Panagia Platytera com o menino Jesus – Aperges

Informações relevante encontradas no Filme Panagia Blachernitissa, Panagia Platytera e Panagia Oranta – produzido pela Greek Orthodox Christian Society Sydney:
Panagia Platytera
O ícone da Panagia Platitera deriva do ícone Oranta.
Platytera ou Platitera também é conhecida como Nossa Senhora do Sinal ora e olha para a frente, indicando a santidade da Virgem Maria e o caminho da Salvação de seu Filho que está em seu colo entronado.
Panagia Platitera é muito comum no centro do altar do catolicon (sala principal da catedral) com um tamanho gigante para mostrar a grandeza da mãe de Deus e ilustrar o mistério da encarnação de Deus.




Panagia Platytera (Mais espaçosa que os céus) e o menino Jesus – Fonte: Filme Panagia Blacernitissa
(“Mais honrada que os querubins e mais gloriosa que os serafins”).
Panagia na Fonte da Vida
O ícone da Panagia na Fonte da Vida é outro tipo de ícone derivado do Panagia Oranta, mas este rememora as Aparições da Santíssima Virgem em uma fonte que se tornou milagrosa no século V na Turquia.
De acordo com a tradição, um soldado e futuro imperador bizantino, Leo 1º, passou por um homem cego enquanto caminhava e este estava perdido procurando um lugar para descansar e procurando água.
Enquanto procurava água, ouvia a voz de Panagia dizendo para ele não procurar longe, que havia água próxima.
Leo 1º nada encontrou, até que a voz de Panagia o informou para entrar em uma gruta e receber a fonte da água.
Panagia também instruiu Leo 1º a pegar o barro da fonte e esfregar nos olhos do cego para assim curá-lo.
Ela também revelou que auxiliaria Leo 1º a construir a igreja naquele lugar aonde os fiéis poderiam ir se curar na fonte da vida.
O ícone Life Giving Spring, ou Panagia Fonte da Vida, apresenta a Virgem e o menino Jesus no centro da fonte em formato de cálice.
Em algumas versões, apenas Panagia é apresentada (como a do Agia Sofia em Istambul). Em outras, anjos estão nos lados.
Em algumas versões do ícone, mortos são ressuscitados, paralíticos foram curados, cegos são curados, homens simples e imperadores esperam por suas curas na fonte, ricos e pobres, soldados, homens, mulheres e crianças.
Porém, tudo depende da qualidade de nossos merecimentos e de nossas orações. Devemos orar com o fundo de nossos corações para que Panagia possa ouvir nossas orações.
Panagia é toda oração. Ela nasceu por conta das orações de seus pais.
Quando foi morar na sinagoga, foi para rezar dia e noite.
Quando recebeu a anunciação, Panagia estava orando, e certamente no momento de sua passagem para a vida eterna, estava orando.
As orações de Panagia de acordo com São João Maximovitch, mencionado no filme Panagia Blachernitissa:
“Este ícone pretende principalmente expressar o fato de que o Theotokos deu à luz a Cristo, que é visto como o provedor da água espiritual vivificante.
Pois Cristo disse à mulher samaritana: Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: ‘Dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”.
(João, 4:10)
‘Tendo experimentado todas as dificuldades da vida terrena, o Intercessor da raça cristã vê cada lágrima, ouve cada gemido e pedido dirigido a Ela.
Especialmente próximos dela estão aqueles que trabalham na batalha contra as paixões e são zelosos por uma vida agradável a Deus.
Mas mesmo nas preocupações mundanas Ela é uma auxiliadora insubstituível.
“Alegria de todos os que sofrem e intercessora dos ofendidos, alimentador dos famintos, consolação dos viajantes, porto dos abalados pela tempestade, visitação dos enfermos, proteção e intercessora dos enfermos, auxiliar dos idosos, Tu és a Mãe do Deus nas alturas, ó Puríssima”…
“A esperança e intercessão e refúgio dos cristãos,”
“A Mãe de Deus incessante em orações”…”salvando o mundo por Tua oração incessante”…”Ela dia e a noite roga por nós, e os cetros dos reinos são confirmados por Suas orações.”
