Sagrado Coração de Maria – Ícone renascentista

Sobre a Obra

Sagrado Coração de Maria

“Maria guardava todas estas coisas, conferindo-as em seu coração.” (Lc 2,19)

História de uma devoção:

A memória litúrgica do Imaculado Coração de Maria é comemorada no sábado seguinte à solenidade do Sagrado Coração de Jesus, celebrada na segunda sexta-feira depois da solenidade de Corpus Christi.

No entanto, a devoção ao Imaculado Coração de Maria remonta aos inícios da Igreja, pois tem suas raízes mais profundas nas Sagradas Escrituras.

Nelas, encontramos referências ao Imaculado Coração no Evangelho segundo São Lucas, o “pintor” da Santíssima Virgem: “Maria conservava todas estas palavras, meditando-as no seu coração” (Lc 2,19). “Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2,51).

A semente do Evangelho, plantada pelos apóstolos e discípulos de Jesus Cristo, germinou na doutrina dos Santos Padres e desenvolveu-se com os teólogos e místicos da Idade Média.

Nos séculos seguintes, surgiram outros grandes devotos do Imaculado Coração de Maria, bem como do Coração de Jesus, como São Bernardo, Santa Gertrudes, Santa Brígida, São Bernardino de Sena e São João Eudes.

Este último foi o maior apóstolo da devoção ao Coração de Maria.

Em 1648, o Padre João Eudes obteve do Bispo de Autun, na França, a aprovação da celebração da festa.

A Santa Sé mostrou-se favorável ao culto ao Imaculado Coração no início do século XIX.

Em 1805, o Papa Pio VII concedeu a autorização para a celebração da festa às dioceses e às congregações religiosas que lhe pediam.

No ano de 1855, o Papa Pio IX aprovou a Missa e o Ofício próprios do Imaculado Coração de Maria.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 8 de dezembro de 1942, na Solenidade da Imaculada Conceição, o Papa Pio XII consagrou a Igreja e todo o gênero humano ao Coração Imaculado de Maria e, três anos depois, estendeu a festa do Imaculado Coração de Maria para toda a Igreja Católica.

A partir das aparições de Nossa Senhora, em Fátima, a devoção ao Imaculado Coração de Maria ganha ainda mais força, especialmente na devoção particular dos fiéis, como aconteceu com a devoção ao Sagrado Coração de Jesus.

A esse respeito, escreveu o Cardeal Patriarca de Lisboa, Dom Manuel Gonçalves Cerejeira: “A missão especial de Fátima é a difusão no mundo do culto ao Imaculado Coração de Maria.

À medida que a perspectiva do tempo nos permitir julgar melhor os acontecimentos de que fomos testemunhas, estou certo que melhor se verá que Fátima será, para o culto do Coração de Maria, o que Paray-le-Monial foi para o Coração o de Jesus″.

Fonte 1: Texto retirado de “Origem da devoção”

O Coração:

“Um órgão muscular oco que constitui a força motriz do sistema circulatório.”

E ainda: “Da antiga crença popular de que o coração era o centro da vida espiritual e emocional do homem, uma rica série de expressões e frases se desenvolveu e permaneceu na linguagem comum.”

E ainda mais: “O coração é entendido como a sede dos vários movimentos da alma. Como a sede do afeto, do amor.”

Estas são definições retiradas da Enciclopédia Treccani: referem-se ao substantivo “coração”.

São imagens que conseguem transmitir diferentes significados deste termo, tão rico e precioso para a vida humana.

Quando pensamos nesta palavra, de fato, muitas analogias, metáforas e pensamentos surgem naturalmente na mente.

Talvez, entre muitas, a mais comum seja a de que o coração representa a sede da vida e das emoções.

E é precisamente para o coração – para dois em particular, o de Jesus e o da Virgem Maria – que São João Eudes (cuja memória litúrgica é hoje) olhou ao longo de sua existência terrena, merecendo ser definido como um “apóstolo incansável da devoção aos Sagrados Corações de Jesus e Maria” (Bento XVI, audiência geral de 19 de agosto de 2009).

União de Corações:

Entre as linhas de ” O Admirável Coração da Santíssima Mãe de Deus”, encontramos uma passagem importantíssima, fundamental para o caminho espiritual de todos:

“O Coração de Jesus vive no coração de Maria, a alma de Jesus em sua alma, o espírito de Jesus em seu espírito; a memória, o intelecto e a vontade de Jesus estão vivos na memória, no intelecto e na vontade de Maria; seus sentidos interiores e exteriores vivem em seus sentidos; suas paixões em suas paixões; suas virtudes, seus mistérios, seus atributos divinos, todos vivem em seu coração e reinarão supremos nela; eles operarão em suas afeições maravilhosas e incompreensíveis para nós, mortais, e imprimirão nela a imagem viva do próprio Jesus.”

Fonte 2: Texto traduzido de “São João Eudes”

L’unione dei due Sacri Cuori:

Fra le righe de Il Cuore Ammirabile della SS. Madre di Dio troviamo una pagina importantissima, fondamentale per il cammino spirituale di ciascuno:

«Il Cuor di Gesù vive nel cuore di Maria, l’anima di Gesù nella sua anima, lo spirito di Gesù nel suo spirito; la memoria, l’intelletto, la volontà di Gesù sono viventi nella memoria, nell’intelletto, nella volontà di Maria; i suoi sensi interiori ed esteriori vivono nei sensi di Lei; le sue passioni nelle passioni di Lei; le sue virtù, i suoi misteri, i suoi divini attributi, tutti vivono nel cuore di Lei e regneranno sovranamente in Lei; vi opereranno affetti meravigliosi e incomprensibili a noi mortali, e v’imprimeranno l’immagine vivente di Gesù stesso».

A obra:

A pintura representa o Sagrado Coração de Maria em uma leitura contemporânea, embora conserve a delicadeza e o simbolismo clássico da iconografia mariana.

No centro da composição, a Virgem Maria surge envolta em uma luz suave, com um semblante sereno e olhar direto, que transmite paz, compaixão e acolhimento.

Ela veste o manto azul e o véu branco, cores tradicionalmente associadas à pureza, à fidelidade e à presença celestial.

Sob o manto, o vestido em tom rosado destaca o Coração Imaculado, irradiando feixes de luz.

No coração, três rosas brancas representam a pureza e o amor imaculado, enquanto as chamas douradas simbolizam o ardor do amor divino que habita em Maria.

Suas mãos erguidas e ligeiramente abertas evocam um gesto de intercessão e bênção, convidando o fiel à oração e à confiança no amor materno de Maria.

O halo translúcido que circunda sua cabeça reforça a santidade e a presença do Espírito Santo.

Ao fundo, o céu em tons rosados e azulados cria uma atmosfera etérea, como se a cena ocorresse entre o humano e o celestial.

Apesar de sua técnica realista e suave, a obra possui características contemporâneas — especialmente na clareza das cores, na leve idealização do rosto e na suavidade da luz, que dá à imagem um aspecto fotográfico e espiritualizado.

É uma representação moderna de um tema eterno: o amor compassivo e luminoso do coração de Maria, que continua a irradiar paz e esperança no mundo atual.

Link dos artigos:

Link da fonte 1:

Link da fonte 2: https://lanuovabq.it/it/san-giovanni-eudes-lapostolo-dei-sacri-cuori

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