Crucifixo de São Damião – Vai Repara a Minha Igreja – São Francisco – sec. XIII

Sobre a Obra

O Crucifixo que falou a São Francisco

Foi por meio do Crucifixo de São Damião que Jesus falou a Francisco:

“Francisco, reconstrói minha Igreja” (2 Cel: 10- 11).

E este fato marca toda a experiência pessoal de Francisco no seguimento de
Cristo Senhor pela radicalidade do Evangelho.

Francisco vai tornar presente na sua vida o Mistério do Ressuscitado que
Passou pela Cruz. Este fato marcará toda a espiritualidade herdada de
Francisco.

Como Comunidade nasceu com grande influência de São Francisco, nos tornamos
herdeiros da Cruz de São Damião e do anuncio profético e renovador de que
Jesus é o Senhor ressuscitado que passou pela Cruz por amor a cada homem.

Poderia, mesmo, afirmar que o ícone da Cruz de São Damião é uma escola
oracional de nossa espiritualidade enquanto Ostensório Vivo, enquanto
participantes da missão de Francisco de fazer o Amor ser amado por todos os
homens no mundo todo.

Um artista desconhecido, natural de Úmbria, pintou o crucifixo no século XII
em estilo romântico, sob clara influencia sírio-oriental. Foi pintado num
pano colado sobre madeira (nogueira). Tem 1,90m de altura, 1,20m de largura
e 12cm de espessura.

O mais provável é que tenha sido pintado para ser posto no altar da Igreja
de São Damião.

Este é o Crucifixo e o Cristo glorioso que Santa Clara contemplará durante
toda a sua vida, durante todo o tempo em que permaneceu no Mosteiro de São
Damião (1212 – 1253).

Por isso, falará tantas vezes no “Rei da glória”.

Em 1257, após a morte de Santa Clara, quando as primeiras clarissas
deixaram a igreja de São Damião e passaram a morar na igreja de São Jorge
(atual Basílica de Santa Clara), para ficarem junto do corpo de sua
Fundadora, levaram consigo este Crucifixo que ficava sobre o altar.

A figura central do ícone é o Cristo, não só por seu tamanho, mas também
por ser o Cristo a figura luminosa que domina a cena e transmite luz para
as demais figuras.

A cruz, cuidadosamente conservada por 700 anos, foi mostrada ao público
pela primeira vez, na Semana Santa de 1957, sobre o novo altar da Capela de
São Jorge na Basílica de Santa Clara de Assis.

Este crucifixo é de inspiração joanina já que para São João, Cristo
Crucificado é o Senhor, o Cordeiro pascal que cumpre tudo segundo a vontade
do Pai, no poder do Espírito.

No Evangelho de João se fala da Paixão do Senhor como a “sua” hora, em que
será Glorificado, não se desassocia a Cruz da Ressurreição.

Além disso, João é o único a falar do transpassamento do lado de Cristo e a
apresentar os personagens contemplados no ícone.

No livro do Apocalipse, João nos fala do Cordeiro imolado mas de Pé,
fazendo menção ao mistério do Senhor que vence a morte e trás em si as
marcas gloriosas da paixão.

Existem 33 figuras no Ícone:
2 imagens de Cristo
1 mão do Pai
5 figuras maiores
2 figuras menores
14 anjos
2 pessoas nas mãos de Jesus
1 menino pequeno
6 pessoas ao fundo da Cruz
1 galo.
Há 33 cabeças em torno da cruz, dentro das conchas, e sete ao redor da
auréola.

A figura do Cristo

A figura central do ícone é o Cristo, não só por seu tamanho, mas
também por ser o Cristo a figura luminosa que domina a cena e transmite luz
para as demais figuras.

“Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não andará em trevas, mas terá
a luz da vida” (Jo 8, 12).

A luz brota do interior da Pessoa de Jesus, viva e vivificante.

Como no centro do Castela interior de Santa Teresa, é o Senhor quem dá vida
a todas as outras moradas:

“Quando Nosso Senhor é servido, apieda-se de tudo o que essa alma padece e
já padeceu, ansiando por sua presença e amor. Ele já a tomou
sobrenaturalmente por sua esposa.

