Theotokos de azul – Agnessa Kessiakova

“Ó pecador, não desanime, mas recorra à Theotokos em todas as suas necessidades. Chame a ajuda dela, pois tal é a vontade divina que ela ajude em todo tipo de necessidade.”
São Basílio, o Grande +
Se Você Honra a Cruz, Honre ainda mais a Virgem
O grande objetivo deste ícone é que todos possam se maravilhar com a beleza, e com os milagres e aparições da Santíssima Virgem e perceberem que é verdadeiramente digno e justo magnificar e honrar a mãe de Deus.
Apenas pense, se você honra a cruz que segurou Cristo por algumas horas, porque você não a honra ainda mais, Aquela que O carregou dentro Dela por tanto tempo?
Ela que deu a Ele o seu sangue e a sua carne e que o protegeu para o ofertar para nós, porque não glorificamos, obviamente em um grau menor de veneração que somente é dada a Trindade Divina?
Adorações e Honrarias a Panagia ao longo da História
“São João Maximovitch, importante bispo russo do século XIX em Xangai e em São Francisco, citado pelo site www.eclesia.org , nos conta a história da veneração da mãe de Deus (Theotokos):
“Dos tempos apostólicos até os nossos dias todos que amaram a Cristo veneravam à Ela que deu à luz a Ele, que O criou e protegeu nos dias de Sua infância.
Se o Deus Pai a escolheu, Deus Espírito Santo desceu sobre Ela, e o Deus Filho habitou n’Ela, e se submeteu a Ela nos dias de Sua juventude, e se preocupava com Ela quando estava sofrendo na cruz – não deve então todos que professam a Santa Trindade venerá-La?
Ainda nos dias de Sua vida terrena os amigos de Cristo, os Apóstolos, manifestaram grande preocupação e devoção pela Mãe do Senhor, especialmente o Evangelista João, o Teólogo, que, cumprindo a vontade do Seu Divino Filho, levou-a para si e cuidou dela como mãe desde o Senhor lhe proferiu na Cruz as palavras: “Eis aí tua mãe”.
O Evangelista Lucas pintou muitos ícones d’Ela, algumas com o Filho Pré-Eterno, outras sem Ele.
Quando ele as levou e as mostrou para a Mais Santa Virgem, ela aprovou e disse:
“Que a graça do meu Filho esteja com elas”, e repetiu o hino que tinha uma vez cantado na casa de Isabel:
“Minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador”.
Porém, a Virgem Maria, durante sua vida terrena, evitou a glória que a pertencia como Mãe de Deus.
Ela preferiu viver em paz e se preparar para a partida para a vida eterna.
Até o último dia de sua vida terrena, Ela teve o cuidado de se mostrar digna do Reino de Seu Filho, e antes da morte Ela rezou para que Ele livrasse a sua alma dos espíritos maliciosos que encontravam as almas humanas no caminho para o céu e que esforçavam-se para levá-las ao Hades.
O Senhor cumpriu o pedido de Sua Mãe e na hora de sua morte Ele próprio veio dos céus com uma multidão de anjos para receber a alma d’Ela.
Como a Mãe de Deus também rezou para que ela pudesse se despedir dos Apóstolos, Deus reuniu para a sua morte todos os Apóstolos, exceto Tomé, e eles foram trazidos por um poder invisível naquele dia até Jerusalém, de todos os cantos do mundo habitado, onde eles estavam pregando, e eles estavam presentes no seu translado para a vida eterna.
Os Apóstolos deram ao mais puro corpo d’Ela um enterro com hinos sagrados e, no terceiro dia, abriram o túmulo mais uma vez para venerar os restos da Mãe de Deus junto do Apóstolo Tomé, que havia chegado a Jerusalém.
Mas eles não encontraram o corpo no túmulo, e em perplexidade retornaram aos seus lugares; e então, durante sua refeição, a Mãe de Deus apareceu para eles no ar, brilhando com uma luz celestial, e os informou que seu Filho havia glorificado também o corpo d’Ela, e Ela, ressurrecta, estava diante do Seu Trono.
Ao mesmo tempo, Ela prometeu sempre estar com eles.
Os Apóstolos saudaram a Mãe de Deus com grande alegria e passaram a venerá-la não apenas como a Mãe de seu amado Professor e Senhor, mas também como sua ajudante celestial, como protetora dos cristãos e intercessora de toda a humanidade perante o Justo Juiz.
