São João Batista decapitado – ícone bizantino
Capítulo 12. Vida pública de João Batista
Antes do Salvador começar a pregar publicamente a sua doutrina, enviou a divina Providência um homem que, pelo aspecto extraordinário e pelas exortações à penitência e ao Batismo, devia atrair a atenção de todo o povo.
Era João, filho de Zacarias e Isabel, de Hebron. Para salvar o mesmo dos sicários de Herodes, por ocasião da carnificina das inocentes crianças de Belém, a mãe levara-o para o deserto, em que permaneceu até o princípio da sua vida pública.
A tarefa de João Batista, como o último e maior profeta do Velho Testamento, era preparar o caminho do Salvador e, estando já no limiar do Novo Testamento, apresentar Jesus, o Cordeiro de Deus que, carregado dos pecados de todo o mundo, devia realizar a salvação do gênero humano, por seu amor e Paixão. Como João cumpriu essa difícil tarefa, conta-nos intuitivamente a religiosa de Dülmen:
“Pouco antes de deixar o deserto do Líbano, teve João uma revelação a respeito do Batismo. Voltou depois do deserto para junto dos homens, produzindo em todos uma impressão maravilhosa. Alto, emagrecido pelo jejum e pelas mortificações, mas forte, era uma figura extraordinariamente nobre, pura, simples e dominante. Pelo meio do corpo, trazia cingido um pano, que lhe caia até aos joelhos.
Vestia um manto áspero, pardo; braços e peito descobertos.
Vindo do deserto, começou a construir uma ponte sobre um ribeiro.
Falava só de penitência e da próxima vinda do Senhor.
Tinha a voz aguda como uma espada, forte e severa; mas sempre agradável.
Passava, por toda a parte, em caminho reto; vi-o correndo, através de matos e desertos, tirando pedras e árvores do caminho, preparando lugares de descanso, reunindo os homens que o admiravam, buscando-os até nas cabanas, para auxiliá-lo.
Caminhou ao longo do Mar de Galiléia e, seguindo o vale do rio Jordão, passou perto de Jerusalém, para a qual olhou com tristeza; de lá foi à sua terra e a Betsaida.
Nos três meses antes de começar o batismo, percorreu duas vezes o país, anunciando Aquele que havia de vir.
Em lugares onde não havia nada que fazer, vi-o correr de campo em campo.
Entrava pelas casas e escolas; para ensinar, reunia o povo em redor de si, nas ruas e praças públicas.
Muitas vezes o vi indicar a região onde Jesus naquele momento se achava.
João batizou em diversos lugares: primeiro, perto de Ainon, na região de Salem; depois em On, à margem ocidental do Jordão, não muito longe de Jericó; em seguida, a leste do Jordão, algumas léguas mais para o norte do segundo lugar; por fim voltou a Ainon.
A água de que João usava ali em Ainon, para batizar, era de uma lagoazinha, separada de um braço do Jordão por um pequeno dique.
A pessoa que se batizava, ficava entre duas línguas de terra, com a água até à cintura; punha-se São João numa dessas línguas, tirando água com uma taça e derramando-a sobre a cabeça do neófito; na outra, se achava um homem já batizado, que colocava a mão sobre o ombro do que estava sendo batizado; ao primeiro, João mesmo impusera a mão.
Tendo-se João tornado afamado, no correr de algumas semanas, pela sua doutrina e pelo batismo, Herodes enviou-lhe um mensageiro, com a ordem de apresentar-se-Ihe. João, porém, respondeu que tinha muito que fazer e se Herodes quisesse falar-lhe podia vir pessoalmente.
Herodes veio, de fato, a um lugar cerca de cinco léguas distante de Ainon.
Chegando, lá, falou-lhe João longamente, em tom muito sério e severo.
Vi que Simão, Tiago o Menor, Tadeu e também André, Filipe e Levi, chamado depois Mateus, foram batizados por João.
De Nazaré, Jerusalém e Hebron mandaram grupos inteiros de fariseus e chefes das sinagogas como mensageiros a João, para interrogá-Io a respeito de sua missão.
