
Véu de Verônica – Ícone do Monte Athos
Verônica:
Uma personagem da tradição apócrifa cristã, particularmente do ciclo dos Atos de Pilatos (chamada de Berenice em grego), onde ela é identificada com a mulher que Jesus curou de um fluxo de sangue.
Sua história está intimamente ligada à imagem milagrosa de Cristo, um objeto de grande veneração, cuja presença entre as relíquias da Basílica de São Pedro no Vaticano em Roma é atestada desde o final do século X ou início do século XI.
Segundo a lenda, ela queria retratar o rosto de Jesus, e ele deixou a impressão de seu rosto em um véu.
A preciosa relíquia foi roubada dela e levada para Roma, que se diz ter curado o imperador Tibério da lepra.
Ao saber que um curandeiro excepcional chamado Jesus estava trabalhando na distante Palestina, ordenou ao seu mensageiro Volusiano que fosse procurá-lo em Jerusalém.
Mas o inverno atrasou a partida de Volusiano, e ele chegou à Palestina quando já era tarde demais: Jesus havia sido crucificado! Volusiano, no entanto, não queria retornar de mãos vazias a Tibério, temendo sua ira.
Então, ele partiu em busca dos seguidores de Jesus, para obter deles pelo menos uma relíquia do mestre.
Encontrou uma mulher chamada Verônica, que admitiu ter conhecido Jesus e até lhe contou uma história milagrosa.
Anos antes, quando Cristo fora pregar em um lugar distante, ela sentira um grande anseio pelo Senhor.
Então, comprou um pano branco para levá-lo a um pintor para que, seguindo suas instruções, ele pintasse seu retrato.
Mas, no mesmo dia em que saiu de casa para ir ao pintor, encontrou Jesus na rua, retornando de sua viagem. Ao saber de seu desejo, ele pediu o pano e, esfregando-o no rosto, o devolveu com suas próprias feições impressas nele. Volusiano imediatamente pediu a Verônica o retrato, e ela concordou em levá-lo pessoalmente a Tibério.
Assim que ele se pôs diante do pano sagrado, foi instantaneamente curado. Daquele momento em diante, a ilustre relíquia permaneceu em Roma.
No final da Idade Média, o culto a Verônica, venerada como santa, tornou-se popular e, no século XV, também devido à influência das representações sagradas e à difusão da Via Sacra, sua lenda foi associada à Paixão: Ela tornou-se a mulher misericordiosa que enxuga o rosto de Cristo banhado em suor e sangue, cuja imagem (verônica: vera eikon «imagem verdadeira»), coroada de espinhos, permanece impressa no véu.
Fonte 1: Texto adaptado de “A verdadeira lenda de Verônica”
De relíquia a Santa:
A crença na existência de imagens autênticas de Cristo está ligada à antiga lenda do Rei Abgar de Edessa e ao escrito apócrifo conhecido como Mors Pilati (“a Morte de Pilatos ).
Para distinguir em Roma a mais antiga e mais conhecida dessas imagens, ela era chamada de ícone vera (imagem verdadeira), que na língua comum logo se tornou “Verônica”.
É assim designada em vários textos medievais mencionados pelos bolandistas (por exemplo, um antigo Missal de Augsburgo tem uma missa “De S. Veronica seu Vultus Domini” – “Santa Verônica, ou o Rosto do Senhor”), e Mateus de Westminster fala da impressão da imagem do Salvador que é chamada de Verônica: “Effigies Domenici vultus quae Veronica nuncupatur” – “efígie do rosto do Senhor que é chamada de Verônica”.
Gradualmente, a imaginação popular confundiu essa palavra com o nome de uma pessoa e a ela atribuiu diversas lendas que variam de acordo com o país.
A derivação fantasiosa do nome Verônica das palavras Vera Icon (eikon), “imagem verdadeira”, remonta à “Otia Imperialia“ (iii, 25) de Gervásio de Tilbury (1211), que diz: “Est ergo Veronica pictura Domini vera“ (traduzido: “A Verônica é, portanto, uma imagem verdadeira do Senhor”).
Fonte 2: Texto traduzido do verbete “Santa Verônica”
Santa Verônca:
The belief in the existence of authentic images of Christ is connected with the old legend of King Abgar of Edessa and the apocryphal writing known as the Mors Pilati (“the Death of Pilate”).
To distinguish at Rome the oldest and best known of these images it was called the vera icon (true image), which in the common tongue soon became “Veronica”.
It is thus designated in several medieval texts mentioned by the Bollandists (e.g. an old Missal of Augsburg has a Mass “De S. Veronica seu Vultus Domini” – “Saint Veronica, or the Face of the Lord”), and Matthew of Westminster speaks of the imprint of the image of the Savior which is called Veronica: “Effigies Domenici vultus quae Veronica nuncupatur” – “effigy of the face of the Lord which is called a Veronica”.
By degrees, popular imagination mistook this word for the name of a person and attached thereto several legends which vary according to the country.
The fanciful derivation of the name Veronica from the words Vera Icon (eikon) “true image” dates back to the “Otia Imperialia” (iii 25) of Gervase of Tilbury (fl. 1211), who says: “Est ergo Veronica pictura Domini vera” (translated: “The Veronica is, therefore, a true picture of the Lord.”)
Link dos artigos:
Link da fonte 1:
https://www.vatican.va/jubilee_2000/pilgrim/documents/ju_gp_25012000_p-08a_it.html
Link da fonte 2:
https://en.wikisource.org/wiki/Catholic_Encyclopedia_(1913)/St._Veronica
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