uma ama e desde muito cedo recebeu mestres masculinos. 

Via-a fazer brinquedos de cortiça para crianças pobres. Já mais crescida, escrevia muito sobre lousas e rolos, dando-os depois a outras meninas, para as copiar. Vi também que se dava muito com a ama de Santa Bárbara, que era cristã ocultamente. 

Catarina possuía em alto grau o dom de profecia dos antepassados de sua mãe e aquela profecia a respeito do grande profeta foi-lhe mostrada também numa visão, quando tinha apenas seis anos. 

Contou-a durante o jantar aos pais, que não ignoravam a história de Mercúria. O pai, homem muito severo e reservado, encerrou-a por castigo num subterrâneo. Vi que ali os ratinhos e outros animais se lhe mostravam muito familiares, brincando diante dela. Havia uma luz em redor de Catarina. 

Desejava de toda a sua alma o Salvador dos homens, pedindo que a tocasse também e tinha muitas visões e iluminações. 

Desde aquele tempo nutria um ódio invencível contra todos os ídolos; escondia, enterrava ou quebrava todas as pequenas estátuas de falsos deuses, que podia apanhar e por isso e por motivo dos discursos estranhos e profundos que proferia contra a idolatria, era muitas vezes encerrada no cárcere do pai. 

Contudo era também instruída em todas as ciências; vi que andando, escrevia na areia e nas . paredes do palácio e que as companheiras a imitavam. 

Quando tinha cerca de oito anos, partiu com o pai para Alexandria, onde o futuro noivo a conheceu. O pai voltou com ela a Chipre. Ali não havia mais judeus, mas de vez em quando se encontravam um escravo judeu e poucos cristãos ocultos. 

Catarina foi instruída interiormente por Deus e rezava com ardente desejo do Batismo, que recebeu aos dez anos. Foi quando o bispo de Dióspoli mandou, às ocultas, três sacerdotes a Chipre, para consolar os cristãos. 

Recebeu uma ordem interna de mandar batizar também Catarina, que estava então novamente no cárcere, onde tinha por guarda um cristão disfarçado. 

Este a levou de noite à reunião secreta dos cristãos, num subterrâneo fora da cidade, onde ela foi repetidas vezes e lá, junto com outros, foi instruída na fé e batizada pelos sacerdotes. 

Vi que o batizante lhe derramou sobre a cabeça água de uma taça. Catarina recebeu, com o batismo, uma inefável sabedoria. 

Falava de coisas maravilhosas, mas ainda ocultava a fé cristã, como todos os cristãos faziam. Como, porém, o pai não lhe suportasse mais a aversão pela idolatria, as palavras e profecias, levou-a a Pafos, mandando encerrá-Ia num cárcere, julgando que ali não poderia travar relações com pessoas da mesma convicção religiosa. 

Contudo Catarina era tão bela e inteligente, que o pai a amava ternamente. As criadas e guardas eram mudadas freqüentemente, porque havia entre elas muitas vezes ocultas cristãs. Já dantes gozara da aparição de Jesus, o Esposo celeste, no qual sempre pensava e de outro esposo não queria saber. 

De Pafos voltou novamente para casa e o pai quis dá-Ia em matrimônio a um jovem de nome Maximiliano, descendente de uma antiga família real e sobrinho do governador de Alexandria, que não tinha filhos e o fizera seu herdeiro. 

Mas Catarina não o queria absolutamente. Antes deste noivado, quando tinha doze anos, lhe morrera a mãe nos braços. Catarina confessou à mãe que era cristã e instruiu-a, induzindo-a a receber o batismo. 

Vi que Catarina derramou água de uma taça de ouro, com um ramo, sobre a cabeça, testa, boca e peito da mãe. 

Havia sempre muito tráfego entre Alexandria e Chipre e o pai man-dou Catarina à casa de parentes, esperando que afinal se afeiçoasse ao noivo. Tinha naquele tempo treze anos. 

Em Alexandria morava com o pai do noivo, numa vasta casa, com várias salas. O noivo morava também lá, mas separado dela; estava como desvairado de amor e mágoa. 