Vieram também cerca de trinta soldados a João, que os repreendeu severamente, por não terem a intenção de arrepender-se.
A multidão dos homens era enorme; centenas achavam-se sentados por ali e outras centenas chegavam continuamente, para ouvir-lhe a doutrina e receber o Batismo.
Em Jerusalém houve uma grande sessão do Sinédrio por causa de João. Por três autoridades foram enviados nove homens, entre os quais José de Arimatéia.
Deviam perguntar a João quem era ele e mandá-Io vir e ordenar que viesse a Jerusalém, pois se a sua missão fosse justa e legal, ter-se-ia apresentado primeiro no Templo. João deu apenas uma resposta curta e áspera. José de Arimatéia recebeu o Batismo.
Vi João atravessar o Jordão e batizar enfermos; depois voltou à banda oriental do rio, a Ainon. Ali apareceu um Anjo, que o mandou ir para o outro lado do Jordão, a um lugar perto de Jericó, pois que se aproximava Aquele que havia de vir. Então levantaram João e os discípulos as tendas e cabanas do lugar de Batismo em Ainon e atravessaram o rio; o segundo lugar de Batismo que dista cerca de cinco léguas de Jerusalém.
Vieram de novo, duas vezes, emissários do Templo, fariseus, saduceus e sacerdotes a João.
Disse-Ihes que se levantaria entre eles um homem, o qual não conheciam, que esperassem, pois em pouco viria Aquele que o mandara.
“Eu, na verdade, vos batizo em água, mas virá outro, mais forte do que eu, a quem não sou digno de desatar a correia dos sapatos; Ele vos batizará na virtude do Espírito Santo e no fogo.” (Luc. 3, 16).
O lugar onde João pregava, era situado à distância de menos de meia légua, do lugar do Batismo. Ali estava ensinando, quando Herodes veio, pela segunda vez; João não se incomodou. Herodes tinha o desejo ilícito de casar-se com a mulher de seu irmão.
Propusera, em vão, ao Sinédrio declarar lícito esse matrimônio; temendo também a voz pública, quis apaziguá-Ia por uma sentença de João.
Este ensinou, diante dos discípulos, com grande franqueza, sobre o assunto a respeito do qual Herodes queria informar-se.
Este mandou entregar-lhe um rolo, que continha escrita a sua causa. O rolo foi posto aos pés de João, pois este não quis contaminar-se, tocando-o com a mão com que batizava. Então vi Herodes, indignado, deixar o lugar com o séquito.
João ensinou sobre o próximo Batismo do Messias e disse que nunca o tinha visto, mas acrescentou:
“Para vos dar testemunho d’Ele mostrar-vos-ei o lugar onde será batizado. Eis que as águas do Jordão se dividirão e surgirá uma ilha.”
No mesmo instante vi que as ondas do rio se dividiram e avistou-se uma iIhota branca. Era esse o lugar onde os filhos de Israel atravessaram o Jordão, com a Arca da Aliança.
João e os discípulos fizeram uma ponte, até à ilhota. Ao lado esquerdo desta, havia uma fossa, da qual subia água clara. Alguns degraus conduziam para baixo e, perto da superfície d’água, jazia uma pedra sobre a qual Jesus devia permanecer durante o seu batismo.
Mais uma vez vi chegar uma comissão de cerca de vinte pessoas, enviadas pelas autoridades de Jerusalém, para pedir contas a João. Respondeu-Ihes como dantes, apelando para Aquele, que viria em pouco, para ser batizado.
Depois vi Herodes chegar até perto do lugar de Batismo; discutiu com João, que o tinha excomungado.
Vieram então a João também os discípulos que Jesus despedira em Nazaré; falaram-lhe de Jesus. Ao batizá-Ios, João teve a íntima certeza de que Jesus estava perto, pois o viu também numa visão. Desde então, ficou João cheio de indescritível alegria e com saudade de Jesus.”
João Batista, o Precursor
O precursor do Messias é considerado por alguns como o centro de calorosos debates sobre seu verdadeiro papel.
