Deus Pai enviando o Anjo Gabriel para para a Anunciação

Sobre a Obra

Escutar áudio do texto

Deus Pai enviando o Anjo Gabriel para para a Anunciação – Manuscrito  Shaftesbury Psalter – 1254 – British Library

Assista o documentário sobre a Aquele que não pode ser Visto / Watch the documentar about the The Who cannot be seen:  

The One Who Cannot Be Seen (youtube.com)

“Pois bem, o próprio Senhor vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel.”

Isaías 7:14 – (Emmanuel significa Deus conosco).

“Jesus Cristo pode ser representado simplesmente porque Ele se tornou humano de carne e osso e como Deus redimiu toda a humanidade. Ele desafiou a matéria.

Eu não honro a matéria, mas o criador dela.

E infelizmente, junto com os ícones de Jesus, de Maria, dos anjos e santos, as vezes vemos a imagem de Deus Pai, e a Igreja desenvolveu todo um entendimento baseado nas escrituras que Deus Pai não pode ser visto por sua criação, sua glória é tão inimaginável e grande, por isso é impróprio representá-lo.

Então, o pintor não consegue capturar a glória de Deus Pai em imagens materiais, o Deus imaterial não pode ser pintado.

Desde os tempos antigos, a Igreja usa os ícones para ensinar sobre a divindade e as obras de Cristo.

Deus Pai, como não encarnou, mas enviou seu Filho, o verbo, para se tornar humano, representar Deus Pai em ícones confunde a doutrina da Encarnação, levando o fiel a se confundir com a natureza do Pai e seus atributos como a não materialidade.

Mas hoje em dia, após o Advento, quando Deus é visto na carne conversando com os humanos, ai sim podemos fazer uma imagem de Deus, quem eu vejo.

Deus Pai e Deus Espírito Santo não se tornaram visíveis nem tangíveis, então imagens não podem ser feitas.

O que era verdade para a Santíssima Trindade antes da vinda de Cristo, continua verdade.

Representar o Pai e o Espírito não é autorizado, isto seria pecaminoso do contrário.

É impossível representar quem não tem corpo físico, invisível, não circuncisado e sem forma.

Só é possível contemplar a glória do Deus Pai, por meio da glória do Deus Filho.”

São João de Damasco – The One Who Cannot Be Seen (youtube.com)

(citado no Filme The One Who Cannot be Seen do canal Trisagion).

Assista o documentário sobre a Aquele que não pode ser Visto

Watch the documentar about the The Who cannot be seen:

The One Who Cannot Be Seen (youtube.com)

E entenda porque representar Deus Pai em imagens já foi formalmente proibido pelo Concílio Ecumênico!

“O mistério escondido pelos séculos hoje foi desvelado, e o Filho de Deus se toma Filho do homem, a fim de que, assumindo aquilo que é medíocre, ele me conceda aquilo que for melhor.

Adão iludiu-se e não pôde tornar-se o deus que sonhava; Deus, no entanto, tornou-se homem para fazer de Adão um deus.

Alegre-se com a criação, dance com a natureza, porque um arcanjo se apresenta com temor diante da Virgem e lhe traz o “Alegrai-vos” que resgata a tristeza do Deus nosso, que por tuas entranhas de misericórdia encarnaste, glória a ti!”

Teofanes Grapto – Tropário para a festa da Anunciação – sec. IX

“No universo inteiro ouve-se o clamor daqueles que celebram, em uníssono, a festa hodierna. A

 morte veio por causa de um homem; mas por causa de um homem também veio a salvação.

O primeiro homem caiu no pecado; o segundo soergueu aquele que estava caído.

A mulher é defendida pela mulher.

A primeira abriu o caminho para o pecado; a segunda favoreceu o ingresso para a justificação.

Aquela seguiu o conselho da serpente; esta apresentou o matador da serpente e gerou o autor da luz.

Aquela, por meio do lenho, introduziu o pecado; esta, ao contrário, sempre por meio do lenho, introduziu o bem.

Por lenho, entendo a cruz; o fruto desse lenho é sempre verde e se torna vida imortal para aqueles que o saboreiam.”