Ela, porém, falava sempre do outro noivo, a quem amava; por isso pensaram em mudar-lhe os sentimentos pela sedução. 

Mandavam também homens sábios e doutos, para a desviar da fé cristã, mas Catarina confundia a todos. 

Naquele tempo era Teonas Patriarca de Alexandria, o qual conseguiu, com grande brandura, que os cristãos não fossem perseguidos pelos pagãos. 

Mas eram sempre muito oprimidos e tinham de suportar tudo calados e de evitar qualquer campanha contra a idolatria. 

Nessas circunstâncias se formou uma perniciosa convivência tolerante com os gentios, causando grande indiferença entre os cristãos e por isso dispôs Deus que Catarina despertasse muitos da frouxidão, pelas suas luzes e seu ardente zelo. 

Vi Catarina em casa de Teonas. Este lhe deu o Santíssimo Sacramento, que ela levou para casa, transportando-o numa cápsula de ouro sobre o peito. Não recebeu o Preciosíssimo Sangue. 

Vi naquele tempo em Alexandria muitos pobres homens presos, com a aparência de eremitas, que eram horrivelmente torturados nos trabalhos pesados de construções, transportando ou carregando pedras. 

Creio que eram judeus convertidos à fé cristã, que tinham formado uma colonia ao pé do monte Sinai, sendo depois presos e levados a Alexandria. 

Vestiam vestes de cor parda, tecidas de cordas da grossura de um dedo e um pano pardo na cabeça, que pendia sobre os ombros. Vi que também receberam o Santíssimo Sacramento às escondidas. 

Catarina voltou também uma vez a Chipre, quando o noivo fez uma viagem de Alexandria à Pérsia e ela esperava ficar livre dele. O pai estava muito enfadado de a ver ainda solteira. 

Teve de voltar para Alexandria e lá insistiram ainda mais para que se casasse. Mais tarde a levou o pai ainda uma vez à Salamina, onde foi solenemente recebida por moças pagãs e levada a muitos divertimentos e festas; mas não conseguiram mudar-lhe a decisão. 

De volta a Alexandria, insistiam ainda mais em lhe tirar a fé. Vi uma grande festa pagã. Catarina foi obrigada pelos parentes pagãos a ir ao templo pagão; mas não se deixou induzir a sacrificar aos ídolos. 

Ao contrário, quando estavam os pagãos no meio das esplêndidas cerimônias do sacrifício, avançou Catarina, inspirada de zelo sobrenatural, para os que sacrificavam e derrubando os altares de incenso e os vasos, começou a pregar em alta voz contra o pecado abominável da idolatria. 

Levantou-se grande tumulto, apoderaram-se dela, declarando-a louca; repreenderam-na no átrio do templo, mas ajovem começou a falar ainda com mais veemência. 

Então a prenderam, mas a caminho do cárcere, chamou todos os cristãos para se reunirem a ela e darem o sangue por Aquele que os salvara com seu Sangue divino. 

Foi encarcerada, açoitada com escorpiões e lançada às feras. Eu pensava comigo que não era permitido procurar assim à força o martírio. 

Mas há exceções desta regra e instrumentos da vocação de Deus. Catarina tinha sido sempre impelida à idolatria e ao odioso matrimônio; logo depois da morte da mãe, o pai a levara muitas vezes às indecentes festas de Vênus; lá, porém, nunca abrira os olhos. 

Em Alexandria afrouxara o zelo dos cristãos. 

Agradava muito aos gentios que o patriarca Teonas consolasse os maltratados escravos cristãos e os exortasse a servirem fielmente aos cruéis senhores; mostravam-se tão amigos de Teonas, que muitos cristãos fracos na fé pensavam que a idolatria não fosse condenável. 

Por isso Deus mandou esta virgem de espírito forte, corajosa e inspirada, para converter pelas palavras, pelo exemplo e o martírio muitos que, sem isto, teriam perecido. 

