A incredulidade de Tomé – imagem grega

Sobre a Obra

A incredulidade de Tomé – imagem grega

Um pouco sobre Tomé

Tomé foi um dos doze apóstolos escolhidos por Jesus Cristo (Mc 3,18; Mt 10,3; Lc 6,15).

Era judeu da Galileia e como os outros discípulos acredita-se que também era pescador.

O nome Tomé vem do aramaico que em grego significa gêmeo.

No grego também encontramos uma palavra equivalente a gêmeo que é Didvmus (Dídimo).

Se observarmos, o nome de Tomé nos Evangelhos Sinóticos aparece somente na escolha dos apóstolos por parte de Jesus, e novamente é mencionado nos livros do Atos dos Apóstolos (1,13) quando os apóstolos voltam para Jerusalém, saindo do Monte das Oliveiras, no mais, João é o evangelista que mais fala de Tomé.

Aliás é João que acrescenta ao nome de Tomé a referência Dídimo, talvez porque ele estava escrevendo ao mundo grego, por isto está adição ao nome.

Este acréscimo nos dá um indicativo de que Tomé teria algum irmão ou irmã gêmeo, mas nada de comprovado temos a este respeito.

Durante sua caminhada de aproximadamente 03 anos ao lado do Mestre Jesus, Tomé aprendeu dele e foi preparado para ser um dos futuros líderes da igreja.

Como referência a Tomé, a quem diga que ele tinha um temperamento pessimista e de muita dúvida.

Bem, neste breve estudo, perceberemos que de pessimista ele nada tem, quanto a dúvida, de fato ele teve, mas após seu encontro pessoal com o Senhor, veremos que de fato ele não tinha dúvida, lhe faltava elementos para corroborar com a euforia dos demais discípulos.

 

Tomé um homem de coragem

Nosso amigo Tomé, nos mostra que muitas vezes quem pouco fala, muito faz. Veja, em um momento de muito temor entre ele e seus amigos, ele tem uma atitude corajosa.

Vamos ao fato:

“Havia um homem chamado Lázaro.

Ele era de Betânia, do povoado de Maria e de sua irmã Marta.

E aconteceu que Lázaro ficou doente.

Maria, sua irmã, era a mesma que derramara perfume sobre o Senhor e lhe enxugara os pés com os cabelos.

Então as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: “Senhor, aquele a quem amas está doente”.

Ao ouvir isso, Jesus disse: “Essa doença não acabará em morte; é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por meio dela”.

Jesus amava Marta, a irmã dela e Lázaro.

No entanto, quando ouviu falar que Lázaro estava doente, ficou mais dois dias onde estava.

Depois disse aos seus discípulos: “Vamos voltar para a Judeia”.

Estes disseram: “Mestre, há pouco os judeus tentaram apedrejar-te, e assim mesmo vais voltar para lá?”

Jesus respondeu: “O dia não tem doze horas?

Quem anda de dia não tropeça, pois vê a luz deste mundo.

Quando anda de noite, tropeça, pois nele não há luz”.

Depois de dizer isso, prosseguiu dizendo-lhes: “Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou até lá para acordá-lo”.

Seus discípulos responderam: “Senhor, se ele dorme, vai melhorar”.

Jesus tinha falado de sua morte, mas os seus discípulos pensaram que ele estava falando simplesmente do sono.

Então lhes disse claramente: “Lázaro morreu, e para o bem de vocês estou contente por não ter estado lá, para que vocês creiam.

Mas vamos até ele”. Então Tomé, chamado Dídimo, disse aos outros discípulos: “Vamos também para morrermos com ele”.

Jo 11, 1-16

Bem, o capítulo 11 do Evangelho de São João, conforme vimos acima traz uma riqueza muito grande, pois mostra a preocupação de Jesus com o amigo Lázaro, este relato vai até o versículo 43, que convido ao nosso leitor a fazer o restante da leitura, se ainda não o fez, para ver o grande milagre que Jesus realizou.

Mas veja, como nosso objetivo aqui é falar da coragem de Tomé e isto fica evidente no versículo 16, onde ele se coloca a frente dos demais discípulos para ir com Jesus e juntos correrem o risco de serem apedrejados, observamos aqui que é nas ocasiões como esta, que se manifestam os grandes homens que lutam por um objetivo comum.

Ele tem noção da responsabilidade que carregava nas costas por seguir Jesus e que para isto deveria ir com ele até a morte, se fosse o caso.

A sua coragem, ou até mais que isto, sua fidelidade ao chamado que Jesus fez a ele, mostrou aos outros apóstolos que para seguir Jesus deve-se haver um despojamento de si mesmo e isto Tomé mostrou a eles e nos mostra até hoje.

“Não se perturbe o coração de vocês.

Creiam em Deus; creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu teria dito a vocês.

Vou preparar lugar para vocês.

E, quando eu for e preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver. Vocês conhecem o caminho para onde vou”.

Disse-lhe Tomé: “Senhor, não sabemos para onde vais; como então podemos saber o caminho?”

Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto”.

Jo 14, 1-6

Reforço ao leitor que chegou até aqui a continuar, em um momento oportuno, ler os demais versículos do capítulo 14, pois neste capítulo Jesus procura confortar e preparar os discípulos para seu momento de partida.

Mas voltemos ao nosso querido Tomé.

Vejam ele era um questionador, pois não tinha medo de fazer perguntas para o Mestre, de buscar a verdade, mesmo que esta verdade fosse dolorida para a caminhada deles. Ele não se conformava viver com uma pergunta sem resposta e esta característica se torna evidente na última ceia, que lemos uma parte ainda pouco.

Jesus anuncia que a hora de sua morte está se aproximando, mas que vai preparar um lugar para seus apóstolos.

Pensa em um diálogo consolador foi este de Jesus com o Tomé!!

Ele foi o primeiro a receber esta importante revelação do próprio Jesus, Tomé foi ousado em perguntar, acredito que já se passava pela cabeça dele, que seria impossível seguir a missão sem o Mestre, pois Jesus estava tentando explicar a cada um deles o que estava por vir, mas parece que não estavam entendendo.

Tomé um homem incrédulo ou adorador?

Esta é uma pergunta que fica para você leitor tirar suas conclusões, pois Tomé de fato nos dá mostras de que não acreditou na ressurreição em primeiro momento, mas como não acreditar se ele estava junto com Jesus na ressurreição de Lázaro, conforme lemos neste artigo?

Bem, para um bom entendedor, se os melhores amigos dele falaram que Jesus ressuscitou, porque ele haveria de duvidar, mas talvez ele quis fazer um teste com ele mesmo…será? Bem, vamos aos fatos:

“Ao cair da tarde daquele primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!”

Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado.

Os discípulos alegraram-se quando viram o Senhor.

Novamente Jesus disse: “Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio”.

E com isso, soprou sobre eles e disse: “Recebam o Espírito Santo.

Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados”.

Tomé, chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu.

Os outros discípulos lhe disseram: “Vimos o Senhor!” Mas ele lhes disse: “Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado, não crerei”.

Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “Paz seja com vocês!”

E Jesus disse a Tomé: “Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a no meu lado. Pare de duvidar e creia”. Disse-lhe Tomé: “Meu Senhor e meu e Deus!”

Então Jesus lhe disse: “Porque me viu, você creu? Felizes os que não viram e creram”.

Jo 20, 19-29

Meu amigo!! Que experiência!!

Lembra que no início deste texto eu mencionei que Tomé tinha uma humanidade aflorada, mas de uma espiritualidade invejável? Chegou o momento.

Mas vamos entender um pouquinho o que aconteceu.

Veja após a morte, Jesus aparece aos 10, pois Tomé estava ausente e ainda não tinham escolhido quem seria o 12° apóstolo para continuarem a missão confiada por Jesus.

Mas aí que está a problemática da situação, pois o texto diz que eles estavam com as portas fechadas por medo dos judeus.

Se tinham medo, por que Tomé estava na rua?

Será que ele não tinha medo assim como os outros?

Uma outra coisa que pode pairar sobre nós e talvez pairou sobre ele, é que ele tenha ido buscar informações sobre a ressurreição, uma vez que as mulheres já tinham anunciado, pode ser que ele tenha ido atrás de informações.

Pode ter ido atrás de comida para o restante do grupo.

Pode ter ido atrás de informações para sentir se ainda poderiam ser ameaçados, uma vez que o chefe do grupo já tinha sido morto, talvez as ameaças parassem por ali.

Não temos relato, o fato é que Tomé não ficou trancafiado esperando as coisas acontecerem, ele saiu.

Pois bem, quando ele volta para o convívio junto com o grupo recebe a notícia de que o Senhor apareceu para eles, este relato pode ter feito ele a se sentir preterido ou excluído da bênção de poder ver o Senhor mais uma vez e seria a primeira vez após a ressurreição.

Que tragédia, deve ter passado pela cabeça de Tomé.

Por que fui sair?

Por que só para eles e para eu não?

Certamente os amigos não paravam de falar para ele, que ele tinha perdido etc.

Tomé teve uma sacada interessante… A é?

Tá bom, então só acredito se eu ver e não só isto, mas seu tocar.

E não é em qualquer lugar, é nos lugares que foram perfurados, nas chagas.

Ele precisava ter certeza de que Aquele que os amigos viram, de fato era o Mestre.

Ele queria provar o mesmo que os outros provaram.

Oito dias depois, o fato aconteceu novamente, agora com Tomé junto aos demais, Jesus se dirigiu a Tomé de forma pessoal e o convidou a tocar em suas feridas e pedindo a ele que não fosse incrédulo, mas que acreditasse.

O texto bíblico não esclarece se Tomé tocou ou não nas feridas de Jesus, ou se apenas se sentiu convidado ao ato.

