O Massacre dos Inocentes – Giotto – Capela Scrovegni – Pádua – 1305

Sobre a Obra

O Massacre dos Inocentes – Giotto – Capela Scrovegni – Pádua – 1305

Massacre dos Inocente Giotto

“Assim diz o Senhor: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos; não quer ser consolada quanto a seus filhos, porque já não existem.” (Jr 31, 15)

A obra:

O Massacre dos Inocentes é um afresco de Giotto pintado em1303-1305 e parte do ciclo da Capela Scrovegni, em Pádua.

Está incluído nas Histórias de Jesus no registro central superior, na parede direita, com vista para o altar.

A cena, de realismo cru, é uma das mais dramáticas do ciclo, ainda que em 1951 Pietro Toesca tenha notado certa artificialidade e alguns defeitos na movimentação dos personagens, levantando a hipótese da presença de intervenções de colaboradores, hipótese posteriormente desmentida pela crítica posterior.

Como em outras cenas do ciclo, o fundo arquitetônico ajuda a definir os grupos de figuras e, em geral, facilita a leitura da cena.

No canto superior esquerdo, de uma sacada coberta, Herodes, estendendo o braço eloquentemente, emite a ordem de matar todas as crianças nascidas nos últimos meses.

As destinatárias dessa ordem são as mães desesperadas, reunidas atrás de um edifício centralmente planejado (inspirado no Batistério de Florença ou talvez na abside da igreja de São Francisco em Bolonha), que veem seus filhos sendo arrancados pelo grupo de carrascos, particularmente os dois no centro, armados e em poses dinamicamente dramáticas e pintados em cores escuras.

Abaixo, os corpos empilhados de inúmeras crianças já aparecem, quase como se estivessem irrompendo da moldura do afresco e caindo para além.

Finalmente, à esquerda, vários espectadores demonstram sua angústia abaixando a cabeça e fazendo expressões de aborrecimento resignado.

As crianças são maiores do que o normal, provavelmente para torná-las protagonistas da cena.

As mães têm expressões profundamente angustiadas, com as bocas abertas num lamento comum e as faces manchadas de lágrimas, como ressurgiu com a última restauração.

Como em outras cenas deste lado da parede, o lápis-lazúli, provavelmente aplicado seco, está danificado em vários lugares por arranhões e perda de tinta, tanto no céu quanto no vestido da mulher à direita.

Fonte 1: Texto traduzido de “Massacre dos inocentes”

A crueldade Humana:

A arte também tentou, por vezes, retratar o sofrimento desses pequenos indivíduos, inocentes diante da maldade humana.

Talvez o artista que melhor capturou essa sensação de extrema dor e desespero em uma representação tocante e envolvente tenha sido Giotto, com sua representação do “Massacre dos Inocentes” na Capela Scrovegni, em Pádua.

Quando chegou a Pádua em 1303, convocado por Enrico Scrovegni, o mestre era um artista consolidado e plenamente maduro, consciente da revolução linguística que estava inaugurando por meio de seu estilo e técnica.

Giotto combinou uma rara habilidade interpretativa, que lhe permitiu traduzir episódios bíblicos em imagens particularmente evocativas, com a capacidade de retratar também a vasta gama de emoções que animam os personagens, conferindo-lhes um poderoso senso de humanidade e, assim, fazendo com que os eventos parecessem notavelmente reais e verdadeiros.

O episódio do “Massacre dos Inocentes” está entre os mais comoventes e carregados de páthos (sofrimento).

O artista consegue dividir a cena em múltiplos momentos, em múltiplos núcleos representativos interligados, unidos pela emoção carregada, pois tudo é frenético, frenético, e até parece iminente e real.

À esquerda, estão as mães, que por meio de gestos desesperados buscam proteção, piedade e oração, tentando segurar seus pequenos, para salvar suas vidas; do outro lado, estão os guardas do rei, frios e agressivos, que, com a atitude oposta às pobres mulheres, tentam arrancar as crianças e matá-las; até o gendarme maligno no centro, retratado esfaqueando uma criança inocente com uma lança afiada.

Mas o conflito não é meramente físico — essa é a grande habilidade de Giotto — o que está ocorrendo é, acima de tudo, um choque de emoções humanas: a maldade dos guardas, com seus rostos carrancudos e expressões carrancudas, que o mestre retrata por meio de perfis rígidos e rostos frios; e a da dor das mulheres, representadas com rostos chorosos, os olhos semicerrados de sofrimento e parcialmente voltados para o céu, um anseio pela graça divina.

Giotto pinta lágrimas nos rostos das mulheres, lágrimas negras escorrendo por seus rostos, negras porque surgem de uma dor muito intensa, que deixa uma marca indelével em seus rostos e escurece suas almas em luto eterno.

E, finalmente, há o sentimento de crueldade, personificado por Herodes, sentado à sua janela, observando o crime atroz sendo cometido à sua mercê, quase com satisfação e libertação; a expressão facial é acompanhada pelo comando imperativo de seu braço estendido em direção à multidão.

Finalmente, há a emoção que se apodera do espectador, que testemunha impotente o drama que se torna parte da história humana.

Giotto, como um grande artista, procurou tornar o episódio retratado o mais realista possível, colocando os corpos amontoados de crianças pequenas em primeiro plano; evidentemente, ele queria destacar, em um gesto de extrema compaixão e profunda empatia, as vítimas da crueldade humana, as crianças de hoje e de ontem: indefesas, fracas, indefesas e, acima de tudo, inocentes.