Maria, a nova Eva – Gregório de Nissa, sec. IV

Homília da Anunciação

Homília para a Anunciação da Santíssima Mãe de DeusAndre de Creta

Hoje chegou a alegria de todos, que dissolve a primitiva condenação. Hoje chegou aquele que está em toda parte, para encher de alegria todas as coisas.

Sem guardas para o proteger, sem legiões de anjos, sem exaltar seus passos, mas em silêncio, serenamente.

Assim fez para permanecer escondido do príncipe das trevas e pegar no laço a serpente com arte prudente. […]

A sua misericórdia por nós, infinitamente grande, não suportava que fosse arruinada esta obra tão grandiosa, ou seja, o ser humano, para o qual ele dispôs o céu em forma de abóbada, solidificou a terra, espalhou os ares, desdobrou o mar, e construiu toda a criação sensível.

Assim, o Deus trazido no seio da Virgem é o Deus na terra, o Deus do céu, o Deus entre os homens, o Deus que está em toda parte e que não é contido.

Daqui a natureza do ser humano acolhe o prelúdio da alegria e recebe o início da divinização.

Daqui, ela, tendo se despojado da ilusória riqueza do pecado, é conduzida como esposa ao Criador.

Daqui a nossa primeira criação recebe uma nova, e o mundo envelhecido depõe o envelhecimento derivado do pecado.

Mas “alegre-se o céu e acima do céu, e as nuvens façam chover a justiça.

Os montes destilem mel e as colinas ‘cinjam-se’ de júbilo, visto que Deus teve piedade de seu povo”.

Com efeito, hoje manifestou-se “o mistério escondido há séculos” e “todas as coisas recebem a recapitulação em Cristo”.

Hoje, a suprema autoridade criadora do universo conduz ao final o seu conselho, deliberado antes da criação das coisas, para rejeitar o conselho premeditado pelo autor da maldade contra nós desde o princípio.

Por isso exultam os anjos, junto com eles alegrem-se os seres humanos, e o mundo inteiro retorna a si mesmo voltando-se para trás. […]

Deus envia Gabriel a Nazaré. “Vá, pois, a Nazaré, cidade da Galileia. Ali chegando, logo e em primeiro lugar, apresenta isto à Virgem, isto é, o feliz anúncio da alegria, que antes tinha sido destruído por Eva; todavia, não perturbe o seu espírito!

Visto que o anúncio é de júbilo e não de ruína, a saudação é de alegria e não de tristeza.”

Com efeito, para o gênero humano que alegria poderia ser mais feliz que esta, ou seja, a de tornar-se participante da natureza divina, e, pela união com ele, tornar-se uma só coisa com ele, em relação à unidade e, assim, à hipóstase?

E o que pode ser mais surpreendente para nós do que ver a condescendência de Deus, que chega até à concepção no seio de uma mulher?

Que coisas inacreditáveis! Deus nos braços de uma mulher, “ele que tem o trono no céu e o escabelo na terra”!

Deus é contido em um ventre, ele que está acima dos céus e coabita com a eternidade do Pai!

Haverá coisa mais inacreditável que esta, ou seja, ver Deus em forma humana, sem que se afaste de sua própria divindade?

Ver a natureza humana toda entrelaçada com seu Criador, a fim de que o ser humano seja todo divinizado, ele, que antes caiu sob o pecado?

Andre de Creta, Homília para a Anunciação da Santíssima Mãe de Deus

Fontes: Vida de Maria em ícones – Giovanna Parravicini, Edições Loyola.

Isaias 40,20/ Isaias 45.8; Amos 9:13/ Salmos 65,13/ Efésios 3,9/ Efésios 1.9/ Isaías 66,1 / Lucas 1,28.

Saudação de Zacarias a Maria menina

Saudação de Zacarias a Maria menina. Vem aqui, pequena menina, mais alta que os céus.

Vem aqui, tu que és vista como menina, e pela mente conhecida como oficina divina.

Vem aqui e santifica ainda mais o vestíbulo do santuário: com efeito, em uma palavra, não és tu a santificada, mas tu é que muito o santificas.

