Natividade da Virgem – Mosteiro de Kardiotissa – séc IX – Kera – Creta

Sobre a Obra

Natividade da Virgem – Mosteiro de Kardiotissa – séc IX – Kera Pediados – Herakllion – Creta – Grécia

Bendito o dia que A viu nascer!

Por Plinio Corrêa de Oliveira

O nascer do sol é uma pálida imagem da resplandecente aurora que foi o aparecimento de Maria Santíssima nesta terra.

Bendito o momento em que veio ao mundo a criatura virginal destinada a ser Mãe do Salvador!

O nascimento de Nossa Senhora trouxe para a humanidade algo até então desconhecido: uma criatura isenta de qualquer mancha, um lírio de incomparável formosura que deveria alegrar os coros angélicos e a terra inteira.

Em meio ao exílio do gênero humano corrompido, aparecia um ser imaculado, concebido sem pecado original.

Ela trazia consigo todas as riquezas naturais que podem caber numa mulher.

Deus lhe concedeu uma personalidade valiosíssima e sua presença entre os homens representava, também a esse título, um tesouro verdadeiramente incalculável.

Ora, se aos dons naturais acrescentarmos os tesouros incomensuráveis da graça que A acompanhavam – os maiores jamais concedidos a alguém por Deus Nosso Senhor podemos compreender o enorme significado de seu advento ao mundo.

O nascer do sol é uma pálida realidade em comparação com a resplandecente aurora que foi o aparecimento de Maria Santíssima nesta terra!

A mais solene entronização de um rei ou uma rainha, ou os mais grandiosos fenômenos da natureza nada são diante do nascimento da Virgem.

Nesse momento bendito, certamente saudado pela alegria de todos os Anjos do Céu, pode-se conjecturar que tenham surgido inusitados sentimentos de júbilo nas almas retas esparsas pelo orbe.

E eles bem poderiam ser expressos com uma paráfrase das palavras de Jó:

“Bendito o dia que viu Nossa Senhora nascer, benditas as estrelas que A contemplaram pequenina, bendito o momento em que veio ao mundo a criatura virginal destinada a ser Mãe do Salvador!”

Sua vinda ao mundo foi o início de nossa redenção

Se é possível dizer que a redenção dos homens teve início com o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, o mesmo se pode afirmar, guardadas as devidas proporções, em relação à natividade de Nossa Senhora, pois tudo quanto o Salvador nos trouxe começou com Aquela que O daria ao mundo.

Compreendem-se, então, as esperanças de salvação, indulgência, reconciliação, perdão e misericórdia que se abriram para a humanidade naquele bendito dia em que Maria nasceu nesta terra de exílio. Momento feliz e magnífico, foi ele o marco inicial da existência insondavelmente perfeita, pura e fiel da que estava destinada a ser a maior glória do gênero humano em todos os tempos, abaixo apenas de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo de Deus encarnado.

Afirmam muitos teólogos que, tendo sido concebida sem pecado original, Nossa Senhora foi dotada do uso da razão desde o primeiro instante de seu ser.

No seio de Sant’Ana, onde vivia como num tabernáculo, já teria, portanto, altíssimos e sublimíssimos pensamentos.

Pode-se traçar um paralelo dessa situação com o que narra a Sagrada Escritura a respeito de São João Batista.

Ele, que fora engendrado no pecado original, ao ouvir a voz de Nossa Senhora saudando Santa Isabel estremeceu de alegria no seio de sua mãe.

É possível, portanto, que a Bem-aventurada Virgem, com a altíssima ciência que recebera pela graça de Deus, tenha começado a pedir já no seio materno a vinda do Messias e que tenha-se estabelecido em seu espírito o elevadíssimo intuito de vir a ser, um dia, a servidora da Mãe do Redentor.

De qualquer modo, sua mera presença na terra era uma fonte de graças para os que se aproximavam d’Ela e de Sant’Ana e o seria ainda mais depois de seu nascimento.

Se da túnica de Nosso Senhor, como narra o Evangelho, irradiavam-se virtudes curativas para quem a tocasse, quanto mais da Mãe de Deus, Vaso de Eleição!

Recém-nascida e já vitoriosa sobre o demônio

Anjos venerando a Virgem recém-nascida –Catedral de São Pedro, Condom (França)

Se a vinda do Salvador derrotou o mal no gênero humano, a natividade da Santíssima Virgem viu a luz marcou o início da vitória do bem e do esmagamento do demônio.

Ele mesmo percebeu que algo de seu cetro estava irremediavelmente partido.

Nossa Senhora começava a influir nos destinos da humanidade.

O mundo de então achava-se afundado no mais radical paganismo, numa situação muito parecida com a de nossos dias: os vícios imperavam, as mais diversas formas de idolatria tinham dominado a terra e a decadência ameaçava a própria religião judaica, prenúncio da católica.

Por toda parte o erro e o demônio eram vitoriosos.

Porém, no momento decretado por Deus em sua misericórdia Ele derrubou a muralha do mal, fazendo vir Nossa Senhora ao mundo.

