
O nascimento de Jesus Cristo – ícone maravilhoso
Tropario — Tom 4
Tua Natividade, ó Cristo, nosso Deus, fez brilhar ao mundo a Luz do conhecimento; pois por ela, aqueles que adoravam as estrelas foram ensinados por uma estrela a adorar-te, Sol da Justiça, e a conhecer-te, o Alvorecer do Alto. Ó Senhor, glória a Ti!
Kontakion — Tom 3
Hoje a Virgem dá à luz o Transcendente, e a terra oferece uma caverna ao Inacessível! Anjos com pastores O glorificam. Os reis magos viajam com uma estrela, pois por nós o Deus Pré-Eterno nasceu como uma criança.

Canto de Natal Ortodoxo Árabe

Tropario (Tom 4) da Natividade em Grego:
Os Magos:
O Evangelho de Mateus (2, 1-13) faz referência a um episódio não contido nos demais evangelhos canônicos, aonde os Magos visitam-no após o Nascimento de Cristo em sua casa tendo apenas sua mãe Maria presente.
Inicialmente a palavra é usada na Bíblia Grega em referência a feitiçaria (Da 1,20; 2,2; 2,10; 2,27; 4,4; 5,7; 5,11; 5,15; At 8, 9-11; 13, 6-8), em Justino Mártir há uma explicação deste primeiro sentido:
“Pois os Magos, que estavam presos à escravidão pela prática de todo tipo de maldade [feitiçaria], pelo poder daquele demônio, ao virem adorar a Cristo, demonstram que se rebelaram contra o domínio que os mantinha cativos; e a Escritura nos mostrou que estes residiam em Damasco.” (Diál. 78)
Foi assim que Justino justificou a visita dos Magos — comumente conhecidos como feiticeiros — ao menino Jesus; ele os descreve como revoltados contra a magia.
Entretanto a tradição cristã posterior (especialmente a siríaca) identificou tais Magos com sacerdotes da religião zoroastriana da Pérsia, no Evangelho Siríaco da Infância preservado em Árabe descreve os Magos como indo até Cristo guiados por uma estrela devido a uma profecia de Zoroastro.
O número, sua condição e seus nomes não são mencionado no Evangelho, por isso na Antiguidade Tardia o número de 3 ainda não era “canônico”, diferentes listas propõe números distintos (3, 5, 7, 12 ou até mesmo 24) sempre com significados simbólicos atrelados.
No Apocalipse dos Magos, um texto siríaco do século IV, são apresentados 12 Magos vindos da China (Beth Shir) descendentes de Adão seus nomes são:
“Zahrwandad filho de Artabano, Hormizd filho de Sanatruque, Ushtazaph filho de Guddaphar, Arshak filho de Mahruq, Zarwandad filho de Wadwad, Ariho filho de Kesro, Artahshisht filho de Hawilat, Eshtanbuzan filho de Shishron, Mahruq filho de Humam, Ahshiresh filho de Sahban, Nesardih filho de Baladan e Marduk filho de Bel”.
No mesmo texto é indicado que os Magos chegaram em abril (em vez de janeiro).
Também implica que os Magos chegaram antes do nascimento de Jesus, enquanto Maria ainda estava grávida, mas, mesmo assim, uma criança celestial da Estrela de Belém transformada foi capaz de comissioná-los, sugerindo que Jesus poderia estar em vários lugares ao mesmo tempo, mais um elemento narrativo para descrever a divindade daquele que nasceu.
O número 3 parece ter origem na relação com os três presentes entregues (ouro, incenso e mira).
O fato de serem Reis surgiu como interpretação de trechos bíblicos, principalmente estes:
Salmo 72,10: “ Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis de Sabá e de Sebá oferecerão presentes.”
“E Isaías 60,3:“ As nações caminharão à tua luz, e os reis ao resplendor da tua aurora.”
Fonte: Leia mais em https://www.nasscal.com/e-clavis-christian-apocrypha/revelation-of-the-magi/
Os Presentes:
Três presentes são explicitamente identificados em Mateus: ouro, incenso e mirra; em grego koiné, são chrysós (χρυσός), líbanos (λίβανος) e smýrna (σμύρνα).
Existem várias teorias e interpretações sobre o significado e o simbolismo dos presentes, um exemplo interessante de ofertar tais materiais é encontrado numa carta (CR 5, Didyma 19, OGIS 214) aonde o rei da Síria Seleuco I Nicátor ofertou ao santuário de Apolo ouro, incenso, mirra e outros presentes para o templo de Dídima em Mileto.
Fonte: Carta de Seleuco.
Link: https://www.attalus.org/docs/rc/s5.html
Com isso se percebe que tais presentes tem uma função litúrgica, isso foi percebido desde cedo pelos cristãos que usaram essa passagem para justificar a prática de adorar Cristo como Deus, essa interpretação está muito bem colocada por Tomás de Edessa um hinógrafo siríaco-oriental em um de seus hinos sobre a Natividade:
“Pois os próprios Magos, sendo de alguma forma estimulados pela graça de Deus, ascenderam (incenso) para adorá-lo e não lhe deram presentes que significassem esta novidade, mas ouro, mirra e olíbano (incenso).
Incenso, para dar a conhecer que este que nasceu é o Templo de Deus, no qual era provável que a Divindade fosse adorada incorpóreamente por todos os seres racionais, como num Templo insolúvel.
Ouro: para mostrar que agora cabe aos homens aceitar seus conselhos e preceitos, e obedecê-lo com todas as suas forças.
Mirra: para significar que por sua morte ele vence a morte e adquire um reino que não pode ser movido de forma alguma. É evidente que eles ofereceram essas coisas a ele por revelação divina.” (Nat. 3, 1-11)
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