Vida de Maria em ícones

Vem aqui e inclina-te para o penetrale, o ponto sacral mais interior do templo, e para a cela, que incute tremor, tu que te tornarás tesouro imenso e imperscrutável.

Entra no vestíbulo do altar, tu que destróis o vestíbulo da morte.

Olha para dentro, para o véu³, tu que com o teu fulgor iluminas aqueles que estão ofuscados pelo prazer que obscurece.

Estende as mãos para mim, que te conduzo como uma menina, e segura minha mão, pois estou cansado pela velhice e me dobrei à transgressão do mandamento por ardor terreno, e conduze-me à vida.

Eis que te tomo como uma pequena bengala de velhice e restauração da natureza enfraquecida pela queda.

Eis que vejo tu, que te tornarás sustentáculo daqueles que caíram na morte.

Aproxima-te para venerar o altar, pelo qual em muitos símbolos foi dito que ele profetizou a ti, altar espiritualíssimo e incontaminado.

Caminha por todo o recinto do altar, porque, exalando odor de incenso¹, te tornaste mais que perfume para aqueles que aspiram a tua fragrância, tu que dignamente foste proclamada turíbulo da língua inspirada por Deus, e dos profetas portadores do Espírito.

Sobe, sobe o degrau da morada sagrada.

Comprazendo-se pelo frescor de tua beleza, as filhas de Jerusalém, alegres, tecem louvores, e os reis da terra te proclamam bem-aventurada: tu que foste reconhecida como divino fundamento, e do modo mais suave foste indicada ao patriarca por excelência, Jacó, como escada sustentada por Deus.

Vem, ó Senhora, porque é a ti que cabe estar em tal pedestal, tu que és […] o trono mais alto dos querubins.

Visto que és rainha do universo, atribuo a ti, dignamente, o primeiro assento, e, do alto, soergue tu aqueles que se precipitaram para baixo.

Então, juntamente com Davi, clamo: “Escuta, ó filha, vê e inclina o teu ouvido, esquece o teu povo e a casa de teu pai, pois o Rei encantou-se de tua beleza”.

O ancião assim se comportava, embora com a intenção de louvores maiores que esses.

Os pais se despediram, e a filha consagrada a Deus foi deixada.

Com tremor os anjos a serviam ministrando-lhe alimento, e a menina alimentava-se como os seres imateriais, com nutrimento não sabemos se material ou imaterial.

Assim, através de um cumprimento que vinha de Deus, realizavam-se os ritos da divina iniciação, e assim crescia a menina e se fortalecia, enquanto perdia força toda a adversidade da maldição que nos fora dada no Éden.

GERMANO DE CONSTANTINOPLA, I Homilia para a entrada da Santíssima Mãe de Deus

O que fazia a Virgem enquanto transcorria sua vida fechada no Santo dos Santos?

Recebia do anjo o alimento dos anjos, conservava integra sua virgindade semelhante a uma pomba imaculada, rendendo graças e manifestando um afeto profundo por aquele que tinha edificado o templo, o céu e a terra, e, súplice, dizia:  “Eu vos louvarei, ó Senhor onipotente, pois que tirastes o opróbrio de Eva, primeira mãe, e por vossa inefável misericórdia enviareis à terra o vosso Filho Unigênito, para viver no meio dos seres humanos. Será por esse motivo que tornarei pura e imaculada a sua morada”. […]

Fonte: Vida de Maria em Ícones. Giovanna Parravicini. Edições Loyola.

Salmo 45.11ss. / CI Genesis 3,16ss.

 

E o Verbo se fez carne – Evangelho de São João

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Ele estava no princípio com Deus.


Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.


E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.


Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
Este veio para testemunho, para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.


Não era ele a luz, mas para que testificasse da luz.


Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.


Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;


Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.


E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.”


João 1:1-14

Transcrição do Filme: The One who cannot be seen – Canal Trisagion

Igrejas ortodoxas em todo o mundo apresentam uma bela arquitetura e obras de arte, entre elas os ícones magníficos de Cristo e Seus Santos.

