Pantocrator e Grande Sumo Sacerdote na iconóstase do Catholicon

Sobre a Obra

Pantocrator e Grande Sumo Sacerdote na iconóstase do Catholicon

“Enquanto entregamos a Maria o serviço do Bispo de Roma, Pastor da Igreja universal, a partir da “barca de Pedro” olhamos para Ela, Estrela do Mar, Mãe do Bom Conselho, como sinal de esperança. Imploremos da sua intercessão o dom da paz, o apoio e o conforto para quem sofre, a graça de todos sermos testemunhas do Senhor ressuscitado”.

Papa Leão XIV, 18/05/2025

Cristo Sacerdote

Há três substantivos que, no vocabulário corrente, designam os ministros ordenados: sacerdote, padre e presbítero.

Sacerdote significa aquele que dá as coisas sagradas – sacra dans. De fato, “sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb 5,1).

Tal missão pode ser resumida no papel de mediador entre Deus e os homens, seja erguendo oblações para o Altíssimo, seja d’Ele recolhendo bênçãos em favor dos fiéis.

Padre, por sua vez, vem do latim pater, ou seja, pai. O padre é pai porque gera os filhos de Deus pelo Batismo e os educa nas trilhas do Divino

Mestre, além de acolher tantos “filhos pródigos” no Sacramento da Reconciliação.

Por fim, o termo grego presbítero significa ancião, não no sentido cronológico, mas de maturidade.

O presbítero há de ser maduro, quer dizer, sereno, firme, prudente e corajoso. Deve tender à perfeição – ao perfeito -, ou seja, feito até o fim, que nada mais é do que a santidade, perfeição da caridade.

Os sacerdotes Arautos do Evangelho, nos dias de hoje, procuram seguir os passos de Cristo, modelo de todo sacerdote.

Ao contrário do alimento comum, o qual é assimilado pelo organismo humano, na Eucaristia é Cristo Quem assume aquele que O recebe Cristo, arquétipo de sacerdote, elevou o antigo sacerdócio a um patamar inédito.

Como Bom Pastor, passou a vida fazendo o bem (cf. At 10,38); como Pão dos Anjos, entregou sua própria carne em Comunhão; como Cordeiro Imaculado, ofereceu-Se no Altar da Cruz pela humanidade corrompida; como restaurador dos levitas, expulsou os vendilhões do Templo.

Perseguido especialmente pelos pontífices, erigiu uma nova ordem sacerdotal, segundo Melquisedeque.

Sua Paixão foi um supremo ato exorcístico contra a turbamulta ensandecida; sua vida foi a ruína dos iníquos.

“Como o Pai Me enviou, também Eu vos envio” (Jo 20,21). A fim de perpetuar sua obra, Jesus enviou em primeiro lugar os Apóstolos, aqueles que são, pela própria etimologia, os enviados.

A estes, o Homem-Deus conferiu o Sacramento da Ordem, para que não apenas seguissem seu exemplo, como atuassem em sua Pessoa – in persona Christi.Fonte: Revista Arautos do Evangelho, nr. 8 – Agosto de 2025

Visão da Glória de Deus sobre os Querubins, do Arcebispo Oleg Stenyaev

E havia diante do trono um mar de vidro, semelhante ao cristal. E no meio do trono, e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos, por diante e por detrás.

E o primeiro animal era semelhante a um leão, e o segundo animal semelhante a um bezerro, e tinha o terceiro animal o rosto como de homem, e o quarto animal era semelhante a uma águia voando.

E os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo, é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.

E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graça ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre. (Ap 4, 6-9)

Visão do Profeta:

A visão, segundo os Santos Padres, foi um protótipo dos quatro evangelistas que iluminaram o mundo inteiro com a mensagem do Evangelho.

Desde os tempos antigos do cristianismo, animais simbólicos têm sido representados ao lado dos evangelistas em ícones.

O santo evangelista Mateus é representado com um anjo, Marcos com um leão, Lucas com um bezerro e João, o Teólogo, com uma águia.

O anjo mensageiro é representado como um símbolo do Filho Unigênito de Deus, que trouxe o Evangelho ao mundo — a boa nova de Deus Pai.

O evangelista Marcos é simbolizado por um leão, significando o poder e a dignidade real de Jesus Cristo, o Rei da Glória.

O evangelista Lucas é representado com um bezerro, demonstrando o ministério redentor de Cristo Salvador, que se sacrificou na cruz pela salvação do mundo.

A águia que acompanha o evangelista João, o Teólogo, simboliza a sublimidade do misterioso ensinamento evangélico de Jesus Cristo.

O próprio santo evangelista João, o Teólogo, viu quatro seres misteriosos enquanto estava exilado na ilha de Patmos.

Ele escreveu sobre isso no livro do Apocalipse, que significa “Revelação” em grego.

Essas visões do profeta de Deus Ezequiel e do apóstolo João, o Teólogo, estabeleceram a tradição iconográfica da Igreja de representar os evangelistas com seres misteriosos.

Fonte: Texto produzido por Ian Nezen

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