
Jesus Cristo – O Grande Sumo Sacerdote

Jesus Cristo – O Grande Sumo Sacerdote
Hino Querubíco:
Por causa do Teu amor pela humanidade — um amor que não pode ser expresso ou medido — Tu te tornaste homem, inalterado e imutável. Foste nomeado nosso Sumo Sacerdote e, como Mestre de tudo, nos transmitiste o ministério sacerdotal deste sacrifício litúrgico e incruento. (…)
Pois és Tu quem ofereces e Tu és oferecido, és Tu quem recebes e Tu és dado, ó Cristo, nosso Deus, e nós Te damos glória, juntamente com Teu Pai eterno e Teu santíssimo, bom e vivificante Espírito, agora e para todo o sempre. Amém.

Hino Querubíco 4º Tom (Plagal)
O Sacerdócio de Cristo:
O autor da Epístola aos Hebreus repetidamente chama Jesus Cristo de grande Sumo Sacerdote (ver Hb 4,14), o Sumo Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5,10; 6,20).
As características distintivas de Seu sumo sacerdócio não são apenas Suas elevadas qualidades pessoais: santo, inocente do mal, irrepreensível, separado dos pecadores e exaltado acima dos céus (Hb 7, 26), mas também o fato de que Ele não tem uma sucessão sanguínea da linhagem de Arão, mas é designado ao sumo sacerdócio pelo próprio Deus (ver Hb 5, 10) para o serviço no tabernáculo celestial (ver Hb 9, 11).
Ao contrário de Arão, o misterioso Melquisedeque aparece no Livro de Gênesis aparentemente do nada (Gn 14, 17-20).
O escritor de Hebreus observa que o rei de Salém é o rei do mundo… sem pai, sem mãe (Hb 7,1-3).
Como Melquisedeque apareceu “sem genealogia”, segue-se que seu sacerdócio não se baseava na lei hereditária que governava o sacerdócio levítico, mas em algumas qualidades pessoais especiais.
Apoiando-se no Salmo 110 o autor de Hebreus cria para Cristo uma teologia do sacerdócio de Cristo sem precedentes em sua vida.
A Ordem de Melquisedeque:
Jesus Cristo identificado na Carta aos Hebreus como “um sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque”, citando o Salmo 110, 4.
A associação ou identificação de Melquisedeque com o Messias é anterior ao cristianismo, presente no Judaísmo do Segundo Templo como em 11Q13 que se refere a Melquisedeque como El e Elohim dando um caráter divino ao seu sacerdócio, no Apócrifo do Gênesis, Melquisedeque é colocado em conexão com Jerusalém (como mais tarde em Josefo), e em Filon Melquisedeque é honrado como o possuidor de um sacerdócio inculto e sem instrução, de fato como uma representação também identificando Melquisedeque com o Logos como sacerdote de Deus.
Em outro fragmento encontrado no Mar Morto, Melquisedeque assume uma identidade com Miguel sendo contrastado com Belial, algo que também ocorre na Carta aos Hebreus, só que em referência a Jesus Cristo.
A última seção do Enoque Eslavo (2ª Enoque), a Exaltação de Melquisedeque, conta como Melquisedeque nasceu de uma virgem, Sofonim (ou Sopanima), esposa de Nir, irmão de Noé.
A criança saiu de sua mãe depois que ela morreu e sentou-se na cama ao lado de seu cadáver, já fisicamente desenvolvido, vestido, falando e abençoando o Senhor, e marcado com o distintivo do sacerdócio.
Fonte: Cristo como Rei e Sumo Sacerdote à Luz da Dinastia Hasmoneu (séculos II-I a.C.)
Jesus como Sacerdote:
O Apelo da figura sacerdotal como parte integrante e indissolúvel do ministério do próprio Cristo tomou forma na tradição cristã com o sacerdócio ministerial das igrejas (primordialmente ligado aos bispos e depois também aos presbíteros).
A importância que o sacerdócio ministerial desempenhou e sua tipologia no sacerdócio do Templo, levou inclusive algumas narrativas a tentarem harmonizar as genealogias e colocar Cristo como um sacerdote do Templo como ocorre no Apócrifo ‘Sobre o Sacerdócio de Cristo’:
“Nos tempos antigos, quando o templo de Jerusalém ainda existia, havia entre os judeus o costume de nomear 22 sacerdotes no templo, de acordo com o número de nossos livros. Um códice foi depositado no templo.
Quando alguém era designado entre os sacerdotes, seu nome era registrado nele, bem como os nomes de seu pai e de sua mãe, para que ficasse claro que ele pertencia àqueles que agradavam a Deus.
“Como este era o costume predominante entre os antigos, aconteceu que, naquela época em que Jesus morava na Judéia, antes de se manifestar, um dos 22 sacerdotes morreu. Os demais se reuniram para votar quem deveria ocupar o lugar do falecido.
Depois de algum tempo, os sacerdotes não conseguiram chegar a um acordo entre si, pois discordavam sobre as pessoas a serem nomeadas.
Pois o costume entre eles não era apenas que o eleito fosse irrepreensível, mas também que sua família fosse irrepreensível.
E mesmo que ele levasse uma vida virtuosa, mas não tivesse conhecimento da lei e dos profetas, ele foi impedido de se tornar sacerdote. (…)
Quando aquele sacerdote ficou totalmente satisfeito com a garantia que desejava, ele disse a eles: ‘Quanto a mim, com Deus, nomeio Jesus, o chamado filho de José; ele é, com certeza, de uma idade jovem, mas se distingue por sua fala, sua conduta e moral.
E acredito que ninguém jamais apareceu na terra tão imparcial e irrepreensível em todos os sentidos.
Para todos os habitantes de Jerusalém, este é um fato inegável.’
Quando ouviram estas e outras palavras semelhantes, e em particular por grande respeito ao juramento que haviam pronunciado, os outros sacerdotes disseram a ele: ‘Verdadeiramente, sabemos que você fez uma nomeação que é boa e útil.’ (…)
Ele então disse: ‘Faça uma investigação, e você verá que durante o tempo do sacerdote Arão, houve uma mistura entre Arão e Judá, isto é, de Davi, e que por esta razão, eu me maravilho com a vida de Jesus.
Depois de ter examinado os fatos por mim mesmo, descobri que Maria também, por sua genealogia, descende de ambas as tribos.
Quando ouviram isso, ficaram tomados de medo e admiração, e imediatamente trouxeram Jesus e o levaram até o templo.
E o nomearam sacerdote, registrando-o no códice da maneira costumeira, como se segue: ‘Neste mês, e nesta indicação, por uma votação unânime, nomeamos sacerdote Jesus, o filho de Deus e da Virgem Maria.’ (Sobre o Sacerdócio de Jesus, 7-8; 12; 14; 29)
Na Iconografia remete exatamente a essa posição e Cristo é representado se vestindo com a coroa (mitra bizantina) e a estola (omofório decorado com cruzes) igual aos bispos enquanto se vestem na igreja durante a Divina Liturgia.
Cristo, o Grande Sumo Sacerdote de Sua Igreja na Terra, segura um Livro do Evangelho aberto em Sua mão esquerda e abençoa com a mão direita, ele é ao mesmo tempo o Sacerdote que oferece o Sacrifício e o Sacrificado, ele é o Ministro que oficia a Liturgia e o que é oferecido a ele mesmo em forma de pão e vinho.
Fonte: Sobre o Sacerdócio de Cristo
Link: https://www.nasscal.com/e-clavis-christian-apocrypha/on-the-priesthood-of-jesus/
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