João Batista, uma figura quase icônica e adotada por certas correntes esotéricas como um ícone do conhecimento oculto e do verdadeiro papel que o Messias teria em sua missão.
Porém, apesar de tudo que já foi publicado sobre esse profeta, ainda se conhece poucos detalhes de sua vida.
Por exemplo, sabemos de sua vene- ração pelas principais igrejas cristas (católica, ortodoxa, luterana e anglicana) e que ele teria vivido entre os anos 2 a.C. e 27 d.C., já que é citado pelo historiador Flávio Josefo (37 ou 38 – cerca de 100) e pelos autores do quatro evangelhos canônicos da Bíblia.
Grande parte da vida de João Batista ainda é envolta em mistério e possui poucos detalhes, por isso vamos tentar reconstituir o que sabemos. Lucas diz em seu evangelho que ele era filho do sacerdote Zacarias e Isabel, prima de Maria, mãe de Jesus. É considerado pelos cristãos ortodoxos como o precursor do Messias, e seu nome, João, significa Deus é propício. Recebeu o nome de Batista porque pregava o que Lucas chamou de “batismo de penitência”. Foi o responsável pelo batismo de muitos judeus, incluindo Jesus, que mergulhava nas águas do rio Jordão. É hoje o único santo cujo nascimento e martírio (respectivamente em 24 de junho e 29 de agosto) são comemorados em duas solenidades pelos cristãos.
Seu nascimento tem duas interpretações. Entre os cristãos ocidentais é um feriado mantido pelos católicos, anglicanos e luteranos. Sabe-se que o dia da morte de um santo é comemorado em sua festa respectiva, com exceção de Jesus, Maria e João Batista. A razão para tanto é que, como o profeta bíblico Jeremias e a própria mãe de Jesus, João Batista foi purificado do pecado original antes de seu nascimento, embora não tenha sido imaculado como no caso de Maria.
Já na igreja Ortodoxa e outras orientais, o santo é conhecido como São João, o Precursor, o que indica que o objetivo de sua pregação era preparar o caminho para a vinda de Jesus.
Por lá o dia de São João Batista é comemorado em 24 de junho com uma festa onde há uma vigília de noite inteira e uma pós-festa de um dia.
Dados gerais
Os fragmentos de informação são importantes para que possamos traçar um perfil o mais completo possível do santo e de sua importância.
João teria nascido numa pequena aldeia de nome Aim Karim, que fica cerca de seis quilômetros de distância a oeste de Jerusalém. Há documentos que discutem a data de seu nascimento como sendo no ano 7 a.C., enquanto historiadores religiosos aproximam do ano 2.
Sua educação foi fortemente influenciada por ações religiosas e pela vida no templo, uma vez que seus pais eram do meio religioso: seu pai, um sacerdote, e sua mãe, pertencente a um grupo chamado as Filhas de Aarão, que cumpriam determinados procedimentos na sociedade religiosa. Aos seis anos o menino deveria começar sua aprendizagem escolar, mas como não havia escola em Judá, foram seus pais os encarregados de instruí-lo.
Quando completavam 14 anos, os meninos que se formavam na sinagoga iniciavam um novo ciclo da educação. Os pais de João o levaram para Engedi (hoje Qumram) para ser educado na tradição nazarita.
Lá, ele teria efetuado os votos que incluíam abster-se de bebidas alcoólicas, deixar o cabelo crescer e não tocar nos mortos.
As ofertas que compunham parte do ritual foram entregues em frente ao templo de Jerusalém para oficializar. O trecho abaixo traz algumas informações
sobre o que aconteceu em seguida, retiradas do chamado Livro de Urântia, de uma fundação de mesmo nome.
No documento 135 temos o seguinte sobre o pai de João, Zacarias:
“Em setembro desse ano, Isabel e João fizeram uma viagem a Nazaré para visitar Maria e Jesus. João estava quase se decidindo a começar o trabalho da sua vida, quando foi exortado, não apenas pelas palavras de Jesus mas também pelo seu exemplo, a retornar à sua casa, tomar conta da sua mãe, e esperar pela ‘chegada da hora do Pai’. Após despedir-se de Jesus e Maria, no fim da
“A razão para tanto é que, como o profeta bíblico Jeremias e a própria mãe de Jesus, João Batista foi purificado do pecado original antes de seu nascimento, embora não tenha sido imaculado como no caso de Maria.”