Antes de consumar o matrimônio espiritual, a introduz em sua morada, que é
a sétima. Assim, como num outro céu, Sua Majestade deve ter em nós um lugar
de descanso, onde só Ele reside. Podemos chamá-lo de outro céu. (…)

Falemos das almas que fizeram penitência de seus pecados e se acham em
estado de graça. Não as consideremos estreitas e limitadas. São um mundo
interior, onde cabem tantos e tão lindos aposentos, conforme tendes visto.
Dentro delas há um aposento para o próprio Deus”

Como no Ostensório, é Cristo o centro:

“Nossa experiência esponsal com o Senhor se dá, de maneira toda especial, no
mistério do Ressuscitado que passou pela cruz, presente na Eucaristia.

É na adoração amorosa ao amor de nossas vidas que realizamos o sonho de
Deus para nós. Nós nascemos do Senhor Eucarístico, nós existimos no Senhor
Eucarístico, nós somos no Senhor Eucarístico e nos encaminhamos para o
Senhor Eucarístico. Ele é a fonte e o ápice de nossa existência e até na
eternidade este mistério nos tocará!

O Senhor deseja conduzir-nos ao mais íntimo de nós mesmos para nos
encontrarmos com Ele; deseja conduzir-nos ao mais íntimo do seu coração e
confidenciar-nos segredos de amor. Por isso nossa vocação é profética:
anunciamos a partir da nossa vida com o Ressuscitado, pregamos o que d’Ele
ouvimos.”

Os olhos de Jesus estão abertos:
Ele olha para o mundo que salvou e diz:

”Vinde a mim!”. Ele vive e é eterno. A veste de Jesus é um simples pano
sobre o quadril (linho bordado a ouro) – um símbolo tanto do Sumo Sacerdote
como de Vítima; Jesus aparece, assim, como Rei, Sacerdote, Vítima, Altar,
Profeta e como Pontífice: a entrega que Ele faz de si ao Pai, no Espírito,
é total e radical; é uma entrega de obediência por amor (kenosis).

Está ressuscitado e crucificado, crucificado e ressuscitado, é o Cordeiro
Imolado, mas de pé. O Cristo pobre, casto e obediente.

O sofrimento e a morte de Jesus são lidos à luz da sua glorificação, por
isso a coroa de espinhos dá lugar à coroa gloriosa da realeza do Cristo
Senhor.

Na coroa de glória contemplamos a cruz do Senhor envolvida de luz, não
negando o seu sofrimento, mas significando a chave de leitura de todo o
mistério pascal: a kénosis de Jesus para a nossa salvação e glorificação
n’Ele. O tórax e o pescoço são muito fortes, pois estão repletos do
Espírito.

Atrás dos braços esticados do Cristo está seu túmulo vazio, representado
pelo retângulo preto totalmente envolvido-vencido pelo amor redentor do
Cristo.

O medalhão e a inscrição.

A ascensão é retratada no círculo vermelho: Cristo está saindo dele
segurando uma cruz dourada que, agora é Seu símbolo de realeza.

As vestimentas são douradas, símbolo de majestade e vitória.

A estola vermelha é um sinal de sua autoridade e dignidade suprema
exercidas no amor.

Anjos lhe dão boas-vindas no Reino dos Céus, Jesus é o centro do mundo
angélico. IHS são as três primeiras letras do nome de Jesus em grego.
NAZARÉ é o Nazareno.

A ascensão é apresentada dinamicamente acima da inscrição “Jesus Nazareno,
rei dos judeus.”

“Esse novo que Deus começa a fazer em nós é uma manifestação do seu
insondável amor por todos os seus filhos, somos enviados como missionários
que tem a missão de preparar os caminhos para o Senhor que vem, e que não
tardará.

Nossos lábios estarão sempre com o sorriso da expectativa da vinda do
Senhor, vinda gloriosa que nos preenche de alegria.

Nossa língua materna é o louvor que entoamos em todo tempo e lugar,
prolongando o Magnificat de Maria e fazendo-o ecoar onde nossos pés
pisarem.

Nosso Deus é fiel e quer que esse novo, esse povo que Ele suscita e levanta
seja um povo adorador, um povo que se deixa conduzir pelo Espírito, que
vive a vida no Espírito.

Nossa vida é um dom que Deus faz à Igreja para que ela possa dispor de nós
para seus filhos diletos.

