Zeus presidindo a assembleia dos deuses no Monte Olimpo – Luigi Sabatelli

Sobre a Obra

Zeus presidindo a assembleia dos deuses no Monte Olimpo – Luigi Sabatelli

Muitos deuses na multidão são claramente reconhecíveis.
À esquerda do trono está Ganimedes, o belo copeiro, e a soberba Atena, a cujos pés está sentado o majestoso Poseidon; depois o inconfundível Hermes, atrás de Hefesto, e a esplêndida Afrodite, abraçando languidamente Eros; as três Graças, com expressões sonhadoras, e atrás delas Dionísio, coroado como sempre com vinhas e uvas e ladeado pela sua amada, Ariadne; e Ares, guerreiro em suas roupas e atitude, e o Pã, semelhante a um sátiro, com seu olhar intenso de cumplicidade fixo na Deméter solar, suas tranças adornadas com espigas de grãos louro-claros.
Na representação da grande assembleia dos deuses, Eos, à direita de Zeus, flutua jogando flores sobre a irritada Hera, que parece lançar um olhar de repreensão ao seu majestoso marido, ao lado do qual está a sempre presente águia. Aos pés de Hera está um Hades sombrio, com uma Perséfone subjugada e o cão de três cabeças Cérbero.
A seguir, ao lado de um elegante pavão, animal sagrado para Hera, estão os gêmeos divinos Apolo e a virginal Ártemis, cujos cabelos brilham com a pura candura de uma lua crescente. Atrás dos filhos de Leto, Asclepias observa a serpente que sempre foi seu símbolo ao lado de Héstia, deusa do lar doméstico.
Mais abaixo, um gigantesco Hércules envolto na pele do leão fala com uma gentil Hebe. E enquanto isso, no centro da cena, as impenetráveis e misteriosas mouras continuam a tecer os fios do destino e, assim, moldar inexoravelmente o destino dos homens e o curso dos acontecimentos no mundo.

Histórico
Zeus foi a principal divindade da religiosidade da Grécia Antiga, sendo o deus dos céus, do raio e do trovão. Era filho de Cronos e Reia, e tornou-se senhor dos homens e dos deuses depois de resgatar seus irmãos do ventre de seu pai e liderar uma guerra contra os titãs. Ficou marcado por ser infiel a sua esposa, Hera.
Era o deus mais importante da religiosidade praticada pelos gregos antigos, sendo aquele que regia os homens e os deuses. Sua importância na religiosidade grega fez com que ele constantemente fosse chamado de Pai, sendo considerado o deus dos céus, do trovão, do raio, entre outros.
O principal deus olímpico, e, como tal, residia no Monte Olimpo, de onde governava os homens e os deuses. Também era conhecido por controlar o clima da Terra, podendo alterá-lo quando quisesse, e ainda quem impunha a justiça, embora a execução desse conceito estivesse muito ligada às vontades do próprio deus.
Assim como diversos deuses gregos, recebeu vários epítetos, isto é, nomes que ressaltam determinada qualidade de quem nomeiam. Assim, ele era chamado, por exemplo, de Zeus Órquio, porque protegia os juramentos e punia quem não os cumpria, e de Zeus Agoreu, porque era bom para os negócios e quem punia os comerciantes desonestos.
Além desses nomes, também era chamado de Zeus Olímpio, Zeus Polieu, Zeus Egíoco, Zeus Herceu, Zeus Xênio, entre outros. Tais atributos poderiam interferir em santuários e templos construídos especificamente para determinada característica de Zeus.
Na mitologia, Zeus era tido como um deus rigoroso e que punia severamente aqueles que tentassem enganá-lo ou que cometessem atos que ele considerasse incorretos. Assim, inúmeras passagens na mitologia contam episódios em que Zeus teve que se impor e punir diferentes personagens.
Ele também resolvia conflitos, e foi quem mediou o que ocorreu entre Deméter e Hades, um dos episódios mais conhecidos da mitologia grega: o sequestro de Perséfone. Nesse mito, Perséfone, deusa da vegetação e da agricultura, teria sido raptada por Hades quando colhia flores. Zeus então decidiu intervir para determinar a volta de Perséfone para sua mãe, Deméter.
Outro traço muito destacado de Zeus nos mitos gregos foi a sua infidelidade marital. Zeus era casado com Hera — deusa das mulheres, do casamento, da família e dos nascimentos. Apesar disso, ele teve diversos casos extraconjugais, o que causava a fúria e os ciúmes de Hera, que o vigiava constantemente e punia aquelas que se envolviam com ele.
Um caso simbólico foi o de Leto, deusa que engravidou de filhos de Zeus. Ela esteve grávida de Apolo e Ártemis, mas Hera, como vingança, impediu que ela desse à luz por meses, e, nesse período, Leto sentiu todas as dores do parto. Por fim, ela teve seus filhos em uma ilha, e ainda foi perseguida por Píton, uma serpente gigante enviada por Hera para matá-la.
Do casamento de Zeus com Hera, nasceram os seguintes filhos: Ares, Ilítia, Éris, Hebe e Angelos. Algumas versões apontam que Hefesto foi um filho que Hera gerara sozinha, e outras dizem que Zeus seria seu pai.