Fonte 2: Texto traduzido de “Giotto e o Massacre dos inocentes”

Strage degli innocenti:

La Strage degli innocenti è un affresco di Giotto, databile al 1303-1305 circa e facente parte del ciclo della Cappella degli Scrovegni a Padova.

È compresa nelle Storie di Gesù del registro centrale superiore, nella parete destra guardando verso l’altare.

La scena, di crudo realismo, è una delle più drammatiche del ciclo, anche se nel 1951 Pietro Toesca ne rilevò una certa artificiosità e qualche difetto nel movimento dei personaggi ipotizzando la presenza di interventi di collaboratori, ipotesi poi ridimensionata dalla critica successiva.

Come in altre scene del ciclo l’architettura dello sfondo aiuta a definire i gruppi di figure e, in generale, facilitare la lettura della scena.

In alto a sinistra, da un balcone coperto, Erode impartisce il comando di uccidere tutti i fanciulli nati negli ultimi mesi, stendendo eloquentemente il braccio.

Destinatarie del provvedimento sono le madri disperate, raggruppate dietro un edificio a pianta centrale (ispirato al Battistero di Firenze o forse all’abside della chiesa di San Francesco a Bologna), che si vedono strappare i figli dal gruppo dei carnefici, in particolare i due al centro, armati e in pose dinamicamente drammatiche e trattati con colori cupi.

In basso stanno già i corpi ammassati di numerosi fanciulli, che sembrano quasi travalicare la cornice dell’affresco per franare oltre.

A sinistra infine alcuni spettatori mostrano tutto il loro turbamento abbassando la testa e facendo espressioni di rassegnata contrarietà.

I bambini sono più grandi del normale, probabilmente per farne protagonisti della scena.

Le madri hanno espressioni profondamente angosciate, con la bocca dischiusa in un lamento comune e le guance rigate dalle lacrime, come riemerso con l’ultimo restauro.

Come in altre scene su questo lato della parete l’azzurro di lapislazzuli, steso probabilmente a secco, è in più punti danneggiato da graffi e cadute di colore, nel cielo come nella veste della donna a destra.

Giotto e la strage degli innocenti

Talvolta anche l’arte ha cercato di rappresentare la sofferenza di questi piccoli individui, incolpevoli davanti alla cattiveria degli uomini.

Forse l’artista che più di tutti è riuscito a tradurre quel senso di estremo di dolore e disperazione attraverso una raffigurazione toccante e coinvolgente è stato Giotto, attraverso la rappresentazione dell’episodio della “Strage degli innocenti”, nella Cappella degli Scrovegni a Padova.

Quando giunse a Padova, nel 1303, chiamato da Enrico Scrovegni il maestro era un artista affermato e pienamente maturo, cosciente della rivoluzione linguistica che stava proponendo attraverso il suo stile e la sua tecnica.

Giotto univa ad una rara abilità interpretativa, che gli permetteva di tradurre gli episodi biblici in immagini particolarmente suggestive, la capacità di rappresentare anche la vasta gamma di emozioni che animano i personaggi, dando una forte carica di umanità e rendendo così le vicende sensibilmente vere e reali.

L’episodio della “Strage degli innocenti” è tra i più commoventi e carichi di pathos.

L’artista riesce a suddividere la scena in più momenti, in più nuclei rappresentativi concatenati tra loro ed uniti dalla carica dei sentimenti, poiché tutto è concitato, vorticoso e sembra addirittura imminente e reale.

Sulla parte sinistra ci sono le madri, che attraverso gesti estremi cercano protezione, pietà e preghiera, cercano di trattenere a sé i propri piccoli, di salvare loro la vita; dall’altro le guardie del re, fredde e aggressive, che invece, con moto opposto a quello delle povere donne, cercano di strappare e trucidare i bambini; fino al perfido gendarme in posizione centrale che viene rappresentato mentre colpisce con una lancia acuminata proprio un piccolo innocente.

Ma lo scontro non è solo fisico, ecco la grande abilità di Giotto, quello che è in atto è soprattutto lo scontro tra i sentimenti umani: la cattiveria delle guardie, dai volti corrucciati e dalle espressioni aggrottate, che il maestro definisce attraverso profili rigidi e visi freddi; e quello del dolore delle donne, raffigurate con volti piangenti, gli occhi socchiusi dalla sofferenza e rivolti in parte verso il cielo, anelito di grazia divina.

Giotto dipinge sul volto delle donne le lacrime, lacrime nere che rigano il volto, nere perché nascono da un dolore troppo intenso, che segna in maniera indelebile il viso e oscura in segno di lutto eterno il loro animo.

E infine c’è il sentimento della crudeltà, che ha le sembianze di Erode, assiso dalla sua finestra che guarda l’atroce delitto che si consuma alla sua mercé, quasi con compiacimento e liberazione; all’espressione facciale si accompagna l’imperativo ordine del braccio teso verso la folla.

Infine c’è l’emozione che assale lo spettatore, che assiste impotente al dramma che entra nella storia dell’umanità.

Giotto da grande artista, cercò di rendere l’episodio rappresentato il più vero possibile, ponendo i corpi ammassati dei piccoli bambini in primo piano; evidentemente ha voluto evidenziare, in un gesto di estrema compassione e profonda partecipazione, le vittime della cattiveria umana, i bambini di oggi e di ieri: inermi, deboli, indifesi e soprattutto innocenti.

Link dos artigos:

Link da fonte 1:

https://it.wikipedia.org/wiki/Strage_degli_innocenti_(Giotto)

Link da fonte 2: https://www.frontierarieti.com/giotto-e-la-strage-degli-innocenti/

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