(São João Maximovitch)
Panagia Blachernitissa
“O ícone Panagia Blachernitissa desde o século XII era utilizado pelos imperadores bizantinos em suas campanhas militares e desde o século XI está associado a vitória militar, porém, também a vitória espiritual.
Já em 626, quando os turcos foram atacados pelos persas e pelos ávaros, o imperador Heraclios estava fora de Constantinopla em outra frente de defesa militar, enquanto isto o Patriarca Sérgius e o filho do imperador pegaram o ícone de Panagia na igreja de Blachernae e caminharam solenemente em procissão com este pelas muralhas da cidade.
Panagia ouviu as orações dos bizantinos e os livrou dos exércitos inimigos de maneira milagrosa: os navios dos persas e dos avaros foram atacados pelos raios de uma tempestade e afundaram.
Então toda a cidade se reuniu na igreja para agradecer e performar uma vigília, na qual o hino akathisto foi entoado pela primeira vez.
Para que Panagia possa interceder por nós, devemos ter méritos para poder obter tal intercessão.
Na batalha de Manzakurt, testemunhada e relatada pelo cronista Michael Ateliatis, o imperador bizantino Romanos começou a se sentir invencível e foi bastante cruel ao castigar severamente um dos soldados que supostamente tinha roubado um pequeno burro, criando punições muito maiores que os crimes e não demonstrando respeito aos ícones sagrados, decidindo punições muito cruéis perante os crimes dos julgados.
O imperador Romanos açoitou violentamente o soldado nas proximidades do santuário, cortando o nariz deste, sem nenhuma misericórdia nem mesmo ao ouvir as súplicas do soldado a Panagia e ao seu ícone milagroso.
Neste momento o cronista percebeu que a vingança de Deus adviria sobre os imperadores bizantinos.
O ícone de Panagia Blachernitissa tido como invencível em campo de batalha, não pode suportar tamanho desaforo por parte do próprio imperador, pois foi clamado pelos punidos e passou a defendê-los.
Assim, como castigo, em 1071 os bizantinos perderam a guerra com metade do exército deserdando do imperador Romanos, e assim abriram as portas para os soldados otomanos tomarem a Anatólia, o que levou posteriormente a queda de Constantinopla.
Ou seja, Panagia que outrora tinha sido tão benevolente com Constantinopla, pois a salvou em 626 dos persas e avaros, a mesma Panagia que também salvou os fiéis de Constantinopla das pragas e pestes e que apareceu em 911 em Blachernae e orou por toda o mundo numa igreja da cidade, desta vez não pode mais manter seus favores por conta de tantos atos de crueldade e desmerecimento por parte de seu imperador.
Panagia Oranta
O ícone de Blachernae é do tipo Oranta, ou seja, Panagia está em Oração, com os braços abertos orando pelo mundo e o menino Jesus Emanuel está em uma mandorla cheia de anjos e de frente ao peito de Panagia.
Panagia Oranta mais do que apresentando Maria em oração, é a própria personificação da oração, de seu estado mental e concentração.
Os braços levantados em sinal de oração não é somente algo cristão, mas também do mundo greco-romano e dos deuses egípcios.
Os profetas do antigo testamento levantavam os braços para o céu, mas o ícone começou mesmo a ser difundido pelos fiéis de Maria nos primeiros séculos.
O primeiro ícone do tipo Oranta é do século IV e se encontra em uma catacumba maior em Roma.
Em muitas versões, anjos rodeiam a Virgem e o Filho Jesus e nos ícones de Blachernae, Oranta e Platytera, normalmente com Panagia de corpo inteiro ou parcial, pois ela é mais espaçosa que os céus pois ela carrega o criador do universo em seus braços e ela Panagia é certamente a mãe de Deus (“Mais honrada que os querubins e mais gloriosa que os serafins”).
O ícone Oranta também está representado no selo oficial dos correios do Monte Athos, adiante apresentado.

Panagia Oranta (Selo do Monte Athos).
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