A tentação de Jesus Cristo – Book of Kells no ano de 800 e visões da Beata Anne Catherine Emmerich

Sobre a Obra

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A tentação de Jesus Cristo – Book of Kells no ano de 800 – Trinity College

Assita o documentário sobre o Book of Kells / Watch the documentar about Book of Kells: https://youtu.be/QWxIE-SwxQo?si=kLMnC3K6-tdVLUTI

Documentários em inglês da Virgo Potens sobre Tentações – Visões de São João Maria Vianney

Conheça as visões da Beata Anne Catherine Emmerich sobre a Tentação de Cristo: https://youtu.be/I44b-2JX6Fs?si=3VP74H1ifN9VKjU-

Depois de batizado, Jesus partiu com os companheiros, primeiro para Belém, seguindo daí para o sul do Mar Morto, pelo mesmo caminho que a Sagrada Família tomara na fuga para o Egito. De lá, voltando, foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto, para jejuar quarenta dias.

Começou o jejum na montanha de Jericó, onde subiu ao monte deserto íngreme de Quarantania e rezou em uma gruta. Descendo do monte, atravessou em uma embarcação o rio Jordão e veio a uma montanha muito íngreme, distante cerca de nove léguas do Jordão, Jesus rezava numa gruta, ora prostrado por terra, ora de joelhos, ora em pé. Não comia nem bebia, mas era confortado pelos anjos.

Cada dia, conta Anna Catarina Emmerich, a obra da oração de Jesus era diferente; cada dia nos alcança outras graças. Sem essa obra, não podia ser meritória a nossa resistência às tentações.

Outro dia O vi prostrado com o rosto em terra, quando vieram numerosos anjos, que O adoraram e Lhe perguntaram se podiam apresentar-Lhe a sua missão e se ainda era a Sua vontade sofrer como homem, para os homens.

Tendo Jesus de novo confirmado Sua vontade de aceitar os sofrimentos, erigiram-Lhe em frente uma cruz alta. Três anjos trouxeram uma escada, outro uma cesta, com cordas e ferramentas; outros, a lança, a haste de hissopo, varas, açoites, coroa de espinhos, pregos, tudo o que depois se empregou na Sagrada Paixão.

A cruz, porém, parecia oca; podia abrir-se como um armário e estava cheia de inúmeros e diversíssimos instrumentos de tortura. Todas as partes e lugares da cruz eram de cores diferentes, pelas quais se podia conhecer que tortura teria de sofrer.

Havia também na cruz muitas fitas de diversas cores, como que relatórios de muitas contrariedades e trabalhos que Jesus teria de suportar na Sua vida e Paixão, da parte dos discípulos e de outros homens. Quando, desse modo, toda a Paixão estava posta diante d´Ele, vi que Jesus e os anjos choravam.

Satanás não sabia que Jesus era Deus, tomou-O por um profeta. Uma vez o vi à entrada da gruta, sob a figura de certo jovem, a quem Jesus muito amava. Fez barulho, pensando que Jesus se zangasse; mas Este nem olhou para ele.

Depois, enviou o demônio sete ou nove aparições de discípulos à gruta; disseram-Lhe que O tinham procurado ansiosamente; não devia arruinar-Se lá em cima e abandoná-los. Jesus disse somente: Afasta-te, Satanás. ainda não é tempo”. Então desapareceram todos.

Em um dos dias seguintes vi Satanás querendo afigurar-se anjo, trajando vestes resplandecentes. Chegou voando à entrada da gruta e disse: “Fui enviado por Vosso Pai, para Vos confortar”. O Senhor, porém, não olhou para ele.

Jesus sofreu fome e sede. Ao cair da noite, Satanás, sob a forma de um homem alto e forte, subiu ao monte. Levava duas pedras que tirara em baixo, dando-lhes forma de pães. Disse a Jesus: “Se sois o Filho de Deus, fazei que estas pedras se mudem em pão”. Ouvi Jesus apenas dizer: “O homem não vive de pão”. Satanás ficou furioso e desapareceu.

Ao cair da tarde do dia seguinte, vi Satanás aproximar-se de Jesus, em forma de um anjo poderoso. Vangloriando-se, disse-Lhe: “Mostrar-Vos-ei quem sou e o que posso. Eis aí Jerusalém e o Templo. Vou colocar-Vos na mais alta torre; mostrai então o Vosso poder”.

Satanás segurou-O pelos ombros e, levando-O pelos ares a Jerusalém, colocou-O no cimo de uma torre. Depois voou para baixo, à terra, e disse: “Se sois o Filho de Deus, mostrai o Vosso poder e atirai-Vos à terra; pois está escrito: “Ele mandará os Seus anjos, que vos sustentarão com as mãos, a fim de que não magoeis os pés de encontro às pedras”.

Jesus respondeu: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus”.

Então voltou Satanás, cheio de raiva, e Jesus lhe disse: “Usa do teu poder, do poder que te foi dado”. Satanás furioso, segurou-O de novo pelos ombros, e, levando-O por cima do deserto, em direção a Jericó, colocou-O no mesmo monte onde Jesus começara o jejum.

Era o ponto mais alto do monte, no qual O tinha posto; mostrou em redor de si e viram-se os mais maravilhosos panoramas em todas as direções do mundo. Então disse Satanás a Jesus: “Sei que quereis propagar agora a Vossa doutrina.

Eis aí todas essas terras magníficas, esses povos poderosos e aqui a pequena Judeia. Ide lá! Dar-Vos-ei todas essas terras, se, prostrado a meus pés, me adorardes”.

Jesus disse: Adorarás o Senhor teu Deus e a Ele servirás. Afasta-te, Satanás!”. Então vi Satanás, em uma forma indescritivelmente hedionda, lançar-se para baixo e desaparecer.

Logo depois, vi um grupo de anjos aproximar-se de Jesus e levá-lo à onde começara o jejum. Eram doze esses anjos e numerosos outros, para O servirem.

Celebrou-se, então, na gruta, uma festa em ação de graças e de júbilo, e depois houve um banquete.

Jesus desceu do monte e veio ao Jordão, perto do lugar onde João estava batizando. Este se voltou logo para o Mestre, exclamando: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo”.

Jesus foi para a gruta do Monte das Oliveiras, para rezar na solidão e também porque Adão e Eva, expulsos do paraíso, pisaram pela primeira vez a terra ali, no Monte das Oliveiras.

Fonte: Vida, Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus – Beata Anne Catherine Emmerich

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