João não viu Jesus de novo até o evento do seu batismo no Jordão. João e Isabel retornaram para casa e começaram a fazer planos para o futuro. Posto que João recusou-se a aceitar o soldo de sacerdote que lhe era devido dos fundos do templo, no fim de dois anos eles não tinham como manter até mesmo a própria casa; e então decidiram ir para o sul levando o rebanho de ovelhas. Consequentemente, o verão em que João fez vinte anos testemunhou a mudança deles para Hebrom.
No chamado “deserto da Judeia”, João guardava as suas ovelhas ao lado de um riacho, que era o afluente de uma corrente maior que chegava ao mar Morto, em Engedi. A colônia de Engedi incluía não apenas os nazaritas por consagra- ção vitalícia ou de duração determinada, mas numerosos outros pastores ascetas que se congregavam nessa região com os seus rebanhos e que se confraternizavam com a irmandade nazarita. Eles mantinham-se com a criação de ovelhas e com as doações que os judeus ricos faziam à ordem.”
Zacarias morreu no ano 12 quando João teria por volta de 18 anos. Assim, Isabel se tornou viúva.
“Após despedir-se de Jesus e Maria, no fim da agradável visita, João não viu Jesus de novo até o evento do seu batismo no Jordão.”
Eles teriam se mudado de Judá para Hebrom, no deserto da Judeia. Lá, João teria iniciado sua vida de pastor e se juntado a grupos ascetas que perambulavam pela região. Isabel morreu no ano 22, e com sua morte seu filho ofereceu seus bens de família à irmandade nazarita, aliviando-se de todas as responsabilidades sociais e iniciando a sua preparação para pregar aos gentios e admoestar os judeus, anunciando a proximidade de um Messias que estabeleceria o Reino do Céu.
Pregação
Um médico de Antioquia, Lucas, diz que João começou seu ministério no 15º ano de Tibério. Lucas foi discípulo de Paulo e morreu no ano 90. Seu evangelho e suas contribuições nos Atos dos Apóstolos foram compilados de acordo com suas instruções.
Segundo o Livro de Urântia, temos as seguintes informações sobre esse período:
Embora a data não corresponda aos registros históricos, pois o ano 15 de Tibério corresponde ao ano 29, quando João Batista teria 36 anos de idade, o que leva a crer que a informação de Lucas esteja errada.
“Ao longo do vale desse pequeno riacho, João construiu nada menos do que uma dúzia de abrigos de pedra e de currais noturnos, consistindo de pedras empilhadas, onde ele podia vigiar e guardar os seus rebanhos de ovelhas e cabras. A vida de João como pastor permitia a ele ter uma boa parte do seu tempo para pensar.
Conversava muito com Ezda, um jovem órfão de Betezur, a quem ele havia de certo modo adotado e que cuidava dos rebanhos quando ele fazia as suas viagens a Hebrom para ver a sua mãe e para vender ovelhas, bem como quando ele ia até Engedi para os serviços do sábado.
João e o jovem viviam com muita simplicidade, sobrevivendo da carne, do leite de cabra, de mel silvestre e dos gafanhotos comestíveis daquela região. Essa sua dieta regular era complementada pelas provisões trazidas de Hebrom e de Engedi, de tempos em tempos.”
João realizava seus batismos em Pela quando Jesus se aproximou.
Era o auge das pregações do precursor, que seria acompanhado de 25 a 30 discípulos e realizava batismos em gentios e judeus arrependidos.
Naquele tempo acreditava-se que Deus punia não apenas os iníquos, mas também seus descendentes. Ao batizar Jesus, a missão de João estaria completada e o caminho para a vinda do Messias estava pavimentado.