Cuidara sempre tão pouco de ocultar a fé, que visitava os escravos e operários cristãos, nas praças públicas, consolando-os e exortando-os à perseverança na fé; pois sabia quantos se tornavam indiferentes, pela tolerância e apostatavam da fé. 

Vira também tais apostatas no templo, tomando parte nos sacrifícios; por isso lhe era tão veemente a dor e indignação. 

As feras, às quais foi lançada depois da flagelação, lambiam-lhe as feridas, que saravam de repente, por milagre, quando foi novamente levada ao cárcere. Chegou o pai de Salamina e, tirando-a do cárcere, levou-a de novo para a casa do noivo. 

Ali empregaram todos os meios de tentação, para a induzir à apostas ia. 

Mas as moças pagãs, que a deviam persuadir à idolatria, eram convertidas por ela para Cristo e também os filósofos que vieram disputar com ela, aderiram-lhe. O pai ficou furioso, atribuiu tudo à feitiçaria e mandou açoitar Catarina de novo e lançá-Ia no cárcere. 

A mulher do tirano (Maximino) visitou-a no cárcere e converteu-se, junto com um oficial (Porfírio). Quando entraram no cárcere, um Anjo pôs-lhe uma coroa sobre a cabeça e outro lhe ofereceu uma palma. Não sei se a mulher o viu. 

Catarina foi então levada ao circo e colocada sobre um estrado, entre duas rodas largas, munidas de pontas de ferros cortantes, como relhas de arado. Quando quiseram fazer girar as rodas, foram quebradas pelos raios lançados no meio dos pagãos, dos quais cerca de trinta ficaram feridos ou mortos. Desencadeou-se uma violenta tempestade, com saraivada; ela, porém, ficou sentada tranqüilamente, com os braços estendidos, entre os destroços das rodas. 

Conduziram-na novamente ao cárcere e por vários dias tentaram persuadi-la à idolatria. Alguns homens quiseram violá-Ia, mas Catarina repeliu-os com a mão e eles ficaram rígi-dos como estátuas e sem força para se mover. 

Outros se atiraram sobre ela, mas a donzela afastou-os, mostrando-Ihes os que se tinham tornado como petrificados. Tomavam tudo por feitiçaria e Catarina foi de novo conduzida ao lugar do suplício. 

Ajoelhou-se diante de um cepo, volvendo a cabeça um pouco para o lado e assim foi degolada, com um ferro das rodas destruídas. 

Correu tanta quantidade de sangue, que todos se admiraram; esguichava com força e tornou-se finalmente claro como água. A cabeça caiu por terra. 

Atiraram o corpo sobre uma fogueira, mas as chamas 

arremessaram-se contra os carrascos; o corpo ficou envolto numa nuvem de fumaça. Tiraram-no então e lançaram-no a algumas feras esfomeadas, para que o despedaçassem. 

Mas estas não o tocaram e no dia seguinte os carrascos atiraram o corpo da santa virgem numa fossa cheia de excrementos, debaixo de sabugueiros. 

Na noite seguinte vi nesse lugar dois Anjos, em vestes sacerdotais, que envolveram o corpo resplandecente numa coberta de entrecasca e o levaram, voando. 

Os dois Anjos transportaram o corpo da virgem para o cume inacessível do monte Sinai. Vi a superfície do cimo, era pouco extensa, de tamanho de uma pequena casa; constava de uma rocha de diversas cores, na qual se achavam impressas formas de plantas. 

Colocaram cabeça e corpo de bruços sobre a rocha, que parecia mole como cera, pois o corpo se lhe imprimiu inteiro, como numa forma. Vi que os lados superiores das mãos estavam perfeitamente desenhados na pedra. 

Os Anjos colocaram sobre a pedra, que se elevava um pouco acima do solo, uma coberta brilhante. O santo corpo ficou nesse lugar, durante vários séculos, inteiramente oculto, até que foi mostrado por Deus, numa visão, a um eremita, perto do monte Horeb. 

Ali viviam vários eremitas, sob a direção de um abade. O eremita revelou ao abade a visão, que várias vezes tivera e verificou-se que ainda outro dos confrades tinha tido a mesma visão. 