Nosso testemunho deve ser uma espada de dois gumes a atingir as profundezas
da alma de todos aqueles a quem o Senhor nos enviar. Diante de tudo isso
que o Senhor nos revela nosso coração só confia, pois sabemos que nada
disso somos capazes de realizar se não for Deus a agir em nós, somos
Ostensórios, Ele é o centro e a razão de nosso existir, a obra é d’Ele a
nós cabe apenas confiar e amar.”

A mão do Pai.

De dentro do semicírculo, na extremidade mais alta da cruz, Ele,
que nenhum olho viu, se revela numa benção. Esta benção é dada pela mão
direita de Deus, com o dedo estendido. Sob a mão direita está indicado o
Espírito Santo (digitus Dei) que assinala todos os verdadeiros penitentes
com o Tau.

“Como se vê, essa vocação é uma resposta amorosa do homem ao chamado
amoroso de Deus e só a podemos assumir graças a uma especial intervenção do
Espírito Santo na nossa história; sem o derramamento do Espírito Santo não
há a vocação.

Assim, nossa alma se enche de louvor, que em nossa vida não se torna um
aspecto da oração, mas sim um estado de vida onde tudo se faz ao som do
‘magnificat’ que canta nossa alma unida a Maria.”

A videira mística.

Em torno da cruz há ornamentos caligráficos que podem significar a
videira mística, “Eu sou a videira, vós os ramos…” (Jo 15, 5), e faz
relação com “ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por
seus amigos” (Jo 15, 13), assim, a cruz é lida como Árvore da vida.

Na base da cruz, há algo que parece ser uma pedra – o símbolo da Igreja. É
na Igreja que o Senhor depositou os méritos de sua paixão e morte e é por
Ela que podemos contemplar as verdades reveladas em Cristo Senhor.

As conchas do mar são símbolos de eternidade – um mistério, guardado no
rosto infinito da eternidade, nos é revelado. Entretanto, as conchas
permanecem abertas na base da Cruz, dando a entender que o céu se revela a
nós na Igreja.

Maria e João.

Como no evangelho de São João, Maria e João são colocados lado a
lado. O manto de Maria é branco, significando vitória (Ap 3, 5),
purificação (Ap 7, 14) e boas obras (Ap 19, 8) e se estende até o chão. As
pedras preciosas no manto dizem respeito às graças do Espírito Santo.

O vermelho escuro usado indica intenso amor esponsal, enquanto a veste
interna na cor purpúrea lembra a Arca da Aliança (Ex 26, 1-4).

A mão esquerda de Maria está no rosto, retratando a aceitação do amor de
João, e sua mão direita aponta para Cristo acolhendo João ao tocá-lo e
reconhece em João o mistério do Sacerdócio de Cristo continuado nos
Apóstolos, enquanto seus olhos proclamam a aceitação das palavras de
Cristo: “Mulher, eis aí teu filho” (Jo 19, 26).

O sangue goteja em João neste momento brotando do lado aberto do Coração de
Jesus.

O manto de João é cor de rosa que indica sabedoria eterna, o amor esponsal
que o envolve completamente em sua túnica branca – pureza. Sua posição é
entre Jesus e Maria, o discípulo amado por ambos. Ele está olhando para
Maria, aceitando as palavras de Jesus: “Eis aí tua mãe” (Jo 19, 27).

Seus pés indicam a permanência na Presença intima de Cristo e a entrega por
fazer o Amor amado por todos os homens. João é o dídimo da vocação
Ostensório Vivo.

“A Rainha de nossa vocação é Maria (primeira a viver a graça do carisma que
Deus nos concede), é nela que aprendemos a realizar a vontade de Deus para
nós”

Com Maria aprendemos que o cerne da nossa vocação está na oração, em sermos
almas esponsais que o Pai reservou para seu Filho no Espírito Santo. A
oração é a pedra principal do nosso carisma, ela move o nosso coração
consagrado por nos revelar o quão perto Deus está de nós por que nos ama.”