João teria sido aprisionado pelo rei Herodes Antipas I (20 a. C.-39 d.C.) no ano 26. Foi levado para a fortaleza de Macaeros, onde permaneceu por dez meses até ao dia de sua morte.
Herodíade (15 a.C.-após 39), por meio de sua filha Salomé, coagiu o rei para que lhe entregasse a cabeça do profeta numa bandeja de prata. Sua morte foi anunciada pelos discípulos de João para Jesus.
Pontos de vista
Muitas correntes religiosas levam em consideração a importância de João Batista. Para Flávio Josefo, a derrota de Herodes frente a Aretas IV (cerca de 9 a.C.-40 d.C.), rei da Nabateia, se deve ao fato de sua participação na morte de João. Explica-se: como João juntava muita gente para ser ouvido, Herodes temia que isso pudesse ser o começo de uma rebelião.
Para os adeptos da Igreja Batista há a chamada teoria de sucessão apostólica ou JJJ (João – Jor- dão – Jerusalém), que postula que “os batistas atuais descendem de João Batista”.
Enquanto João realizava seus batismos Jesus se aproximou. Era o auge das pregações do precursor, que seria acompanhado de 25 a 30 discípulos e realizava batismos em gentios e judeus arrependidos.
Continuou através de uma sucessão de igrejas ou grupos que batizavam apenas aduitos, como os montanistas, novacianos, donatistas, paulicianos, bogomilos, albigenses e cátaros, valdenses e anabatistas”.
A corrente espírita afirma que o profeta Elias, descrito no Velho Testamento, reencarnou em João Batista e que, mais tarde, este voltou como sacerdote druida entre o povo celta, na Bretanha. Na França foi Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), que usava o pseudônimo de Allan Kardec e foi o codificador do Espiritismo.
Sua última passagem neste plano se deu no Brasil, onde assumiu a identidade de Alziro Zarur (1914- 1979), jornalista, radialista, poeta e escritor, fundador da Legião da Boa Vontade.
Outras religiões e escolas filosóficas também colocam João Batista em destaque. No islamismo é considerado um de seus profetas, enquanto no mandeísmo, religião pré-cristă considerada como gnóstica, ele é venerado como Messias. Por fim há a franco-maçonaria, na qual ele é considerado seu padroeiro.
Admirado Por Jesus
Para o professor de história judaica, Jaime Fucs, Ein Karen é um vilarejo e também o local de descanso de peregrinos. O padre Sergio Olmedo, diretor do Convento de São João Batista no deserto, mostra uma caverna onde João teria se escondido, que fica a cinco quilômetros de Ein Karen. Herodes sabia que um Messias tinha vindo e mandou matar as crianças com menos de dois anos de idade. O padre lembra que João cresceu sozinho nas montanhas, entre animais selvagens. “Mas tinha conhecimento da realidade e contato com o povo. João dizia: sejam sinceros, se vão rezar, rezem de coração, se fizerem alguma coisa, façam com o coração.”
Historiadores afirmam que João teria ficado insatisfeito com a vida em Jerusalém e que largou tudo para morar no deserto, quando teria se juntado aos essênios, que acreditavam que o messias seria um guerreiro e que o fim do mundo estava próximo. Jesus, segundo os especialistas, admirava muito seu primo, e por isso ele seria decisivo em sua própria vida.
Fonte: Revista O Livro Negro dos Profetas – História Oculta Especial.
John Baptist, the Forerunner
The precursor of the Messiah is considered by some to be the center of heated debates about his true role.
John the Baptist, an almost iconic figure adopted by certain esoteric currents as an icon of occult knowledge and the true role that the Messiah would have in his mission.
However, despite everything that has been published about this prophet, few details of his life are still known. For example, we know of his veneration by the main Christian churches (Catholic, Orthodox, Lutheran and Anglican) and that he would have lived between the years 2 BC and 27 AD, as he is cited by the historian Flávio Josephus (37 or 38 -about 100) and by the authors of the four canonical gospels of the Bible.