Esses ícones declarados no 7º Concílio Ecumênico deveriam ser exibidos nas paredes das igrejas nas casas e em todos os lugares visíveis pelo à beira da estrada e em todos os lugares para serem reverenciados por todos que pudessem vê-los.

Esta diretriz clara e universalmente aceita pôs fim à controvérsia da iconoclastia que durou muitos anos e causou grande divisão na igreja.

Embora ele tenha morrido antes do concílio, São João de Damasco argumentou como  os pais do sétimo Concílio eventualmente reconheceram que Cristo pode ser representado simplesmente porque ele se tornou humano e se encarnou daquele que tomou um corpo material, imagens materiais podem ser feitas tomando um corpo material.

Deus provou que a matéria pode ser redimida, ele deificou a matéria fazendo  seu espírito e, portanto, se a carne pode ser um meio para o espírito, a madeira ou a tinta também podem, embora de uma maneira diferente.

Eu não adore a matéria, mas o criador da matéria que por minha causa se tornou material e se dignou a habitar na matéria que através da matéria efetuou  minha salvação.

Infelizmente, junto com os ícones dos santos e anjos de Cristo, às vezes vemos imagens de Deus Pai, embora esses ícones tenham saído de moda hoje, eles já prevaleceram na iconografia ortodoxa, um Sínodo de Moscou em 1667 proibiu canonicamente a representação de Deus Pai em  ícones, mas esta decisão canônica nem sempre foi obedecida, por que um concílio proibiria a iconografia do Pai para entender que devemos olhar para as Sagradas Escrituras e para a doutrina da Encarnação?

As Escrituras ensinam desde o início que Deus não pode ser visto, lembre-se de Deus falando com Moisés, você não pode veja meu rosto, pois ninguém pode me ver e viver, então o Senhor disse que há um lugar perto de mim onde você pode ficar sobre uma rocha, quando minha glória passar, eu o colocarei em uma fenda na rocha e o cobrirei com minha mão até  Eu passei, então retirarei minha mão e você verá minhas costas, mas meu rosto não deve ser visto.

O povo judeu não entendia Deus na Trindade naquela época, mas eles tinham um entendimento completo de que nenhum ser humano poderia experimentar plenamente o Pai em todos  sua glória, eles sabiam que o pai era imaterial e incorpóreo, uma vez que Cristo veio assumindo a carne e deu a plena revelação de Deus ao mundo. 

João explica em seu evangelho sobre o relacionamento de Cristo com o Pai, nenhum homem jamais viu a Deus, o Filho unigênito que está no seio do Pai, ele o declarou, o evangelho está ensinando que o filho que é a palavra de Deus se encarnou  para que o povo tivesse uma representação física de Deus Pai em toda a sua glória não pode ser vista então o pai enviou Sua Palavra e filho para se revestir de carne humana para que a glória do pai pudesse ser vista através de sua palavra e filho, a segunda pessoa  da Trindade.

Por meio dessas escrituras, a igreja desenvolveu um entendimento completo de que Deus, o Pai, não pode ser visto por sua criação, sua glória é muito grande e inimaginável para ser vista, portanto, a igreja ensina que é impróprio representar o pai na iconografia, é impróprio porque as escrituras dizem nos diz que ninguém viu o pai, então o iconógrafo não pode saber o que pintar e porque não há como capturar a glória do pai em imagens materiais, uma vez que o Deus imaterial não pode ser plenamente experimentado por sua criação.

A outra razão pela qual o pai deveria  não ser representado em ícones é proteger a doutrina da Encarnação.

São João de Damasco ensinou que os ícones são necessários e essenciais porque protegem a doutrina plena e adequada da Encarnação. Com isso, ele quis dizer que, ao representar Cristo e os ícones, a Igreja ensina que Cristo encarnou e

viveu na terra.

Cristo pode ser retratado porque foi  visto e experimentado durante seu ministério terreno e a igreja usa ícones para ensinar sobre sua divindade e suas obras o Pai não se encarnou ele enviou a seu filho a palavra para se tornar como o homem representando o pai e os ícones confunde a doutrina da Encarnação guiando os fiéis compreender mal a natureza do pai e sua incognoscibilidade e imaterialidade.