“Viver a liberdade dos filhos de Deus na consagração total de nossas vidas,
essa é a vocação que do Senhor recebemos e que aprendemos a viver no
Coração Imaculado de Maria. “

“Ao chegarmos aqui, no topo do Alverne, o Senhor revela sua bondade e nos
convida a entrarmos na Fenda do Rochedo. O Alverne de nossa vocação é Maria,
nosso monte santo no qual o nosso Rei e Senhor se revela ao nosso coração; a
Fenda da Rocha é a nossa adoração, na qual nos colocamos diante de Deus para
olharmos aquele que nos ama, ouvindo a sua Palavra, bebendo de sua
misericórdia, amando-O com tudo o que temos e exclamando: “Meu Deus, meu
Tudo!”

As outras figuras maiores:

Maria Madalena
Maria Madalena, que era considerada por Jesus de uma forma muito especial,
está junto à cruz. Sua mão está no queixo, indicando um segredo “Ele
ressuscitou”. Sua veste tem cor escarlate, que simboliza amor intenso e
disposto a dar a vida ao Amado Rei e Senhor, e seu manto azul intensifica
este símbolo de sua humanidade decaída redimida pela Misericórdia infinita
do Senhor.
“Sim, o Pai nos escolheu para si, para sermos instrumentos de sua ação no
mundo, para sermos Ostensórios Vivos de seu Filho pelo poder do Espírito
Santo. Louvado seja deus que nos escolheu no seu amor para o seu amor!
Fomos eleitos para almas esposas de Jesus.

Contudo, o Pai não escolheu para o seu Filho os melhores ou mais perfeitos,
ao contrário, o Pai escolheu para esposas de seu Filho os mais pobres, mais
simples, mais incapazes, mais miseráveis, mais limitadas por sua condição
de pecadoras para que, no Espírito Santo fossem santificadas pelo fogo de
amor que Ele acende no mais profundo da alma. É o Espírito Santo que
transforma toda água que trazemos em nós em vinho novo da graça. Assim,
toda glória é dada a Deus por tudo aquilo que Ele faz em nós.

Para contemplarmos melhor o mistério da nossa eleição fixemos os nossos em
Francisco de Assis que percebeu valer o que era diante de Deus e nada mais,
que se sabia pequeno e pecador e a partir dessa graça dada por Deus ele
pode se despojar de tudo e de si para receber e acolher de Deus o selo da
eleição. Como a Francisco, Deus não nos escolheu pelos nossos méritos mas
pelos méritos de Jesus, nosso Grande Deus e Senhor, e para Ele e nos selou,
no Espírito Santo, como almas eternamente desposadas.”

Maria de Cleófas.

Usa veste cor castanha, símbolo de humildade e abertura fecunda à
Palavra de Deus, e seu manto verde claro – esperança- ornado com finos
brocados de ouro mostram a Obra Nova que o Cordeiro realiza naqueles que se
deixam conduzir por sua voz.

Sua admiração por Jesus é demonstrada no gesto de suas mãos ao ouvir o
anúncio de Madalena: “Ressuscitou”.

“A Palavra, que é nosso alimento diário e nossa principal regra de vida,
que deve ser rezada, pois por ela o Senhor nos transforma”

“O amor esponsal é abrasado no coração dos que se colocam na presença do
Senhor Eucarístico para ouvi-lo com a sincera disposição de deixar-se
transformar pela Palavra.

Para que esse fogo de amor se acenda em nós precisamos nos dispor a
buscá-lo, e, uma vez começada a busca é o Senhor quem se encarrega de nos
conduzir nas veredas ardentes de seu amor.

O amor esponsal é um fogo que arde no nosso coração, tornando o nosso
coração um com Ele, e nos consome impulsionando-nos a dar tudo no Senhor,
para fazê-lo ser amado por todos os homens; esse Amor nos leva ao
testemunho do Senhor com ousadia e com martírio.

Esse fogo do Espírito Santo nos santificará em cada momento de nossa vida
ao nos abrasar dele mesmo para a maior glória de Deus, por Jesus Cristo
Ressuscitado presente em nós, que deixou em nós, em nossas vidas, suas
marcas de amor.”

O Centurião de Cafarnaum.

Ele segura, na mão esquerda, um pedaço de madeira representado sua
participação na construção da sinagoga (Lc 7, 1-10). A criança ao lado é o
seu filho curado por Jesus.

As três cabeças atrás do menino mostram: “e creu tanto ele, como toda a sua
casa” (Jo 19, 28-30).

Tem três dedos estendidos, símbolo da Trindade, e os outros dois fechados,
simbolizando o mistério das duas naturezas de Jesus Cristo (divina e
humana).