Da raiz de Jessé desabrochava o divino lírio, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Com seu nascimento tinha início a irreversível destruição do reino de satanás.

O “nascimento” de Maria em nossa vida espiritual

Esse primeiro triunfo de Nossa Senhora sobre o mal sugere-nos outra reflexão.

Quantas vezes, em nossa vida espiritual, vemo-nos imersos na luta contra as tentações, nos contorcendo e nos revolvendo em dificuldades!

E não temos ideia de quando virá o bendito dia em que uma grande graça, um insigne favor, porá fim a nossos tormentos e lutas, proporcionando-nos, por fim, um grande progresso na prática da virtude.

Nesse momento verificar-se-á um como que nascimento da Santíssima Virgem em nossas almas.

Ela surgirá na noite das maiores provações e das mais espessas trevas, vencendo desde o início as dificuldades com que estivermos nos defrontando.

Levantar-se-á como uma aurora em nossa existência, passando a representar em nossa vida espiritual um papel até então desconhecido por nós.

Esse pensamento nos deve encher de alegria e de esperança, dando-nos a certeza deque Nossa Senhora nunca nos abandona.

Nas horas mais difíceis, Ela como que irrompe entre nós, resolvendo os nossos problemas, aliviando nossas dores e dando-nos a combatividade e a coragem necessárias para cumprirmos nosso dever até o fim, por mais árduo que este seja.  

A maior consolação que Ela nos traz é precisamente esse fortalecimento de vontade, que nos permite empreender a luta contra os inimigos da nossa salvação.

Aurora nas tramas da história

Nossa Senhora nos dá também forças para nos tornarmos zelosos filhos da Igreja e defensores da religião católica.

Existem elementos históricos para afirmar que todas as grandes almas que combateram as diversas heresias ao longo dos séculos foram especialmente suscitadas por Ela.

Assim o insinua de modo muito bonito o brasão dos claretianos, onde, além do Imaculado Coração de Maria, figuram São Miguel Arcanjo e a divisa “Os filhos d’Ela se levantaram e A proclamaram Bem-aventurada”.

Esse levantar dos devotos da Santíssima Virgem para glorificá-La não é também uma forma de nascimento d’Ela, como magnífica aurora, nas tramas da História?

Assim, os verdadeiros filhos de Nossa Senhora devem desejar e pedir a Ela a graça de serem indomáveis e implacáveis contra o demônio e seus sequazes que, em nossos dias, procuram conspurcar a glória da imortal Igreja de Cristo.  

Fonte: Bendito o dia que A viu nascer! | Revista Arautos do Evangelho https://revista.arautos.org/bendito-o-dia-que-a-viu-nascer-o-santissimo-nome-de-maria/ 4/8

Extraído, com pequenas adaptações, da revista “Dr. Plinio”. São Paulo. Ano II. N.18 (Set., 1999); p.13-15

O santíssimo nome de Maria

Procure-se para Nossa Senhora um nome que possa substituir “Maria” e não se achará. Quando glorificamos este nome, exaltamos o sentido mais profundo da pessoa d’Ela.

Plinio Corrêa de Oliveira

As considerações sobre o nome de Maria Santíssima que hoje vamos tecer devem começar por analisar o que significa o nome de uma pessoa.

Imagens da perfeição de Deus

Águia-de-cabeça-branca fotografada na província de Toronto (Canadá)

Sabemos pela Sagrada Escritura (Gn 2, 18-20) que Deus fez desfilar todos os animais criados diante de Adão, e ele, após observar cada um, deu-lhes um nome que definia seu ser e correspondia ao sentido mais profundo da sua natureza.

Qualquer animal, por menor que seja, é um ser extremamente rico, porque está vivo, se move por si mesmo e, mais do que isso, reflete aspectos da perfeição infinita de Deus.

Tomemos, por exemplo, a águia. Ave esplêndida, é próprio a ela ostentar suasgarras, suas grandes asas, sua força e seu ímpeto.

Esses atributos, porém, simbolizam no plano físico certa qualidade de Deus que sua anatomia e fisiologia concorrem para expressar.

Adão, conhecendo e interpretando essas qualidades, resumiu na palavra “águia” o simbolismo dessa perfeição do Criador.

E assim fez com todos os outros animais, cujo nome sintetiza o sentido mais profundo desse refletir um determinado aspecto de Deus.

Exaltando o nome de Maria damos glória a Deus

Se assim sucede com os animais, com maior razão acontece com Nossa Senhora.

Tendo sido concebida sem pecado original, foi chamada de Maria porque N’Ela se harmonizavam em grau super excelente todas as qualidades próprias a quem estava destinada a ser Mãe do Verbo de Deus.

Esse nome significa, portanto, de um modo misterioso, o conjunto dos aspectos infinitamente perfeitos de Deus que Ela representa de modo tão especial.

Decorre daí que, quando exaltamos o nome de Maria, glorificamos esse sentido mais profundo da pessoa d’Ela, e glorificamos também ao próprio Deus de forma magnífica ao louvá-Lo na figura de sua Mãe amadíssima.

Nomes perfeitos para Jesus e Maria

Cabe ressaltar, por fim, a maravilhosa e insondável relação que há entre o nome e a pessoa no que diz respeito a Jesus e Maria.

Haveria algum outro nome na face da Terra que pudesse ser dado a Nosso Senhor?

Embora, como disse, a questão seja um tanto insondável, sob meu ponto de vista Ele só poderia chamar‑se Jesus.

Imaginemos que recebesse algum dos nomes consagrados por grandes santos, como Francisco, Antônio, João… Não caberiam.

O nome d’Ele é Jesus!

O mesmo se pode dizer em relação a Nossa Senhora. Procure-se um nome que possa substituir o d’Ela e não se achará.

Imaculado Coração de Maria – Convento de Santa Clara, Guernica (Espanha)

Os nomes de Jesus e Maria estão misteriosamente ligados ao sentido mais profundo da natureza humana de Nosso Senhor e de sua Mãe Santíssima.

Ambos constituem um lindo conjunto e quando, no fim de uma carta, assinamos “in Jesu et Maria” — “em Jesus e Maria”, percebemos entre esses dois nomes uma afinidade tal que evoca a perfeita harmonia entre duas maravilhosas notas musicais.

Razão de ser da festa do nome de Maria

Tudo isso nos faz compreender melhor os motivos que levaram a Igreja a instituir uma festa litúrgica para o sacratíssimo nome de Jesus celebrada em janeiro, e outra para o santíssimo nome de Maria, no dia 12 de setembro.

Sendo o nome símbolo e definição de quem o possui, quando o Verbo Encarnado considera em Si a união das duas naturezas numa só pessoa, ou quando o Padre Eterno ou o Divino Espírito Santo consideram no Filho essa união, ocorre-Lhes o nome “Jesus”. E quando contemplam Nossa Senhora, vem-Lhes o nome “Maria”.

Fonte:

Extraído, com pequenas adaptações da revista “Dr. Plinio”. São Paulo – Ano XI. N.126 (Set., 2008); p.24-29

Fonte: 24/11/2024 – Bendito o dia que A viu nascer! | Revista Arautos do Evangelho.

https://revista.arautos.org/bendito-o-dia-que-a-viu-nascer-o-santissimo-nome-de-maria/ 7/8

“Ela que foi prefigurada no Antigo Testamento como a escada que alcança o céu, o portão que do leste, a sabedoria viva está preparada, Maria nasceu e começa ser caminho para ser a nova Eva.

Maria nasceu e por vontade própria e humildade se tornou o caminho de nossa salvação.

Ela que se uniu totalmente com Deus e é nosso modelo para a construção do templo do espírito santo dentro de nós”

Fonte: Leitura das Vésperas da Festa da Natividade de Theotokos

Citado no primeiro documentário sobre a Natividade de Nossa Senhora

História da Natividade de Maria

A piedosa Ana, esposa de Joaquim, passou a sua vida incapaz de engravidar, pois era estéril.

Junto com Joachim, ela rezou fervorosamente a Deus para que ela trouxesse uma criança ao mundo, prometendo dedicar a sua filha a Deus.

Na verdade, o Santo Deus não só lhe concedeu uma filha, mas também a mereceu para trazer ao mundo a mulher que suportaria o Messias, nosso Salvador Jesus Cristo.

Quando a Virgem Maria fez três anos, segundo a tradição, Ana e Joaquim, cumprindo promessa, a levaram ao Templo e a entregaram ao padre Zacaria.

O alto sacerdote recebeu a Virgem Maria e a conduzi ao Santo dos Santos, onde ninguém podia entrar a não ser ele pois ele sabia após a revelação de Deus o futuro papel da Santa filha para a vinda do Senhor.

A Virgem Maria permaneceu no templo por doze anos.

Todo este tempo Arcanjo Gabriel forneceu à Virgem Maria nutrição celestial.

Saiu dos Santos dos Santos, quando chegou a hora do Divino Evangelismo.

Fonte: www.saint.gr

History of the Nativity of Theotokos (a mãe de Deus)

The pious Ana, wife of Joachim, spent her life unable to get pregnant, as she was sterile.

Together with Joachim, she fervently prayed to God that she would bring a child into the world, promising to dedicate her son to Him.

In fact, the Holy God not only granted her a son, but also deserved her to bring into the world the woman who would bear the Messiah, our Savior Jesus Christ.

When the Virgin Mary turned three, according to tradition, Ana and Joaquim, fulfilling their promise, took her to the Temple and handed her over to Father Zacaria.

The high priest received the Virgin Mary and led her to the Holy of Holies, where no one could enter except him because he knew after God’s revelation the future role of the Holy daughter in the humanization of the Lord.

The Virgin Mary remained in the temple for twelve years.

All this time Archangel Gabriel provided the Virgin Mary with heavenly nourishment. He left the Holy of Holies, when the time of Divine Evangelism arrived.

Source: www.saint.gr

Produzido por

[/sayit]