São João de Damasco resume bem isso em seu tratado sobre as imagens divinas nos tempos antigos.

Deus que não tem forma nem corpo nunca poderia ser retratado, mas agora, quando Deus é visto em carne conversando com os homens, faço uma imagem do Deus que vejo.

A implicação aqui é que, na medida em que Deus Pai ou o Espírito não se tornou homem, imagens visíveis e tangíveis e ícones de retratos não podem ser representados, então o que era verdade para toda a Trindade antes de Cristo permanece verdadeiro para o pai e o espírito, mas não para a palavra se  tentamos fazer uma imagem do Deus invisível, isso seria pecaminoso.

Na verdade, é impossível retratar alguém sem corpo, invisível, incircunciso e sem forma.

Reading the Icon of Annunciation, Templo de Tenos – Stefanos, Bispo de Arsinoe

The mystery hidden for centuries today has been unveiled, and the Son of God becomes Son of man, so that, taking on what is mediocre, he grants me what is better.

Adam deluded himself and could not become the god he dreamed of as God, however, he became a man to make a god.

Therefore, may creation rejoice, nature may dance, because an archangel presents himself with fear before the Virgin and brings her the “Rejoice” that rescues sadness Our God, who through your womb of mercy you incarnated yourself, glory to you!

TEOFANES GRAPTO, Troparion for the feast of the Annunciation

Mary, the new Eve

“Throughout the universe we can hear the cry of those who celebrate, in unison, today’s feast. Death came because of one man; but because of one man salvation also came.

The first man fell into sin; the second raised the one who was fallen.

The woman is defended by the woman.

The first opened the way to sin; the second favored entry into justification. That one followed the serpent’s advice; this presented the slayer of the serpent and generated the author of light.

The former, through the wood, introduced sin; the latter, on the contrary, always through wood, introduced good.

By wood I mean the cross; the fruit of this wood is evergreen and becomes immortal life to those who taste it.”

Mary, the new Eve – Gregory of Nyssa, sec. IV

Homily of the Annunciation

Today everyone’s joy has arrived, which dissolves the original condemnation.

Today he arrived who is everywhere, to fill all things with joy. Without guards to protect him, without legions of angels, without exalting his steps, but in silence, serenely.

He did this to remain hidden from the prince of darkness and catch the serpent in the snare with prudent skill. […]

His mercy for us, infinitely great, could not bear the ruin of this great work, that is, the human being, for whom he arranged the sky in the form of a vault, solidified the earth, He spread the airs, unfolded the sea, and built all sentient creation.

Thus, the God carried in the Virgin’s womb is the God on earth, the God of heaven, the God among men, the God who is everywhere and who is not contained.

From here the nature of the human being receives the prelude of joy and receives the beginning of divinization. From here, having divested herself of the illusory wealth of sin, she is led as a wife to the Creator.

From here our first creation receives a new one, and the aged world lays down the aging derived from sin. But “let the heavens rejoice and the heavens above, and let the clouds rain down righteousness.

Let the mountains drop honey, and the hills be girded with joy, seeing that God has had mercy on his people.”

In effect, today “the mystery hidden for centuries” and “all things receive their recapitulation in Christ”.

Today, the supreme creative authority of the universe brings to the end its advice, deliberated before the creation of things, to reject the advice premeditated by the author of the evil against us from the beginning.

That is why the angels rejoice, together with them the human beings rejoice, and the whole world returns to itself by turning back. […]

God sends Gabriel to Nazareth. “Go, therefore, to Nazareth, a city in Galilee. Arriving there, immediately and first of all, present this to the Virgin, that is, the happy announcement of joy, which had previously been destroyed by Eve; however, do not disturb her spirit!

Since the announcement is of joy and not of ruin, the greeting is of joy and not of sadness.”

Indeed, for the human race what joy could be happier than this, namely, that of becoming a partaker of the divine nature, and, by union with it, becoming one with it, in relation to the unity and, thus, to the hypostasis?