“Este homem era verdadeiramente o filho de Deus” (Mc 15, 39)

Representa o coração que se converte e nos recorda que fomos escolhidos por
sermos os mais fracos e não merecedores do imenso chamado que Deus nos faz.

Figuras menores:

Longinus

O soldado romano que feriu o lado de Jesus com uma lança; está ao lado da
mãe de Deus e seu nome figura no crucifixo.

Representa os pagãos (e nós pecadores) que sendo causa da Paixão recebem
dela a redenção.

Estefânio

A tradição dá este nome ao soldado que ofereceu a Jesus uma esponja
encharcada com vinagre após Ele ter dito “tenho sede” (Jo 19, 28-30); está
ao lado do centurião.

Representa os judeus (e nós cristãos) que sendo causa da Paixão recebem
dela a redenção.

Os santos desconhecidos.
Embaixo dos pés de Jesus, há seis santos desconhecidos que estudiosos
afirmam ser Damião, Rufino, Miguel, João Baptista, Pedro e Paulo, todos
patronos de igrejas na área de Assis. São Damião era o patrono da igreja
que alojou a cruz e São Rufino, o patrono de Assis.

Essa parte da pintura está muito danificada e não permite uma adequada
identificação. Note-se que todos os que estão aos pés de Jesus mantém a
cabeça erguida expressando a espera do retorno glorioso do Senhor.

Os anjos que discutem

Há dois grupos de anjos – que animadamente discutem as cenas que se
desenrolam diante deles. “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe
deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a
vida eterna” (Jo 3, 16).

Estão colocados próximos a Jesus e em relação aos homens, ao serviço da
obra de Jesus nos homens.

O sepulcro.


Como foi mencionado anteriormente, atrás de Cristo está o seu
túmulo aberto. Cristo está vivo e venceu a morte. O vermelho do amor supera
o negro da morte. Os gestos de mão indicam fé, a fé dos santos
desconhecidos que acolhem a salvação realizado pelo Cordeiro Imolado que se
apresenta de pé e vitorioso (Jo 20, 3-9).

O galo.

À esquerda das penas de Cristo encontra-se um galo. Em primeiro lugar, a
inclusão do galo recorda a negação de Pedro, que depois chorou amargamente.
Em segundo, o galo proclama novo despertar do Cristo ressuscitado, Ele que
é a verdadeira luz (1 Jo 2, 8). “Mas sobre vós que temeis o meu nome,
levantar-se-á o Sol de Justiça que traz a salvação em seus raios” (Mt 3,
20).

Conclusão

Os ícones são escolas de oração e de vida. Depois desse pequeno
passeio pela espiritualidade dos ícones eu te convido a parar diante do
Crucifixo de São Damião e a deixar o Espírito Santo te conduzir a uma
profunda contemplação da nossa vocação Ostensório Vivo.

Que sua oração te arrebate ao cerne de nossa vocação! Repare que no ícone
todos os personagens tem as feições iguais a de Jesus, mostrando assim que
nossa vocação esponsal nos deve conduzir a ser semelhantes ao Amado de
nossa alma.

“Nossa busca é uma entrega total e radical na busca do Amado e do encontro
com o Amado nós O comunicamos ao mundo. Essa identidade imprime em nós
marcas profundas, com quais o Senhor nos consagra.

É Deus quem nos consagra e essa consagração é ser transformado na pessoa de
Cristo.”

Interpretação

Vai e repara a minha Igreja disse a cruz para São Francisco! Cruz de São Damião que falou com São Francisco para reparar a Igreja de Jesus.

Acima da cabeça de Jesus está um retrato da Ressurreição: o exército de anjos O recebe no céu.

Em torno de Cristo triunfante emergindo de um círculo vermelho, segurando uma cruz de ouro que agora é seu cetro.

Acima da trave da cruz ,vemos uma companhia de santos anjos, admirando o Divino Sacrifício. Sua mãe e o discípulo a quem amava estão embaixo da cruz.

Em sua plena estatura, Jesus tem suas mãos ao longo da cruz em uma atitude de suplica e bençãos.

Embaixo da cruz, vemos os quatro santos mais amados do povo da Ordem Franciscana: São Francisco, Santa Clara, Santo Antônio de Pádua e São Boaventura.

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