O abade ordenou-Ihes, sob obediência, que trouxessem o santo corpo, o que de modo natural era impossível; pois o cume era inteiramente inacessível, inclinado e fendido. 

Vi-os abrirem numa noite caminho, para o qual precisavam de vários dias; estavam num estado sobrenatural. Era noite escura, mas em redor Ihes brilhava uma luz. 

Vi que ambos foram levados por Anjos ao cume escarpado; vi os Anjos abrirem o sepulcro, entregando a um a cabeça, ao outro o corpo envolto, que já se tomara pequeno e leve e carregando as relíquias assim nos braços, foram levados novamente para baixo pelos Anjos, que os seguravam pelos braços. 

Vi ao pé do Sinai a capela onde descansa o corpo sagrado: é construída sobre doze colunas. 

Os monges pareciam ser gregos. Vestiam hábito de uma fazenda grossa, que ali mesmo fabricavam. 

Vi as relíquias de Santa Catarina num pequeno caixão. Mas restava apenas o alvíssimo crânio e um braço inteiro; mais não vi. Tudo está em ruína. 

Vi também no monte, ao lado da sacristia, um pequeno subterrâneo cujas paredes contém, em cavidades, santas relíquias, que na maior parte estão envoltas em pano de lã ou seda e bem conservadas. 

Há entre elas também restos de profetas, que antigamente viveram ao pé do mon te e que já eram venerados nas grutas do monte pelos Essenos. 

Vi ali também ossos de Jacó, de José e da família, que os israelitas trouxeram consigo, quando saíram do Egito. 

Essas santas relíquias pareciam ser desconhecidas; mas são às vezes veneradas por piedosos monges. A Igreja encosta-se ao lado do monte que dá para Arábia. Mas de tal modo, que se lhe pode ainda passar por detrás. 

Catarina tinha dezesseis anos, quando morreu mártir, no ano 299. 

Das numerosas virgens que a acompanharam chorando, ao lugar do suplício, apostataram algumas mais tarde; a mulher do tirano, porém, e o oficial sofreram com firmeza a morte e o martírio”.

Fonte: VIDA, PAIXÃO E GLORIFICAÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS”: As meditações de Anna Catharina Emmerich (1820-1823)

The Martyrdom of Saint Catherine and scens of her life  

(Dismissal Hymn of First Tone)

(Let us praise the all-lauded bride of Christ, the godly Catherine, guardian of Sinai, and our help and support: for she brilliantly silenced the clever among the impious by the power of the Spirit; and crowned as the Lord’s Martyr, she asketh great mercy for all).

Saint Catherine was martyred for her faith in Christ in the early fourth century, in Alexandria, and was indelibly associated with Mount Sinai following the miraculous discovery of her holy body at the summit of the Sinai peninsula and its subsequent translation to the Sinai Monastery. 

Martyrdom accounts, eulogies, hagiographies, chants, and poems that recount the life and martyrdom of Saint Catherine have been studied by scholars from the eighteenth century to this day. 

We assume that a mention in the work Ecclesiastical History (fourth century) by Eusebios of Caesarea, even though it does not explicitly name the Saint, must actually refer to Saint Catherine, thus making it the oldest surviving reference. 

The oldest explicit reference to her seems to be the detailed account of the dramatic events of her life, as given in the narration of her martyrdom, the work of an unknown author of the late sixth or early seventh century (according to Viteau, 1897), a time when Saint John of Sinai, the author of the Ladder of Divine Ascent and abbot of Sinai monastery also rose to prominence. 

In traditional accounts, Christ appeared to her in a dream, giving her a ring, and asking her to be faithful to Him.

According to the narrative of the anonymous account of her martyrdom, Catherine was a young woman of Alexandria, distinguished for her beauty and aristocratic lineage, and known for her wisdom, as she had been taught all then known sciences and the philosophical schools of thought of the ancient world. 