And what could be more surprising to us than seeing God’s condescension, which goes as far as conception in a woman’s womb?

The unbelievable stuff! God in the arms of a woman, “he who has the throne in heaven and the footstool on earth”!

God is contained in a womb, he who is above the heavens and cohabits with the eternity of the Father!

Is there anything more unbelievable than this, that is, seeing God in human form, without moving away from his own divinity?

Seeing human nature all intertwined with its Creator, so that the human being is completely divinized, he who previously fell under sin?

Andreh of Crete, Homily for the Annunciation of the Most Holy Mother of God

Sources: Vida de Maria em Ícones – Giovanna Parravicini – Edições Loyola.

Extra references: Isaias 40,20 / Isaias 45.8; Amos 9:13/ Salmo 65,13 / Ephesians 3,9/ Ephesians 1.9/ Isaias 66,1

Life of Mary in icons

Come here and bow to the penetrale, the innermost sacral point of the temple, and to the cell, which instills tremors, you who will become an immense and inscrutable treasure.

Enter the vestibule of the altar, you who destroy the vestibule of death. Look inside, at the veil³, you who with your brilliance illuminate those who are dazzled by the pleasure that obscures.

Stretch out your hands to me, I will lead you like a girl, and hold my hand, for I am tired with old age and I have bowed to the transgression of the commandment out of earthly ardor, and lead me to life.

Behold, I take you as a small walking stick of old age and restoration of nature weakened by the fall. Behold, I see you, that you will become a supporter of those who have fallen into death.

Approach to venerate the altar, by which in many symbols it was said that he prophesied to you, a most spiritual and uncontaminated altar.

Walk throughout the precincts of the altar, because, exhaling the odor of incense¹, you have become more than perfume to those who inhale your fragrance, you who were worthily proclaimed censer of the tongue inspired by God, and of the Spirit-bearing prophets.

Climb, climb the step of the sacred abode. Enjoying yourself

For the freshness of your beauty, the daughters of Jerusalem, joyful, praise, and the kings of the earth proclaim you blessed: you who were recognized as divine foundation, and in the most gentle way were indicated to the patriarch par excellence, Jacob, like a ladder supported by God.

Come, O Lady, because it is up to you to be on such a pedestal, you that you are […] the highest throne of the cherubim.

Since you are queen of the universe, I assign to you, worthily, the first seat, and, from above, lift up those who have rushed downwards.

Then, together with David, I cry out: “Listen, O daughter, see and incline your ear, forget your people and your father’s house, for the King was enchanted by your beauty”.

The old man behaved like this, although with the intention of greater praise than these.

The parents said goodbye, and the daughter consecrated to God was left.

With trembling the angels served her, giving her food, and the girl fed like immaterial beings, with nourishment we do not know whether material or immaterial.

Thus, through a fulfillment that came from God, the rites of divine initiation were carried out, and thus the girl grew and became stronger, while all the adversity of the curse that had been given to us in Eden lost strength.

GERMAN OF CONSTANTINOPLE, I Homily for the entry of the Most Holy Mother of God

What did the Virgin do while she spent her life confined in the Holy of Holies?

She received the food of angels from the angel, she kept her virginity intact like an immaculate dove, giving thanks and showing deep affection for the one who had built the temple, heaven and earth, and, supplicatingly, she said:

“I will praise, O omnipotent Lord, for you have taken away the reproach of Eve, the first mother, and by your ineffable mercy you will send your only-begotten Son to earth, to live among human beings. It will be for this reason that I will make his dwelling pure and immaculate “. […]

Source: Vida de Maria em Ícones – Giovanna Parravicini – Edições Loyola.

Salmo 45.11ss. / CI Genesis 3,16ss.

Zachariah´s greeting to Mary the girl

Zachariah’s greeting to Mary the girl. Come here, little girl, higher than the heavens.

Come here, you who are seen as a girl, and by the mind known as a divine workshop.

Come here and sanctify the vestibule of the sanctuary even more: in fact, in a word, you are not the one who is sanctified, but you are the one who sanctifies it greatly.

Produzido por / Directed by: