O Batismo de São Phaisios por São Arsênio – Mural A Santa Serenidade – Evangelista João, o Teólogo – Sourotis de Thessaloniki

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O Batismo de São Phaisios por São Arsênio – Mural A Santa Serenidade – Evangelista João, o Teólogo – Sourotis, Thessaloniki

Assista os seguintes documentários sobre Santo Arsênio:

Watch the series about the life of Saint Phaisios and Saint Arsenios with English subtitles on the website:

http://www.saintnicodemos.com/ 

Santo Arsênios da Capadócia (1840–1924), foi um hieromonge da região de Farasa na Capadócia, responsável também por educar e alfabetizar inúmeras famílias e crianças. 

Santo Arsênios é conhecido também por ser o padrinho de São Paísios. Foi glorificado em 1986. Sua festa é comemorada em 10 de novembro.

Vida – Família e primeiros anos

Santo Arsênios nasceu em 1840. A riqueza de sua família era abundante em virtudes, porém materialmente era modesta. Seu pai, Eleutério Annitsalichos, era professor, e se casou com Barbara (ou Varvara) Tsaparis, com quem teve dois filhos: Vlasios e Theodoros (mais tarde, Ancião Arsênios). 

O casal foi chamado para junto do Senhor quando os filhos eram ainda muito jovens, e os pequenos órfãos ficaram sob os cuidados de uma tia, que vivia em Farasa.

Certo dia, Vlasios convidou seu irmão mais novo para ir com ele a um terreno de seus pais. 

No caminho, precisaram atravessar uma perigosa torrente de água, chamada Evkasis. 

Apesar de seus cuidados, Theodoros foi arrastado pelas águas e levado para longe de seu irmão. 

Em lágrimas, Vlasios suplicou a ajuda de São Jorge, santo a quem era devoto. Vlasios chorava e pedia as intercessões do vitorioso santo, sentindo-se profundamente culpado por ter colocado seu irmão mais novo em perigo. 

Quando menos esperava, Theodoros surgiu ao seu lado, repleto de alegria e ansioso para contar ao irmão como um cavaleiro, vestido como um monge, aparecera no meio da torrente, salvo-o da água e o colocou sobre seu cavalo. 

Daquele dia em diante, Theodoros decidiu que também se tornaria monge. 

O acontecimento também teve um profundo impacto sobre Vlasios, que se dedicou cada vez mais ao Senhor: tornou-se professor de música bizantina, usando de sua voz e conhecimentos para glorificar a Deus, e anos mais tarde foi viver em Constantinopla.

Estudos e vocação para a docência

Quando Theodoros já estava um tanto mais velho, sua tia o enviou para outra cidade, a fim de que completasse seus estudos sob orientação e cuidados da família paterna. Ao finalizar o ensino básico, sua inteligência e dedicação convenceram a família de investir nele para que tivesse também o ensino superior. Assim, Theodoros foi enviado para Esmirna. 

Durante as férias, Theodoros voltava para Farasa. No entanto, não queria descansar, senão que reunir os mais jovens, especialmente as crianças, e ensiná-los a ler e escrever. 

Encontrava seu descanso em educar os mais novos, apresentando-lhes os textos litúrgicos. Alfabetizá-las não era tarefa fácil, afinal, as crianças raramente tinham contato com um professor e não sabiam como se comportar. 

Theodoros era persistente e firme em seus propósitos, e continuou a ensiná-las com amor e paciência.

Em um de seus retornos a Farasa, Theodoros percebeu que sua tia estava arranjando um casamento para ele, contra a sua vontade. 

Porém, sua vocação monástica já era conhecida até mesmo entre as moças. “Sugeri à Vasiliki, filha de Ambaroglis, que vocês se casassem, e ela respondeu: ‘Theodoros é ótimo, bem educado e de boa família, mas ele é um monge. Você quer que eu case com um monge?!'”. 

Ao ouvir isso, Theodoros ficou profundamente chateado com sua tia e a respondeu: “Até mesmo estranhos perceberam que eu serei um monge! Por que só você não percebeu ainda?!”. Depois disso, quis voltar para Esmirna imediatamente.

Vida monástica e sacerdócio

Além de se aprofundar no estudo de grego e teologia, Theodoros aprendeu também as línguas armênia, turca e francesa. 

Finalizados os seus estudos em Esmirna, voltou para sua cidade a fim de se despedir de seus familiares e foi para Cesareia. 

Aos vinte e seis anos, foi para um mosteiro, dedicado a São João Batista, e então tonsurado monge sob o nome de Arsênios.

Santo Arsênios pôde aproveitar a tranquilidade do mosteiro por pouco tempo. Havia uma grande demanda por professores e o Metropolita Paísios II de Cesareia, ordenou-o diácono e o enviou para Farasa, a fim de que alfabetizasse e educasse crianças carentes e órfãos. 

Apesar de jovem, Santo Arsênios demonstrava discernimento e sabedoria desde seus primeiros anos de sacerdócio. Seu zelo e dedicação com o seu rebanho eram exemplares.

Em meio aos tempos difíceis de perseguição turca, Santo Arsênios encontrou uma forma de educar as crianças sem chamar atenção dos perseguidores: em vez de mesas e cadeiras, sua escola tinha tapetes feitos com peles de cabra ou de ovelha, em que os alunos podiam ajoelhar para acompanhar as aulas. 

Dessa maneira, quem os via de longe pensava que estavam em oração. 

Outras vezes, o ancião Arsênios reunia as crianças numa escola secreta, dentro de uma capela dedicada à Panagia, que ficava em uma caverna no alto de um penhasco.

Até os trinta anos, serviu e ensinou como diácono. Então, foi ordenado ao sacerdócio em Cesareia, com o título de arquimandrita e permissão para ser pai espiritual e confessor. Após a ordenação, Santo Arsênios peregrinou na Terra Santa e voltou à Farasa.

Ao retornar, seus trabalhos espirituais foram intensificados e passaram a se espalhar. Santo Arsênios visitava vilarejos vizinhos e outras cidades em busca de contribuições e, principalmente, de contato com cristãos ortodoxos. 

Eram tempos difíceis para os cristãos gregos e o ancião propiciava a eles conforto espiritual através de suas palavras. 

A maior de suas contribuições provinha da Graça Divina que dele emanava: o ancião Arsênios é um verdadeiro médico das almas e corpos dos que sofrem, e aqueles que presenciavam seus feitos tinham também restauradas a própria fé. 

Os turcos também viam seu trabalho e, quando não se convertiam, tornavam-se menos hostis com os cristãos.

Quando doentes vinham até o ancião em busca de orações, santo Arsênios jamais perguntava se eram cristãos ou não. Em vez disso, queria saber do que sofriam para que pudesse encontrar a oração adequada. 

Ao curar os doentes, pela Graça de Deus, Santo Arsênios fez os turcos compreenderem o valor da Fé Ortodoxa e reverenciá-la.

As responsabilidades do ancião e a demanda pelo seu trabalho aumentavam cada vez mais: trabalhos pastorais em Farasa e outras regiões, fossem elas próximas ou distantes; as escolas infantis e o ensino das Sagradas Escrituras; além de seus deveres clericais e monásticos. 

Apesar de suportar a cruz do sacerdócio de bom grado e encontrar descanso em aliviar o fardo de seu rebanho, Santo Arsênios percebeu a necessidade de selecionar pessoas que pudessem auxiliar e dar continuidade ao seu trabalho. 

Se inicialmente a Fé era ameaçada pelos turcos, mais tarde a ameaça vinha do proselitismo protestante, trazido com professores que vinham de outras regiões e se infiltravam nas escolas. 

Assim, o ancião selecionou três dos mais bem instruídos professores de Farasa para as escolas e não permitiu que contratassem pessoas de fora.

O ancião Arsênios instruía os jovens nas virtudes de uma vida cristã: incluía exercícios espirituais que os inspirava coragem e força, ao mesmo tempo em que os ensinava a ter suas paixões amenizadas por meio da humildade. 

Como em qualquer ambiente escolar, havia também problemas. Alunos de idade muito mais avançada passaram a ir à escola sob efeito de álcool, às vezes levando bebidas ou portando armas. 

não apenas conflitos, como também acidentes. 

O ancião precisou expulsar alguns alunos, mas com frequência esses problemas se repetiam entre os jovens, sendo essa a razão para que Santo Arsênios se sentisse obrigado a não aceitar que garotas naquelas escolas. 

Era mais seguro para elas que aprendessem diretamente de suas casas.

Exceto o próprio ancião, não havia médicos em Farasa. Certamente, Santo Arsênios não prescrevia remédios, mas auxiliava na restauração da saúde das almas e corpos com orações – e eles eram, de fato, curados. 

Uma vez que as enfermidades que acometiam os moradores eram das mais variadas, nem sempre o ancião achava de pronto uma oração, e assim passava a usar também o livro dos Salmos. 

Frequentemente, lia o Evangelho em casos mais graves – caso de cegos, mudos, paralíticos e pessoas sob influências demoníacas. Quando alguém vinha a ele com alguma enfermidade física, mas também espiritualmente doente, Santo Arsênios os curava gradualmente – pedindo que voltassem até que sua alma estivesse curada. Santo Arsênios jamais aceitava pagamentos ou presentes.

Repouso e Glorificação

Pela Graça Divina, ao santo foi revelada a data de seu repouso. Santo Arsênios sabia que, assim que chegasse à Grécia, viveria por apenas quarenta dias. 

Dois dias antes, recebeu uma visita da Santíssima, que o mostrou o seu jardim e seus magníficos mosteiros, que Santo Arsênios sempre sonhou em conhecer, mas em sua vida terrena não pôde. 

Quando o dia chegou, Santo Arsênios comungou dos Sagrados Mistérios, e partiu desse mundo para a Vida junto a Cristo. 

No momento de sua partida, de acordo com sua vontade, não havia ninguém ao seu lado. O santo não queria que ninguém o distraísse de sua oração eterna. Santo Arsênios repousou no Senhor em 10 de novembro de 1924, aos oitenta e três anos.

Ainda que o ancião os tivesse avisado e preparado para aquele momento, a notícia do repouso de Santo Arsênios deixou os habitantes de Farasa inconsoláveis. 

Organizaram um funeral digno de toda a sua grandeza espiritual. Seus filhos espirituais construíram em sua memória um túmulo de mármore. Muitas pessoas compareceram emociadas ao funeral de Santo Arsênios.

Fonte: https://pt.orthodoxwiki.org/Ars%C3%AAnios_da_Capad%C3%B3cia 

Filme: Vessel of Grace: The Life of Saint Paisios the Athonite – Canal Trisagion – https://youtu.be/qVX1HOxrDcw?si=Ljo3V_abRtfG7lji

Em meio ao calor árido e às rochas escarpadas do deserto, um monge de trinta e oito anos está sentado sozinho na beira de uma ravina profunda quando de repente o diabo fala:

“Salte, Phaisios — eu prometo que você não vai se machucar.”

O monge permanece em silêncio, o tentador não.  De repente, o monge pega uma pedra e a joga pela borda, ao que o diabo responde:

“Nem mesmo Cristo deu uma resposta assim.  A sua foi melhor!

“Cristo é Deus”, responde o monge.  “Não é um palhaço como eu.  ‘Para trás de mim, Satanás.’”

Essa foi a vida do Élder Phaisios no Deserto do Sinai, episódios de intensa guerra invisível acalmados por visitas da graça divina além de qualquer descrição.

Quando perguntamos: “Quem foi o Élder Phaisios?”, sua vida no Sinai fornece talvez a melhor resposta.

Phaisios ansiava por uma vida de quietude e depois de muitos anos ouvindo o chamado, ele se viu vivendo como os pais do deserto de antigamente.

Ele viveu na pobreza e na simplicidade em um eremitério no alto da montanha.  

Ele esculpiu ícones do Profeta Moisés enquanto recitava a Oração de Jesus.  O dinheiro ganho com esse trabalho ele transformou em presentes para os beduínos — sandálias e chapéus para as crianças, roupas e outros itens para

todos os necessitados.

Por fora, tamanha simplicidade, e ainda assim dentro de uma luta constante com o maligno, muito parecido com o que ele suportou nas primeiras duas semanas sozinho em seu eremitério:

“O que passei lá em cima por quinze dias, lutando com o tentador – foi  desafiante qualquer descrição, você nem imagina!  Ele estava constantemente me dizendo para ir ao mosteiro, para ver as pessoas e visitá-las para ser consolado.  

Só vou te contar uma coisa.  Durante quinze dias, senti-me como se estivesse pregado na cruz.”

E, no entanto, o fruto dessa luta foram visitas da graça divina, muito parecidas com a que ele experimentou no Monte Athos dez anos antes:

“Uma noite, enquanto eu estava ali orando, senti algo descer do alto e me envolver totalmente.  

Senti muita alegria e exaltação quando meus olhos derramaram lágrimas como água jorrando de duas torneiras.  

Eu vi fisicamente a graça e a senti. Antes disso, tive muitas experiências emocionantes, mas esta foi a primeira vez que algo assim  aconteceu comigo.  

A experiência foi tão intensa e poderosa que me apoiou  e me manteve ativo por dez anos, até que, no Sinai, experimentei estados ainda  maiores de uma maneira diferente.”

Phaisios viveu em oração incessante no Sinai, sozinho e ainda assim conversando com Deus por dois anos.  Ele compartilhou muito pouco dessa experiência.  Mas o que ele poderia realmente dizer

além disso, com muita simplicidade:

“Eu sinto”, disse ele, “algo surgindo dentro de mim como a doçura do amanhecer”.

Phaisios desejava permanecer no Sinai pelo resto de sua vida.  No entanto, não muitos anos depois, ele estaria de volta ao Monte Athos, encontrando fluxos de peregrinos que viajavam para sua cela em busca de sabedoria e cura.  

Desde sua juventude, ele desejava ser monge, viver na solidão, como fazia agora no Sinai.  Foram apenas problemas de saúde que causaram seu retorno a Athos ou Deus tinha outra coisa em mente para Phaisios?

Desde o início, a história e a palavra profética de um santo ancião influenciaram muito a vida de São Phaisios.  Ele veio ao mundo em 25 de julho de 1924, na vila de Farasa, na Capadócia, na Ásia Menor.  Seus pais o prepararam para um batismo precoce devido ao próximo intercâmbio de populações entre a Grécia e a Turquia.

O monge-sacerdote Arsênios – que um ano antes havia previsto a troca que se aproximava — solicitou que todas as crianças não batizadas de Farasa recebessem o sacramento antes de empreenderem uma viagem tão perigosa.  

Quando os pais de Phaisios o trouxeram à luz, declararam que queriam dar-lhe o nome de seu avô.  Arsênio respondeu:

“É certo você querer deixar um menino  para trás para seguir os passos de seu avô, mas eu não quero deixar um monge para trás para seguir os meus?” 

Ele se virou para a madrinha e disse: “Arsênios é o nome que você lhe dará.”

Ele também herdou o caráter forte e a rica tradição espiritual dos cristãos da Capadócia.  Sua longa história ainda pode ser vista nas cavernas subterrâneas 

e nas igrejas do Vale e também pode ser testemunhada através da vida dos Padres da Capadócia.  

Mesmo depois da queda de Constantinopla em 1453, muitos mártires e santos – como Santo Arsênio – vieram da Capadócia para inspirar e liderar os cristãos que viviam sob o severo jugo dos turcos otomanos.  

Agora, assim que Phaisios entrou no mundo, sua família e todos os cristãos da região estavam sendo desenraizados de suas casas e posses.

Anos antes, logo após o fim da Primeira Guerra Mundial e em meio às ruínas do Império Otomano, uma guerra selvagem eclodiu entre a Grécia e o Movimento Nacionalista Turco sob o comando de Mustafa Kemal Atatürk.  Muitos morreram em ambos os lados, incluindo milhões de cristãos gregos, armênios e assírios que foram sujeitos à limpeza étnica e religiosa turca.

Os cristãos ortodoxos que permaneceram na Ásia Menor no final da guerra estavam sujeitos ao Tratado de Lausanne de 1923, que previa uma troca de população ao longo de linhas religiosas.  

Mais de um milhão e meio de cristãos ortodoxos – incluindo os de Farasa – foram sujeitos a uma mudança compulsória para a Grécia em troca de meio milhão de muçulmanos.  

Um aldeão estava preocupado com a possibilidade de ter que partir imediatamente, ao que Arsênio respondeu: “Não   se preocupe. Continue com o que está fazendo, porque ainda falta mais um ano.”  Ele também acrescentou:

“Quando chegarmos à Grécia, viverei quarenta dias antes de morrer em uma ilha.”

Um ano depois, logo após o batismo de Phaisios, o povo de Farasa embarcou na perigosa jornada para a Grécia. O Élder Phaisios escreveu mais tarde sobre como a presença de Santo Arsênio trouxe grande conforto: “Pode-se ver isso enquanto estamos no meio disso,  abandono humano, no caminho das dificuldades, o santo Padre Arsênio também se uniu a Deus e continuamente dispensava a Graça Divina, fazendo com que aqueles ao seu redor  sentissem a presença de uma segurança divina.”

Muitos chegaram à Grécia em segurança e quarenta dias depois, assim como Santo Arsênio havia previsto, ele repousou na ilha de Kerkyra (Corfu).  

Embora na época fosse uma criança, o Élder Phaisios sempre permaneceu sensível à situação dos refugiados pelo resto da vida.  Mas ainda mais, a vida de Santo Arsênio teve um efeito profundo sobre ele.

“Estou profundamente grato ao Padre Arsênios”, escreveu ele mais tarde, “tanto pelo nome que ele me deu junto com suas santas orações na pia batismal, bem como pelos poucos livros dele,  nos quais fui mais tarde desmamado quando jovem  garoto.”  

Mais tarde, o Élder Phaisios escreveria a biografia de Santo Arsênio.

A família do jovem Arsênio se estabeleceu na cidade de Konitsa, em Épiro.  Não demorou muito para que Arsênio começasse a seguir os passos de seu homônimo.  

Ele escalou montanhas, entrou em cavernas, sempre procurando lugares de

silêncio onde pudesse jejuar e orar.  Para trabalhar, ele se tornou aprendiz de um mestre carpinteiro.

No entanto, sua mente permaneceu sempre nas coisas espirituais:

“Desde os onze anos de idade, li a vida dos santos, jejuei e mantive vigília.  Meu irmão mais velho pegava os livros e os escondia, mas isso não me impedia.  Eu simplesmente iria para a floresta e continuaria lendo lá.”

Ele involuntariamente impressionou a todos que encontrou devido à sua reverência e tranquilidade.  Como um amigo lembrou dele: “Ele tinha olhos vivos,

expressivos, que eram tão brilhantes que as pessoas o chamavam de ‘vaga-lume’.”

Um momento importante em seu início de vida espiritual veio quando seu amigo Costas o desafiou com a Teoria da Evolução de Darwin.  Após o argumento de seu amigo de que Cristo pode ter sido um homem justo e virtuoso, mas que Ele não era Deus, Arsênio foi para a floresta e orou para que Deus se revelasse. 

Depois de horas de oração e prostrações, ele desmaiou e pensou:

“Bem, mesmo que Jesus fosse apenas um homem justo e virtuoso. Ele merece meu amor, minha obediência e meu auto-sacrifício. Não quero o paraíso – não quero nada. Vale a pena fazer todo sacrifício por causa de Sua santidade e bondade.

Só então, com um pensamento tão humilde, Cristo apareceu a ele e disse:

“Eu sou a ressurreição e a vida: aquele que crê em Mim, ainda que esteja morto,

viverá”.  Todas as suas dúvidas sobre Cristo sendo totalmente Deus, totalmente homem agora desapareceram pois pela graça ele foi dado a conhecer e ver Cristo. 

O encontro fortaleceu sua fé, ao que ele pensou: “Volte agora, Costas, se você quiser, e nós podemos conversar.”

Arsênios agora aguardava a vida monástica com maior zelo. Ele visitou o chanceler do metropolita de Ioannina para ver se ele poderia se tornar monge aos quinze anos, mas foi informado de que Arsênio ainda era muito jovem.

Durante um período tumultuado na história da Grécia. Em 28 de outubro de

1940, a Grécia entrou na Segunda Guerra Mundial, quando os italianos invadiram seu país. 

Meio ano depois, os alemães invadiram e ocuparam a Grécia morreram durante a guerra civil. 

Logo após a derrota das potências do Eixo, os insurgentes comunistas travaram uma guerra civil de três anos contra as forças do governo. Arsenios entrou no serviço militar ao lado do governo grego em 20 de abril de 1948. Ele tinha 23

anos e serviu como radialista operador. 

Ele se preocupava em ter que matar alguém e, portanto, pouco antes de se alistar, fez um voto à Mãe de Deus: “Deixe-me sofrer, deixe-me correr perigo, só não me deixe matar ninguém;  e me torne digno de me tornar um monge.”

Em troca, ele prometeu restaurar o mosteiro em Stomio que os nazistas haviam incendiado.

Ele se sacrificou por outros soldados — assumindo o lugar de homens casados ​​em missões perigosas e se voluntariando para servir quando outros precisassem de tempo para licença.  Ele demonstrou extraordinária boa vontade apesar das circunstâncias difíceis, sempre  em espírito de oração e com a mente em Deus.

Seus colegas soldados a princípio o acharam estranho, mas passaram a amá-lo.  Certa vez, com sua unidade cercada, Arsênios orou enquanto as balas passavam zunindo por ele.  Seus amigos assistiram com espanto.  

Logo,  o apoio aéreo chegou e reviveu sua posição.

Arsênios mais tarde usaria esse incidente e seu tempo como operador de rádio como um exemplo da vida monástica:

“Os monges são o sinaleiro da igreja.  Quando eles fazem contato com Deus por meio da oração, então Deus vem e ajuda ainda mais.” 

Arsênios recebeu sua dispensa honrosa em 21 de março de 1950.  Após a guerra, Arsênios se preparou para a vida monástica.  Ele viajou para o Monte Athos e visitou muitos eremitérios, esquetes e celas em busca de um ancião que pudesse lhe ensinar a vida de quietude ou hesíquia, o caminho da oração interior que leva a um conhecimento   experiencial e à união com Deus.  Ele era, como seu biógrafo Hieromonge Isaac o chamou, “como uma abelha correndo em direção às flores perfumadas. Arsênios correria para qualquer lugar onde ouvisse que havia monges virtuosos”.

Mas os primeiros encontros de Arsênios o decepcionaram.  Então ele partiu para o Skete de Santa Ana, apenas para pegar o caminho errado e, em vez disso, seguir em direção ao pico do Monte Athos.  De repente, um idoso anacoreta com rosto radiante e hábito esfarrapado apareceu diante dele.  “Meu filho, este não é o caminho para Santa Ana”, disse ele antes mesmo de Arsênios pronunciar uma palavra.  

“Onde você mora, ancião?”  perguntou Arsênios.  “Em algum lugar por ali”, ele respondeu, apontando para o pico, antes de desaparecer.  

O encontro com este anacoreta luminoso e desconhecido impressionou muito Arsênios:

“Pensamentos encheram minha mente e então contei o incidente a um ancião experiente que me disse: 

Esse teria sido um dos anacoretas justos que vivem invisivelmente no pico de Athos!”

Arsênios não encontrou exatamente o que procurava em sua primeira visita à Montanha Sagrada, mas a experiência aprofundou seu desejo de viver a vida monástica.

Ele voltou para casa para ajudar seu pai e sustentar suas irmãs.  Mas depois de algum tempo e através de intensa oração buscando a vontade de Deus, ele mais uma vez viajou para a Montanha Sagrada, desta vez para ficar. 

Arsênios aprendeu em sua primeira visita que precisava desenvolver asas espirituais antes de viver uma vida solitária.  Então ele foi para o Mosteiro

de Esphigmenou, um mosteiro cenobítico onde os monges viviam em uma comunidade sob um conjunto de regras estabelecidas pelo abade governante.  

Ele trabalhou na padaria, na capela e como carpinteiro.

Esforçando-se para ser um bom monge, ele aprendeu por meio da observação.  Como um monge disse mais tarde sobre ele:

“Ele fez da humildade e da obediência o fundamento de sua vida monástica e se entregou a lutas que iam além de seus limites.”

“Você sabe”, Phaisios explicou mais tarde aos monges mais jovens, “toda a essência – o segredo – da vida monástica está na obediência: cortar sua vontade….  então a graça de Deus vem.”

O primeiro trabalho de arrependimento para um monge é um período de intensa guerra espiritual.  Arsênio lutou contra sua própria natureza decaída, contra demônios e até mesmo contra o próprio diabo… de quem ele se referia apenas como “o pequeno criador de problemas” e outros nomes semelhantes.  

Ele lutou para se separar do mundo e para se purificar das paixões.  Este trabalho de arrependimento e contrição ele considerava como o principal trabalho de um monge.

Ele orava e lia a vida dos santos, e especialmente as Homilias Ascéticas de

Santo Isaac, o Sírio.  Durante essa luta, ele avançou do estágio de noviço para o estágio intermediário na vida monástica, sendo tonsurado como monge rasóforo em 27 de março de 1954 e recebeu o nome de “Averkios” aos vinte e nove anos de idade.

Averkios conheceu muitos anciãos e ascetas cheios de graça, como ele registrou mais tarde em seu livro “Pais Atonitas e Assuntos Atonitas”.  Em tudo isso, pode-se ver agora como Deus estava preparando Averkios para sua missão no mundo.  No entanto, ele ainda ansiava por uma vida de solidão e quietude e recebeu uma bênção para partir em busca dela.  

As asas espirituais de Averkios ainda estavam brotando, então ele se estabeleceu no mosteiro de Philotheu, na época um mosteiro idiorrítmico onde

os monges viviam de acordo com suas próprias regrasde vida, mas se reuniam para os serviços divinos.  

Como um monge disse mais tarde: “Ele era um monge exemplar — um lutador duro e muito mais rápido, que fazia prostrações como uma metralhadora atira balas”.  Como outro lembrou com carinho: 

“Sua mansidão, bondade e caráter pacífico causaram uma impressão em todos os pais de Philotheu. Durante toda a sua estadia lá, ele nunca teve um mal-entendido com os outros pais.  Ele trouxe paz a todos nós, afetando a todos com seu modo de vida, seu caráter e seu comportamento impecável para com os pais.  Ele estava pronto para ajudar qualquer pessoa.  O Élder Evdokimos

apontava para ele e dizia: “Agora ele é um bom monge.”

Averkios foi tonsurado no pequeno esquema — o próximo estágio na vida monástica — em 3 de março de 1957 e recebeu o nome de Phaisios.  Tendo experimentado a vida cenobítica e idiorrítmica, ele agora esperava experimentar a vida solitária.  Mas quando ele buscou conselho em oração, a Theotokos lembrou-o do voto que ele fez antes de entrar no exército e o encaminhou, em vez disso, para o mosteiro de Stomio em Konitsa.

Ele voltou para casa e por três anos trabalhou na restauração do mosteiro.  Ele continuou em ascetismo estrito, mas também teve que lidar com visitantes.  Ele fez muito para ajudar os órfãos e os pobres, e lutou contra os hereges que tentavam influenciar o povo.  

Ele também dirigiu a transferência das relíquias de Santo Arsênio de Kerkyra para Konitsa em 1958.

Em 1970, elas seriam transferidas para o Mosteiro de São João, o Teólogo, em Souruti, perto de Tessalônica, onde permanecem até hoje.

O povo de Konitsa amava Phaisios e insistiu para que ele ficasse.  Mas seu anseio pelo deserto — por solidão e quietude — finalmente prevaleceu quando ele concluiu a restauração do mosteiro.

“O demônio muitas vezes me perturba, mesmo que eu tenha levado minha carne à exaustão”, escreveu Phaisios em uma carta enquanto estava no Monte Sinai.  Isso durante uma semana de intensa guerra espiritual, onde o tentador perturbou Phaisios até o final da semana e durante a divina liturgia no Santo Cume.

“Sou grato a Deus por Ele ter me preservado — a batalha foi muito intensa.  Depois dessa luta, o bom Deus — pois Ele me poupou — me considerou digno de receber a comunhão no Cume Santo.  Durante todo aquele dia após a

comunhão, experimentei tanta alegria que não consigo descrever.  Fui espalhado

pelo grande amor de Deus e senti Sua presença perto de mim.  É por isso que o inimigo, o diabo, liderou esta intensa batalha contra mim,

Desejando privar-me dessa alegria espiritual que me deu forças por muito tempo.”

Ao longo de sua vida, Phaisios ansiava por um lugar de solidão onde pudesse sozinho  encontrar Deus. Esse desejo de partir para o deserto tornou-se realidade quando ele viajou para o Monte Sinai para viver como um eremita no outono de 1962.

Ele permaneceu no eremitério ascético dos Santos Galácticos e Episteme e, onde uma vez precisou desenvolver asas espirituais, ele agora voava como uma águia. Como escreveu mais tarde:

“Quando alguém parte para o deserto, longe do mundo e das coisas materiais, 

seu coração imediatamente se aproxima de Deus e, então, o coração não tem mais desejos sinceros por mais nada,  além de Deus.”

Mas assim que seu espírito disparou, seu corpo físico enfraqueceu e problemas de saúde ao longo da vida levaram a um retorno ao Monte Athos.

Retornando à Montanha Sagrada, Phaisios estabeleceu-se na Ermida dos Arcanjos, parte do Mosteiro de Iveron, em maio de 1964.

Mesmo aqui, o fruto do deserto não o abandonou. Ele também passou um tempo com o Élder Tikhon, seu amado pai espiritual que veio da Rússia para o Monte Athos em 1908 aos 24 anos de idade. Em 11 de janeiro de 1966, Phaisios recebeu o grande e angélico  esquema do Élder Tikhon no Ermida da Santa Cruz.

Mais tarde, no mesmo ano, Phaisios teve parte de seus pulmões removidos. Foi durante esse período de hospitalização que ele iniciou uma longa amizade com a jovem irmandade de São João, o Teólogo, em Souroti,nos arredores de Thessaloniki.

As irmãs doaram sangue, ao qual Phaisios ficou muito grato. Mais tarde, ele contribuiu material e espiritualmente para o esforço deles para construir um mosteiro, o Élder Phaisios também encontrou tempo para morar na remota Katounakia, um grupo de células na acidentada e remoto lado sul da península de Atonita.  

Nessa época, os peregrinos começaram a procurá-lo ativamente e foram completamente mudados pelo encontro.  

Como o seminarista cujo problema insuportável encontrou alívio imediato

através do simples conselho do Élder.  Como o aluno lembrou mais tarde: “Saí cheio de alegria, convencido de que havia um caminho se abrindo para mim no horizonte.  A intervenção do Ancião afetou decisivamente o resto da minha vida.”

Em Katounakia, Phaisios continuou a experimentar visitas divinas.  Como ele lembrou mais tarde: “Certa vez, quando eu estava fazendo a oração de Jesus no meio da noite, uma grande alegria brotou dentro de mim. 

Continuei a fazer a oração e, de repente, toda a minha cela ficou iluminada.  Era branco com um leve tom de azul claro.  Meu coração bateu docemente.  Continuei a fazer a oração com o cordão de oração até o sol nascer.  

A luz estava tão brilhante!  Era mais brilhante que a luz do sol — a luz do sol não era nada em comparação.  Eu olhei para o sol e sua luz me pareceu desbotada, como a luz da lua cheia.  Eu vi a luz por um bom tempo.  

Depois, quando a luz se dissipou, e com ela a graça, não consegui encontrar nenhum consolo ou alegria em lugar nenhum.

Eu havia caído de um estado superior para um inferior, então me olhei como um animal.”

Phaisios residia agora nas alturas da theoria – vendo a luz incriada de Deus ativa no mundo ao seu redor.  Embora continuasse a lutar com sua saúde física, ele foi totalmente iluminado pela graça de Deus e viveu como um vaso do qual outros poderiam se beneficiar física e espiritualmente.

Como Theodore, de Xanthi, Grécia, que começou a perder peso e se sentiu muito cansado devido a uma infecção viral.  Ele escreveu uma carta ao ancião para pedir conselhos sobre se deveria procurar tratamento especial ou confiar na providência de Deus e nos médicos locais.  

A condição de Theodore piorou no dia seguinte, então ele deu entrada na

clínica.  Depois de quatro dias de dor intensa, seus médicos o encontraram caído no chão.  Mas, como lembra Theodore, as coisas mudaram um dia depois:

“No domingo de manhã, acordei e senti uma força indescritível no corpo e na alma. Ontem, o médico me disse: você estava em péssimo estado…. Eu não posso explicar nada.

Theodore se recuperou totalmente e vários meses depois visitou o Élder Phaisios “Como você está, Theodore?”

Estou muito bem”, respondi. “Você recebeu minha carta, certo?”, perguntou o Élder Phaisios. Fiz uma pausa, pensando comigo mesmo que não havia recebido nenhuma carta dele. Mas antes que pudesse responder, ele disse:  “Não escrevi uma carta para você, mas respondi do meu jeito.”

“Senti um terremoto dentro de mim”, lembra Theodore, “e percebi que o élder me curou por meio de suas orações.”

“Eu respondi: ‘Entendi’.  Fiquei muito comovido. Depois de venerar os ícones na

capela, saí e chorei profusamente.”

Este é apenas um dos muitos eventos registrados por testemunhas oculares e por aqueles que vivenciaram tais maravilhas.

Em agosto de 1968, o ancião foi ao mosteiro de Stavronikita para ajudar no seu renascimento.

Ele recebeu muitos visitantes e cartas lá e permaneceu em contato com seu Tikhon mais velho.  Phaisios permaneceu ao lado do mais velho até seu repouso em setembro de 1968. 

Após o repouso do élder Tikhon, Phaisios mudou-se para a cela do mais velho e mais uma vez encontrou a quietude que desejava.  

“Agora que fui libertado do mosteiro pela graça de Deus, e me encontro em doce quietude (que é uma oração mística por si só), vou me lembrar de você com mais frequência, e até mesmo de muito longe.  Estarei muito perto de você.  Ore para que eu desapareça de cena e que outras pessoas não me encontrem, porque só assim cumprirei minha missão.

É verdade: quando me escondo, sinto que me aproximo do mundo conturbado.”

E, no entanto, com o tempo, foi o mundo que se aproximou dele à medida que monges e peregrinos o visitavam cada vez mais em busca de conselhos espirituais e cura.  

Depois de onze anos, o Ancião trocou a Ermida de Santa Cruz por uma ermida chamada Panagouda, que fica no sopé de uma colina e perto da trilha que liga

Karyes ao Mosteiro de Iveron.  Ele percebeu que os peregrinos poderiam visitar Panagouda com mais facilidade e lá permaneceu por quatorze anos.

Um dia, um médico descobriu um tumor atrás do olho de um estudante.

O aluno e o pai visitaram o Élder Phaisios alguns dias depois.  “Não se preocupe,  não é nada”, disse o Ancião com confiança.  Mais tarde, na semana seguinte, quando o estudante chegou para a cirurgia, os médicos descobriram que o tumor havia desaparecido.

Os relatos de tais eventos são numerosos.  Por meio de sua oração, o Espírito Santo operou milagres, maravilhas e coisas além da nossa compreensão.

Em seus últimos anos, o Ancião tornou-se um vaso infinito de graça que derramou curas e maravilhas a todos que buscaram seu conselho.

Ele suportou tudo isso com grande amor e compaixão, vivendo em nosso mundo e ainda assim em comunhão com Deus.

Ele experimentou visitações divinas de Cristo, da Theotokos, dos santos Arsênios, Eufêmia e vários outros santos.

O Ancião recebia peregrinos durante todo o dia, dedicando a noite a Deus em oração, vigília e luta espiritual.  Ele dormiu apenas algumas horas, usando o máximo de energia que pôde para ajudar os outros.  Embora ansiasse por solidão e quietude, ele aceitou humildemente sua missão de servir aos outros como pudesse.  Como escreveu o Hieromonge Isaac:

“Deus e as pessoas sofredoras tornaram-se os dois eixos em torno dos quais girava toda a sua vida”.

O Ancião tinha o dom da clarividência e da previsão.  Ao se encontrar com peregrinos, ele pode comentar: “aí vêm três crianças” — mesmo que não houvesse ninguém à vista.  Pouco tempo depois, três crianças apareceram no portão.  Ele cumprimentava os peregrinos pelo nome, contava-lhes a história de sua vida e até respondia a perguntas antes que fossem feitas, sem nunca tê-los conhecido anteriormente.

Um homem se lembra de levar o mais velho até Souroti quando de repente o Ancião disse:

“Vire-se — há uma família se desfazendo agora.”  Eles foram até uma casa próxima e encontraram um casal discutindo e dividindo suas coisas.

O Ancião falou com eles e eles fizeram as pazes.

O Ancião curou pessoas de câncer, problemas cardíacos e cegueira.  Um homem procurou o mais velho porque sua filha de sete anos não conseguia falar.

O Ancião orou por um ano.  Na Sexta-feira Santa, a jovem abraçou o pai e falou

pela primeira vez: “Boa Ressurreição, pai”.  

O Élder Phaisios pode ter estado isolado do mundo, mas ele se sintonizou espiritualmente com tudo o que ocorreu.  

Certa vez, dois monges a caminho de uma vigília pararam em sua cela para receber uma bênção. 

“Para onde vocês estão indo”, ele disse a eles, “orem e contem aos outros.  Algo horrível está acontecendo na Romênia: eles estão travando uma guerra civil e muitas pessoas estão sendo mortas.”  

Ele viu os acontecimentos por meios espirituais e ficou triste e orou intensamente pelas pessoas que sofriam.

O Ancião só sabia falar grego. Mas, como o Pe. Paul Lampros explicou, o ancião ainda poderia se comunicar com estrangeiros.  

“Fui ver o Élder Phaisios com um espanhol chamado Daniel.  Daniel fez uma pergunta a ele e antes que eu pudesse traduzi-la, o ancião respondeu.  Daniel ficou surpreso e me perguntou duas vezes: ‘O que está acontecendo?  Você não está traduzindo nada.’ Eu disse a ele: ‘Não é minha culpa — ele está respondendo às suas perguntas”. 

Então eles falaram, Daniel em espanhol e o Ancião em grego, ambos se entendendo.

Mesmo aqueles que não precisavam de cura física receberiam uma bênção.  Como relembrou um monge atonita: “A fragrância que emanava do mais velho era outra coisa.  Muitas vezes, quando eu beijava sua mão, sentia um aroma sobrenatural, como mirra.”

Como relembrou o Metropolita Panteleimon de Xanthi: “Eu ouvia suas palavras e ficava maravilhado com seu espírito, era   o Espírito de Deus falando através de seu vaso.  Isso gradualmente se tornou uma certeza interior inabalável para mim”.

O Élder Phaisios tornou-se para mim um guia para Cristo, um intérprete dos dons do Espírito Santo, um desbravador do caminho para o Céu e uma luz em minhas trevas profundas.”

O Ancião sofreu de doenças físicas durante a maior parte de sua vida.  Perto do fim, ele começou a ter hemorragia e ocasionalmente desmaiava.  

Ele partiu de sua amada Montanha Sagrada pela última vez em 5 de outubro de 1993. Ele  foi submetido a uma operação devido a câncer em um hospital em Tessalônica logo depois.  Durante sua recuperação, ele permaneceu no mosteiro de Souroti, e continuou a receber visitantes apesar de sua condição e sofrimento intenso.  Ele suportou corajosamente a dor extrema de sua doença sem reclamar: 

“O ascetismo que pratiquei todos esses anos como monge”, disse ele, “não me fez tanto bem quanto minhas doenças”.

Em 11 de julho de 1994, recebeu a Sagrada Comunhão pela última vez.  

No dia seguinte, o Élder Phaisios entregou sua alma aos cuidados de Deus.

Sem aviso prévio, ele foi sepultado atrás da Igreja de Santo Arsênio, no Mosteiro

de São João, o Teólogo, em Souroti.  

Quando seu repouso foi conhecido três dias depois, uma grande multidão foi ao mosteiro para venerar seu túmulo. 

Em 13 de janeiro de 2015, o Santo e Sagrado Sínodo do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla canonizou São Phaisios, confirmando o que já era conhecido nos corações e mentes de muitos cristãos ortodoxos que conheceram o ancião, 

ouviram histórias sobre ele ou leram um dos muitos livros que ele escreveu sobre a vida espiritual.

Fonte: Transcrição do Filme Vessel of Grace: The Life of Saint Paisios the Athonite – Canal Trisagion – https://youtu.be/qVX1HOxrDcw?si=Ljo3V_abRtfG7lji

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