
Jesus Cristo Pantocrator – Santo Fotis Kondilo – Monastério Gregoriou do Monte Athos – 1778
Cristo Todo-Poderoso – Fotis Kondilo
O ícone de Cristo é a gênese da pintura eclesiástica.
Seu pano de fundo teológico é que, no Antigo Testamento, a representação de Deus era proibida, pois “ninguém jamais viu a Deus” (João 10:18), enquanto com a Encarnação do Verbo, a intervenção da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade na História, Sua representação é possível e “nós vimos e nossas mãos tocaram” isso é retratado, confirmando precisamente esta Encarnação do Verbo.
O ícone do Todo-Poderoso conta a história desta descida divina melhor do que qualquer outro ícone.
Cristo é representado de frente, de frente, abençoando com a mão direita e segurando um Evangelho aberto com a esquerda na passagem “Aprendei de mim que estou diante de vós…” (Mateus 11:29).
Essa gentileza também é transmitida por Seu rosto divino, Seus olhos castanhos, a leve inclinação da cabeça para a esquerda, o nariz e os lábios finos e a barba castanho-escura de dois lóbulos.
Ele veste uma túnica vermelha bordada a ouro que lembra um sticharu e uma vestimenta verde-dourada escura.
O fundo do ícone é azul intenso. Em ícones mais antigos, o fundo era dourado.
O estilo bizantino que se desenvolveu na Igreja Ortodoxa obteve sucesso na representação não imitativa da forma retratada, pois não utiliza a técnica da ilusão da terceira dimensão e do volume para representar a forma histórica de Cristo, mas não se limita apenas à descrição e sublinha visualmente, além dela, a união inconfundível das duas naturezas de Cristo.
A função da luz também contribui para isso, pois não provém de uma fonte natural externa, mas brota de dentro do rosto do Senhor.
Fonte: Livro de Ícones do Monastério Gregoriou do Monte Athos
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