Much of John the Baptist’s life is still shrouded in mystery and has few details, so we will try to reconstruct what we know. Luke says in his gospel that he was the son of the priest Zechariah and Elizabeth, cousin of Mary, mother of Jesus. He is considered by Orthodox Christians to be the forerunner of the Messiah, and his name, John, means God is propitious.
He received the name Baptist because he preached what Luke called a “baptism of penance.”
He was responsible for the baptism of many Jews, including Jesus, who immersed himself in the waters of the Jordan River. He is today the only saint whose birth and martyrdom (respectively on June 24 and August 29) are celebrated in two solemnities by Christians.
His birth has two interpretations. Among Western Christians it is a holiday maintained by Catholics, Anglicans and Lutherans. It is known that the day of a saint’s death is celebrated on their respective feast, with the exception of Jesus, Mary and John the Baptist. The reason for this is that, like the biblical prophet Jeremiah and Jesus’ own mother, John the Baptist was cleansed from original sin before his birth, although he was not immaculate as in the case of Mary.
In the Orthodox and other Eastern churches, the saint is known as Saint John, the Forerunner, which indicates that the objective of his preaching was to prepare the way for the coming of Jesus. There, Saint John the Baptist’s Day is celebrated on June 24th with a party where there is an all-night vigil and a day-long after-party.
General data
Fragments of information are important so that we can draw as complete a profile as possible of the saint and his importance. John was born in a small village called Aim Karim, which is about six kilometers west of Jerusalem. There are documents that discuss his birth date as being in the year 7 BC, while religious historians approximate the year 2.
His education was strongly influenced by religious actions and life in the temple, since his parents were religious: his father, a priest, and his mother, belonging to a group called the Daughters of Aaron, who fulfilled certain requirements. procedures in religious society. At the age of six the boy was supposed to begin his schooling, but as there was no school in Judah, his parents were in charge of instructing him.
When they turned 14, boys who graduated from the synagogue began a new cycle of education. João’s parents took him to Engedi (today Qumram) to be educated in the Nazarite tradition. There, he would have taken vows that included abstaining from alcoholic beverages, letting his hair grow long and not touching the dead.
The offerings that made up part of the ritual were delivered in front of the temple in Jerusalem to make it official. The excerpt below provides some information about what happened next, taken from the so-called Urantia Book, from a foundation of the same name. In document 135 we have the following about John’s father, Zechariah:
“In September of that year, Elizabeth and John took a trip to Nazareth to visit Mary and Jesus. John was almost making up his mind to begin his life’s work, when he was exhorted, not only by Jesus’ words but also by his example , to return to his home, take care of his mother, and wait for the ‘arrival of the Father’s hour’. After saying goodbye to Jesus and Mary, at the end of the
“The reason for this is that, like the biblical prophet Jeremiah and Jesus’ own mother, John the Baptist was cleansed from original sin before his birth, although he was not immaculate as in the case of Mary.”
John did not see Jesus again until the event of his baptism in the Jordan. João and Isabel returned home and began to make plans for the future. Since John refused to accept the priest’s salary due to him from the temple funds, at the end of two years they were unable to maintain even their own house; and then they decided to go south with the flock of sheep. Consequently, the summer in which John turned twenty
witnessed their move to Hebron. In the so-called “Judean desert”, John kept his sheep next to a stream, which was the tributary of a larger stream that reached the Dead Sea, in Engedi.
The colony of Engedi included not only Nazarites for lifelong or fixed-term consecration, but numerous other ascetic pastors who congregated in that region with their flocks and who fraternized with the Nazarite brotherhood. They supported themselves by raising sheep and the donations that rich Jews made to the order.”
Zechariah died in the year 12 when John would have been around 18 years old. Thus, Isabel became de-
“After saying goodbye to Jesus and Mary, at the end of the pleasant visit, John did not see Jesus again until the event of his baptism in the Jordan.”
They would have moved from Judah to Hebron, in the Judean desert. There, João began his life as a shepherd and joined ascetic groups that roamed the region. Isabel died in the year 22, and with her death her son offered his family assets to the Nazarite brotherhood, relieving himself of all social responsibilities and beginning his preparation to preach to the Gentiles and admonish the Jews, announcing the proximity of a Messiah who would establish the Kingdom of Heaven.