Muito provavelmente ele tocou, mas isto não é o mais importante, o que importa aqui é que ele fez a sua verdadeira profissão de fé, dizendo:

“Meu Senhor e meu Deus”

“Você acreditou porque me viu, Tomé. Felizes os que creem sem ter visto!”

Estas foram as derradeiras palavras de Jesus neste lindo acontecimento na vida de Tomé.

Lhe convido a ler novamente o subtítulo deste artigo novamente, para tirar suas conclusões.

Conclusão

Bem, estamos quase chegando ao fim de nossa reflexão sobre este importante homem que fez uma grande diferença entre seus amigos e companheiros, talvez eles tenham percebido tudo isto que nós podemos experimentar, mas certamente muitos de nós nos colocamos no lugar em certo momento de nossa vida.

Antes de terminar é importante saber como terminou a história de Tomé, pois além dos relatos que temos na Sagrada Escritura, pouco sabemos sobre o restante da vida dele.

Algumas especulações ou se podemos chamar de tradições nos dizem que ele foi enviado para pregar o evangelho na Índia e provavelmente também na Síria.

Na Índia foi perseguido por líderes religiosos.

Conquistou muitos seguidores e em Malabar surgiu uma fervorosa comunidade cristã.

Fundou a Igreja de São Tomé.

Consta que foi martirizado e morto pelo rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, onde fica o “Monte São Tomé” e a “Catedral de São Tomé”, supostamente o local de seu sepultamento.

Historiadores acreditam que o apóstolo foi morto à flechadas, por hindus, enquanto orava. Suas relíquias foram veneradas na Síria e depois levadas para o Ocidente e preservadas em Ortona, na Itália.

Finalmente, podemos dizer que tudo o que realmente era importante que soubéssemos sobre quem foi Tomé está registrado na Bíblia.

O dia de São Tomé é festejado no dia 3 de julho.

A incredulidade de Tomé – imagem grega

A Incredulidade de São Tomé é um episódio da vida de Jesus narrado em João 24:29.

A expressão passou a significar desde então a dúvida que só pode ser sanada com o contato direto, visual e físico com as evidências, ou seja, o comportamento do cético.

O termo tem sua origem no relato sobre o apóstolo Tomé, um dos doze, que duvidou da ressurreição de Jesus e exigiu tocar as chagas de Jesus para que se convencesse.

Após ver Jesus revivido e receber a oferta de tocar nas chagas, Tomé professou sua fé em Jesus.

Por isso, ele é também conhecido como “Tomé, o Crente” após o evento.

O relato bíblico afirma que Jesus teria dito “Creste, por que me viste?

Bem-aventurados os que não viram e creram”.

Na arte, o tema é tecnicamente conhecido como “A Incredulidade de São Tomé” e tem sido comum desde pelo menos o século VI, quando ele apareceu na Âmpula de Monza.

Nestas representações, assim como no Barroco posterior, a imagem era utilizada para enfatizar a importância das experiências físicas, estendidas pelos teólogos às peregrinações, à veneração das relíquias e o ritual, que reforçavam as crenças cristãs.

O assunto teve um pico de popularidade na arte da contrarreforma como uma reafirmação da doutrina católica contra a rejeição dos protestantes a estas práticas.

A Incredulidade de São Tomé 

É uma pintura do mestre barroco italiano Caravaggio, criada por volta de 1601–1602.

É mantida em Bildergalerie, uma antiga galeria de arte e agora um museu, em Potsdam, Alemanha.

A pintura mostra o episódio que deu origem ao termo “Dúvida de Tomé“, que é formalmente conhecido como a Incredulidade de Tomé, este episódio esteve frequentemente representado na arte cristã desde pelo menos o século V, e costumava ter uma variedade de pontos teológicos.

De acordo com o Evangelho de São João, Tomé, o Apóstolo, duvidou das Aparições de Jesus após a ressurreição e disse:

“Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de crer”.

Oito dias depois estavam outra vez os seus discípulos juntos, e com eles Tomé.

Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio.

Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente.

Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!

Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram. 

Caravaggio, na dimensão horizontal da tela, “fotografa” o momento do toque em uma moldura de três quartos, onde as quatro figuras estão dispostas em um fundo neutro e escuro.

Em 1606, o banqueiro Vincenzo Giustiniani referiu-se à obra em uma cópia presente em Gênova, vinte anos depois a pintura foi mencionada na coleção de Giustiniani, o que sugere que foi o próprio banqueiro quem encomendou o trabalho, essa hipótese é dada como certa por um certo número de fontes. 

Entre outras coisas, o realismo sombrio do trabalho só poderia ter sido bem recebido por um dos maiores defensores de Caravaggio, o Giustiniani.

Após a dispersão da coleção de Giustiniani, a pintura chega à Prússia e é comprada pelo Estado em 1816, sendo posteriormente transferida para o Castelo Charlottenburg e para a Bildergalerie de Potsdam, onde hoje está localizada.

FONTE: http://www.filosofia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=224&evento=6

https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Incredulidade_de_S%C3%A3o_Tom%C3%A9_(Caravaggio)

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