During the severe persecutions that Maximinus II, Caesar and then Augustus of the East, engaged in, during which all Roman subjects were ordered to offer sacrifices to the pagan gods to demonstrate their adherence to the ancient religion and their subjugation to the Roman state, Catherine could not endure the loss of so many souls to idolatry, and Christians renouncing their faith due to fear. 

Forsaking her lineage, education, and wealth, she appeared before Maximinus to challenge his imposition of idolatry. She admitted that she was a Christian and that she was be trothed to Christ. 

The ruler, failing to convince her to offer sacrifices to the pagan gods, ordered fifty eminent orators to engage in a dialectic debate with her. 

Catherine, with the help of divine wisdom, drew on arguments from ancient Greek philosophy, and managed to convert the orators to the faith of Christ; Maximinus was so infuriated that he ordered their death by fire. 

A similar fate eventually awaited the wife of Maximinus, who secretly visited the Saint in her prison cell, as well as other officials, who following her teachings, converted to the Christian faith. 

The ruler was again so infuriated by these unforeseen incidents, that he ordered the Saint to be subjected to various tortures, including being broken on a wheel, but the Saint, emboldened by the power of Christ, survived all of this torture unscathed. 

As the events had taken a particularly unfavorable turn for him, Maximinus finally ordered that she be beheaded, on the twenty-fifth of November, the date on which the Church venerates her memory.

The martyrdom account states at the very end that the invincible body of the martyr Saint was miraculously translated to Sinai, though up to the time of writing, it had not been located, and remained unseen, just as Catherine had requested before her martyrdom. 

It is, thus, probable that at around the end of the sixth century, when the newly established coenobetic Monastery of the Most Holy Theotokos in the Valley of the Bush was spiritually rising, the tradition of the translation of the Body of the Saint to Sinai was already known, though not its exact location therein.

The author of the Martyrdom, a scholar knowledgeable in ancient Greek texts, must have recorded the oral tradition of his time, possibly also drawing upon older written sources. 

The Patriarch of Jerusalem Nectarios of Crete in his Epitome of the Sacred History of the World (1670), as well as other anonymous writers of pilgrim guides in post-Byzantine times, recorded a similar oral tradition of the monastery several centuries later. 

They reported that the Body of the Saint was kept for almost three hundred years by ascetics on the top of a nearby mountain in south Sinai, which was later named after her.

It appears that the holy relics were translated to the Katholikon of the Monastery much later than the time of the construction of the Justinian building, most probably sometime between the early seventh and the ninth century. 

The following years saw the spread of the veneration of the Saint throughout the Christian world, the writing of a musical can on in the early ninth century, the writing of her “official” biography by Saint Symeon the Translator, and several references in texts of the Synaxaria, the oldest of which is the Menologion of Basil, a tenth century work. 

Sinai Monastery and its protector Saint Catherine became known in the West after Simeon of Trier arranged the translation of relics of the Saint to Rouen and Treves sometime before the year 1035. 

The holy relics which “constantly exuded myrrh” by the second half of the twelfth century, were placed in an intricately carved marble reliquary, with a special depression in the bottom to collect the myrrh, a work of art probably made in Jerusalem by the end of twelfth century and now on display in the Monastery [Room 4, 15].

Sometime around the end of the eighteenth century, the renowned stonemason Procopios of Caesarea fashioned a new, elaborate marble double case with a ciborium, spending “nine years of skillful work” on its construction; the holy relics were placed in it, and are kept there to this date.

Saint Catherine was a popular subject in ecclesiastical art, and was depicted in icons, [Room 2, 7.5], gold embroidery [Room 3, 10.9, Room 4, 14.5] and miniature work. The oldest known depiction of the Saint is a portable icon kept in the Sinai Monastery dating back to the eleventh century [Room 4, 14.11. 

Most surviving miniatures of the Saint date back to the fourteenth century [Room 4, 11.2], while a large number of portable icons of the Saint from the post-Byzantine religious painting tradition of Crete survives in Sinai and elsewhere.

MMK

Source: The Monastery of Mount Sinai and its Sacristy – 2020, pg. 35

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