Grande é o Senhor – A Benção das Águas – Monastério de TopLou,
Sitea/Creta – 1770 – pintado por Ioannis Kornaros
Grande é o Senhor – A Benção das Águas – Monastério de TopLou,
Sitea/Creta
– 1770 – pintado por Ioannis Kornaros
Tamanho do original: 139 x 105 cm.
Esta é uma cena excepcionalmente lotada e original, composta de acordo com
o princípio estético do horror vacui para não deixar lacunas na
superfície da pintura. A diferença de tamanho entre as quatro cenas
principais, dispostas verticalmente, e as cenas minúsculas secundárias,
dispostas horizontalmente, atesta a habilidade de Kornaros.
A habilidade na pintura em miniatura, proclamando-o o continuador desta
tradição na arte cretense e um mestre da forma.
A tentativa do artista de retratar quase todos os versos da Grande Bênção
das Águas resultou em uma fascinante e original mistura de cenas icônicas
tanto do Velho quanto do Novo Testamento, que fornecem uma interpretação
visual dos versos da Bênção. No entanto, sua disposição no ícone não segue
a ordem lógica dos versos, mas é feita por unidades conceituais e de acordo
com sua significância semântica na representação.
As referências teológicas da Bênção.
No eixo vertical principal do ícone, de cima para baixo, estão arranjadas a
Santíssima Trindade (o princípio criativo supervisionando os acontecimentos
narrados no ícone), o Batismo de Cristo no Jordão por João Batista, a
Virgem entronada com Cristo flanqueado por Adão e Eva, e, abaixo, a
Ressurreição, representada na iconografia ortodoxa pelo Descendimento de
Cristo ao Inferno, de onde Ele ressuscita Adão e Eva.
Os versos da Bênção são dispostos horizontalmente, sem seguir o texto, mas
em unidades que correspondem, na medida do possível, aos conceitos
teológicos indicados pelas principais cenas ou derivam da tradição do
Antigo Testamento e do ciclo evangélico, todos se referindo especificamente
a versos da Bênção.
Uma característica distintiva da composição é a ausência de faixas
divisórias, seja nas zonas decorativas ou nas várias cenas, dando ao todo a
necessária unidade que corresponde à unidade conceitual da Bênção. O
artista numerou as cenas de acordo com a ordem dos versos.
Great Art Thou, O Lord
Icon of the Great Blessing of the Waters, 1770 Painted by Ioannis
Kornaros Size 139 x 105 cm.
This is an exceptionally crowded and original scene, composed according to
the aesthetic principle of horror vacui so as to leave no gaps in
the painting surface. The difference in size between the four main scenes,
arranged vertically, and the secondary miniature scenes, set out
horizontally, bears witness to Kornaros’s skill in miniature-painting,
pronouncing him the continuator of this tradition in Cretan art and a master
of the form.
The artist’s attempt to depict almost every verse of the Great Blessing of
the Waters has resulted in a fascinating and original mixture of
iconographic scenes from both the Old and the New Testament which provide a
visual interpretation of the verses of the Blessing. However, their
arrangement on the icon does not follow the logical order of the verses but
is done by conceptual units and according to their semantic significance in
rendering.
The theological references of the Blessing.
On the main vertical axis of the icon, from top to bottom, are arranged the
Holy Trini- ty (the creative principle over- seeing the events narrated in
the icon), the Baptism of Christ in the Jordan by John the Baptist, the
Virgin Enthroned with Christ flanked by Adam and Eve, and, below, the
Resurrection, depict- ed in Orthodox iconography by the Descent of Christ
into Hell, whence He raises Adam and Eve.
The verses of the Blessing are set out horizontally, not following the text
but in units which either correspond, as far as possible, to the
theological concepts indicated by the main scenes, or derive from the Old
Testament tradition and the Evangelical cycle, all referring specifically
to verses of the Blessing.
A distinctive feature of the composition is the absence of dividing bands,
either in the decorative zones or in the various scenes, giving the whole
the necessary unity that corre- sponds to the conceptual unity of the
Blessing. The artist has numbered the scenes according to the order of the
verses.
Fonte: Livro do Monastério de Sitea/Creta.
Esta é uma cena excepcionalmente cheia e original, composta de acordo com o princípio estético do horror vacui para não deixar lacunas na superfície da pintura. A diferença de tamanho entre as quatro cenas principais, dispostas verticalmente, e as cenas secundárias em miniatura, dispostas horizontalmente, atesta a atitude de Kornaros. A tentativa do artista de retratar quase todos os versos da Grande Bênção das Águas resultou em uma mistura fascinante e original de cenas iconográficas do Antigo e do Novo Testamento que fornecem uma interpretação visual dos versos da Bênção.
No entanto, sua disposição no ícone não segue a ordem lógica dos versos, mas é feita por unidades conceituais e de acordo com seu significado semântico na tradução. As referências teológicas da Bênção. No eixo vertical principal do ícone, de cima para baixo, estão dispostas a Santíssima Trindade (princípio criador que supervisiona os eventos narrados no ícone), o Batismo de Cristo no Jordão por João Batista, a Virgem Entronizado com Cristo flanqueado por Adão e Eva, e, abaixo, a Ressurreição, representada na iconografia Ortodoxa pela Descida de Cristo ao Inferno, de onde Ele levanta Adão e Eva.
Os versículos da Bênção são dispostos horizontalmente, não seguindo o texto, mas em unidades que correspondem, tanto quanto possível, aos conceitos teológicos indicados pelas cenas principais, ou derivam da tradição veterotestamentária e do ciclo evangélico, todos referindo-se especificamente aos versos da Bênção. Uma característica distintiva da composição é a ausência de faixas divisórias, quer nas zonas decorativas, quer nas várias cenas, conferindo ao conjunto a necessária unidade que corresponde à unidade conceptual da Bênção. O artista numera as cenas de acordo com a ordem dos versos.
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