E em todos os lugares onde o Evangelho de Jesus era pregado, Sua Mais Pura Mãe também passou a ser glorificada.”
São João Maximovitch também discorre sobre as tentativas de diminuir a importância de Maria, a Rainha do Céu:
“Após o terceiro Concílio Ecumênico, os Cristãos começaram ainda mais fervorosamente, tanto em Constantinopla como em outros lugares, a insistir pela intervenção da Mãe de Deus e suas esperanças não foram em vão.
Ela manifestou Sua ajuda para inúmeras pessoas doentes, pessoas desamparadas, e para aqueles em infortúnio.
Muitas vezes Ela apareceu como defensora de Constantinopla contra os inimigos de fora, até mesmo mostrando de maneira visível para Santo André, o Louco por Cristo, sua maravilhosa proteção sobre as pessoas que estavam orando durante a noite no Templo de Blachernae.
A Rainha do Céu deu a vitória em batalhas para os Imperadores Bizantinos, esse é o motivo pelo qual eles tinham o costume de levar consigo em suas campanhas Seu Ícone de Hodegetria (Guia).
Ela fortaleceu ascetas e fanáticos da vida Cristã e em suas batalhas contra suas paixões humanas e fraquezas.
Ela iluminou e instruiu os Pais e Doutores da Igreja, incluindo o próprio São Cirilo de Alexandria quando ele hesitou em reconhecer a inocência e santidade de São João Crisóstomo.
A Puríssima Virgem colocou hinos nas bocas dos compositores da Igreja, às vezes criando renomados cantores a partir de pessoas que não tinham o dom da música, mas que eram piedosos obreiros, como São Romano, o Melodista.
É então surpreendente que os cristãos se esforçaram em engrandecer o nome de sua constante Intercessora?
Em Sua honra festas foram criadas, para ela foram dedicadas maravilhosas canções, e Suas Imagens foram reverenciadas.”
Fonte: São João Maximovitch em A Veneração Ortodoxa da Mãe de Deus – por São João Maximovitch – ECCLESIA (Brasil)
Orações Antigas para a Santíssima Virgem
Era uma prática comum e sempre foi desde o início do cristianimo pedir a Maria, a Mãe de Deus (“Theotokos” em grego) e aos santos por oração de intercessão.
A veneração da Theotokos como experimentada dentro da Igreja existe desde os primórdios da Fé, se sustenta nas Escrituras e na religião.
Abaixo uma relação das primeiras orações e súplicas direcionadas a Santíssima Virgem que se tem conhecimento.
“Sob a tua compaixão, Nós nos refugiamos, ó Theotokos: não desprezes nossos pedidos em tempos de angústia, mas resgata-nos dos perigos”
Papiro do ano 250 DC.
Este papiro é de 75 anos antes do imperador Constantino e 131 anos antes de a Igreja declarar oficialmente o fechamento do Novo Testamento e listar os livros nele contidos.
Os cristãos já chamavam Maria de ‘Theotokos’ e pediam suas intercessões – com frequência e difundido o suficiente para ser *escrito* e temos um fragmento.
Dirigir-se aos santos em oração não é uma ‘inovação posterior’.
É uma parte vital da adoração e prática dos primeiros cristãos.
É esta compreensão que conduziu, desde o início da fé cristã, ao papel especial atribuído à Theotokos entre os santos na glória.
Por exemplo, Celsus, um pagão do segundo século e inimigo do cristianismo, dedicou uma parte de sua refutação do cristianismo a menosprezar a compreensão da Theotokos como rainha e mãe.
Especificamente, ele atacou o evangelho de Cristo argumentando que Santa Maria, como uma camponesa comum, não era digna de ser a mãe de um rei.
Ao contrário de Celso, no entanto, é ela quem está à direita de Cristo, o rei, e entre os intercessores com quem Cristo compartilha Seu governo e reinado, ela tem um status especial de honra.
Ela significa o cumprimento não apenas da maternidade da rainha, mas da própria maternidade (Gn 3:15) e até, podemos ver, da humanidade.
Fonte: De Young, Stephen. Religião dos Apóstolos: Cristianismo Ortodoxo no Primeiro Século (pp. 105-106). Publicação Fé Antiga. Edição Kindle.
Livro Panagia Theotokos – Maimônides II – Lançamento em 2026
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