Preaching
A doctor from Antioch, Luke, says that John began his ministry in the 15th year of Tiberius. Luke was a disciple of Paul and died in the year 90. His gospel and his contributions in the Acts of the Apostles were compiled according to his instructions.
According to the Urantia Book, we have the following information about this period:
“Along the valley of this small stream, John built no less than a dozen stone shelters and night pens, consisting of piled stones, where he could watch over and guard his flocks of sheep and goats.
João’s life as a shepherd allowed him to have a good part of his time to think. He talked a lot with Ezda, a young orphan from Bethezur, whom he had in a sense adopted and who took care of the flocks when he made his travels. John and the young man lived very simply, surviving on meat, goat’s milk, wild honey and edible locusts. from that region.
This regular diet of his was supplemented by provisions brought from Hebron and Engedi from time to time.”
John was performing his baptisms in Pella when Jesus approached. It was the peak of the preaching of the precursor, who would be accompanied by 25 to 30 disciples and performed baptisms on repentant Gentiles and Jews.
At that time it was believed that God punished not only the wicked, but also their descendants. By baptizing Jesus, John’s mission would be completed and the path for the coming of the Messiah would be paved.
John would have been imprisoned by King Herod Antipas I (20 BC-39 AD) in the year 26. He was taken to the fortress of Macaeros, where he remained for ten months until the day of his death. Herodias (15 BC-after 39), through her daughter Salome, coerced the king to give her the prophet’s head on a silver platter. His death was announced by John’s disciples to Jesus.
Viewpoints
Many religious currents take into account the importance of John the Baptist. For Flavius Josephus, Herod’s defeat against Aretas IV (around 9 BC-40 AD), king of Nabataea, is due to the fact of his participation in John’s death. It is explained: how John gathered a lot of people to be heard, Herod feared that this might be the beginning of a rebellion.
For adherents of the Baptist church there is the so-called theory of apostolic succession or JJJ (John – Jordan – Jerusalem), which postulates that “current Baptists descend from John the Baptist” and that their church
“John was performing his baptisms in Pella when Jesus approached. It was the height of the preaching of the precursor, who would be accompanied by 25 to 30 disciples and performed baptisms on Gentiles and repentant Jews.”, “continued through a succession of churches or groups that baptized only adherents, such as the Montanists, Novatians, Donatists, Paulicians, Bogomils, Albigensians and Cathars, Waldensians and Anabaptists”.
The spiritist current claims that the prophet Elijah, described in the Old Testament, was reincarnated in John the Baptist and that, later, he returned as a Druid priest among the Celtic people, in Britain. In France it was Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), who used the pseudonym Allan Kardec and was the codifier of Spiritism. Your
The last passage in this plan took place in Brazil, where he assumed the identity of Alziro Zarur (1914- 1979), journalist, radio broadcaster, poet and writer, founder of the Legião da Boa Vontade.
Other religions and philosophical schools also highlight John the Baptist. In Islam he is considered one of its prophets, while in Mandaeism, a pre-Christian religion considered Gnostic, he is venerated as the Messiah. Finally, there is Freemasonry, in which he is considered its patron saint.
Admired by Jesus
For Jewish history professor Jaime Fucs, Ein Karen is a village and also a resting place for pilgrims. Father Sergio Olmedo, director of the Convent of São João Batista in the desert, shows a cave where João would have hidden, which is five kilometers from Ein Karen. Herod knew that a Messiah had come and had children under two years of age killed.
The priest remembers that João grew up alone in the mountains, among wild animals. “But he had knowledge of the reality and contact with the people. John said: be sincere, if you are going to pray, pray from the heart, if you do something, do it from the heart.”
Historians claim that John was dissatisfied with life in Jerusalem and that he gave up everything to live in the desert, when he joined the Essenes, who believed that the messiah would be a warrior and that the end of the world was near.
Jesus, according to experts, greatly admired his cousin, and for this reason he would be decisive in his own life.