Zeus X Cronos
Zeus era filho de dois titãs — Cronos e Reia. Cronos regia o Universo, e havia recebido uma profecia de que, um dia, um de seus filhos o destronaria, assim como ele havia feito com o seu próprio pai, Urano. Essa profecia fez com que Cronos devorasse todos os filhos que teve com sua esposa.
No nascimento de Zeus, Reia enganou o próprio marido entregando uma pedra com roupas de bebê para que Cronos a devorasse. Zeus foi enviado para Creta, onde foi criado por Gaia ou por ninfas que moravam nessa ilha, de acordo com as diferentes versões do mito. Quando adulto, ele retornou para resgatar seus irmãos.
Zeus fez seu pai vomitar aqueles que havia devorado, e, assim, Héstia, Deméter, Hera, Hades e Poseidon foram libertados. Apesar de terem sido devorados, eles sobreviveram porque eram imortais. Depois do resgate dos irmãos, Zeus iniciou uma guerra contra os titãs que recebeu o nome de Titanomaquia. Esse conflito se estendeu por 10 anos.
Zeus e os deuses saíram vencedores, mas depois tiveram de travar outro conflito. Dessa vez, os inimigos eram os gigantes, e essa foi a Gigantomaquia. Depois, os deuses olímpicos se estabeleceram como os mais poderosos e influentes, e a divisão dos reinos foi realizada.
Zeus ficou com os céus, Poseidon ficou com as águas, e Hades ficou com o submundo. Nenhum deles tomou a Terra para si porque ela já pertencia a Gaia, mãe de Cronos. O papel de protagonismo no resgate de seus irmãos e nas duas guerras travadas contra titãs e gigantes fez com que Zeus se tornasse o mais poderoso dos deuses.

Culto a Zeus
Ruínas do templo construído em Atenas como homenagem para Zeus Olímpico.
Como o deus mais poderoso de todos, o culto a Zeus era algo importante na religiosidade dos gregos, e a quantidade de santuários e templos construídos para ele era uma demonstração disso. No norte da Grécia, por exemplo, em Dodona mais especificamente, existia um santuário onde ficava um oráculo de Zeus.
Um local que reunia um dos cultos mais famosos a Zeus era a cidade de Olímpia. Essa cidade sediava, a cada quatro anos, os Jogos Olímpicos, competição esportiva que surgiu em 776 a.C. e que reunia atletas de toda a Grécia para praticar esportes em homenagem a Zeus. Olímpia também tinha um templo com uma estátua de Zeus que chegava a 12 metros de altura.
Essa estátua foi reconhecida como uma das sete maravilhas do mundo antigo. A cidade de Atenas também prestava seu culto a Zeus sediando um altar em homenagem a Zeus Agoreu e um templo construído em homenagem a Zeus Olímpico.”

Zeus, Father of the Gods, enthroned and holding his scepter, presides over the assembly of the gods on Mount Olympus. Fresco by Luigi Sabatelli (1772-1850) in the central tondo in the ceiling of the Sala dell’Iliade. Florence, Palazzo Pitti.
Many gods in the crowded gathering are clearly recognizable.
To the left of the throne is Ganymede, the handsome cup-bearer, and the superb Athena at whose feet sits majestic Poseidon; then the unmistakable Hermes, behind Hephaestus, and the splendid Aphrodite, languidly embracing Eros; the three Graces, with dreamy expressions, and behind them Dionysus, crowned as always with vines and grapes and flanked by his love, Ariadne; and Ares, warlike in his dress and attitude, and the satyr-like Pan, his intense glance of complicity fixed on the solar Demeter, her tresses adorned with light blond spikes of grain. In the representation of the great assembly of the gods, Eos, to Zeus’ right, floats throwing flowers above the vexed Hera, who seems to be giving a scolding look to her majestic husband, alongside whom is the ever-present eagle.
At Hera’s feet is a darkling Hades, with a subdued Persephone and the three-headed dog Cerberus.
Next, beside an elegant peacock, an animal sacred to Hera, are the divine twins Apollo and the virginal Artemis, whose hair shines with the pure candor of a crescent moon. Behind the sons of Leto, Asclepias observes the serpent that has always been his symbol as he stands next to Hestia, goddess of the domestic hearth.
Lower down, a gigantic Heracles enveloped in the lion’s skin speaks with a gentle Hebe. And meanwhile, at the center of the scene, the impenetrable, mysterious Moirai continue to spin the threads of destiny and thus inexorably pattern the fates of men and the course of events in the world.

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